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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admitiu a possibilidade de um acordo de cessar-fogo em troca da adesão à NATO, mesmo sem as regiões ocupadas pela Rússia. Neste cenário, os territórios ucranianos que não estão ocupados ficariam sob proteção da Aliança Atlântica, que terá de levar em conta as fronteiras da Ucrânia que são reconhecidas internacionalmente. Os restantes territórios, sob ocupação russa, poderão ser recuperados mais tarde, de “forma diplomática”.
“Se quisermos acabar com a fase quente da guerra, temos de colocar sob alçada da NATO o território da Ucrânia que controlamos”, disse o líder ucraniano em entrevista à Sky News, que foi transmitida esta sexta-feira, sugerindo que possam ser deixadas de fora (por enquanto) as regiões atualmente controladas por Moscovo. “Temos de o fazer rapidamente [a adesão à NATO]”, salientou.
No entender de Zelensky, o cessar-fogo é necessário para “garantir que Putin não voltará” a controlar mais território ucraniano. Esta foi a primeira vez que o Presidente da Ucrânia admitiu a possibilidade de um cessar-fogo com a Rússia a manter controlo sobre regiões ucranianas. Ao longo de mais de dois anos de conflito, que começou em fevereiro de 2022, tinha dito sempre que não cederia território ocupado.
As declarações de Zelensky foram feitas após ter sido questionado sobre notícias que avançavam que um dos planos de Donald Trump, Presidente eleito dos EUA, para pôr fim à guerra poderia passar pela cedência por parte de Kiev dos territórios ocupados por Moscovo em troca da adesão à NATO.
Quanto ao novo Presidente norte-americano, que toma posse em janeiro, Zelensky disse que quer “partilhar ideias” e lembrou o apoio que tem recebido dos EUA desde o início da guerra. “Os EUA são o nosso maior apoiante, pelo que para nós é muito importante [manter esse apoio]. É claro que vamos trabalhar com Trump. Quero trabalhar com ele diretamente porque há diferentes vozes à sua volta”, começou por afirmar. “E, por isso, não devemos dar a ninguém a oportunidade de destruir a nossa comunicação. Não é útil e será destrutivo”, continuou.
Questionado sobre se já tinha falado com Donald Trump, o líder ucraniano disse que se encontrou com o republicano em setembro, quando esteve em Nova Iorque, e destacou uma conversa “cordial” e “boa”. “Foi um muito bom encontro e um importante primeiro passo — agora temos de preparar mais reuniões.”