Falando aos jornalistas no final de uma visita ao Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, este sábado, Marcelo Rebelo de Sousa nunca se referiu diretamente ao partido liderado por André Ventura e também evitou colocar no domínio da legalidade a ação protagonizada pelo Chega antes da votação final do Orçamento do Estado para 2025.
“Em relação às formas de defender as ideias, as pessoas têm de ter em linha de conta o respeito das instituições e o prestígio das instituições”, declarou o chefe de Estado.
Numa alusão à colocação de cartazes e tarjas nas janelas do parlamento pelo Chega, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “qualquer português percebe, com bom senso, que seria impossível cada vez que há um ponto que é discutível na Assembleia República, numa lei qualquer, ou num Orçamento qualquer, de repente, houvesse campanha eleitoral”.
Questionado se o Chega deve ser penalizado por esse ato, o Presidente da República contrapôs que “não é uma questão de legalidade, mas de respeito pelas instituições e, sobretudo, de saber utilizar formas que contribuem para prestigiar as instituições e não desgastá-las”.
“E aí o bom senso é fundamental. Esse bom senso é às vezes mais importante do que a mera legalidade. É o bom senso das pessoas que deve comandar para que se recorram a formas de luta que sejam duras, que sejam contundentes, mas que não ponham em causa o prestígio da instituição” completou.
Marcelo Rebelo de Sousa frisou que essa é a sua “opinião em geral” sobre o ato de se afixarem cartazes ou tarjas nas janelas do parlamento.
“É a minha opinião em geral, pode aplicar-se ao partido A, B, C, D, E. Não é por acaso que isso não aconteceu em parlamentos europeus, genericamente, porque se entende que não é prestigiante”, acrescentou.