O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, afirmou, esta quarta-feira, que uma possível candidatura de Paulo Portas a Belém não foi discutida no partido, mas que o ex-líder “seria bom em tudo aquilo que na política se queira dedicar”.
“Presidenciais são o resultado de vontades individuais que são expressas no devido tempo, algo que no CDS ainda não se abriu”, disse Nuno Melo em declarações aos jornalistas após o jantar de Natal organizado pela Distrital e pela concelhia do CDS-PP de Lisboa.
Nuno Melo escusou-se a comentar as hipotéticas candidaturas presidenciais do ex-presidente do CDS-PP e do chefe do Estado-Maior da Armada cessante, Gouveia e Melo, alegando que se trata de eleições inseridas num “ciclo que ainda não se abriu”.
No seu discurso, o líder do CDS-PP aproveitou para fazer um balanço dos primeiros 8 meses de governação da Aliança Democrática e critica o que chama “aliança” entre PS e Chega que derrubou um governo “legítimo” na Madeira.
Nuno Melo questionou “quem é que se aliou a quem”, referindo-se a PS e Chega, relembrando que nas últimas eleições legislativas a Aliança Democrática foi questionada por diversas vezes sobre uma eventual aliança com o Chega.
“Nos tempos de pré-campanha não havia um dia em que os partidos da oposição não exigissem que a AD desse garantias de que não se aliaria aos populistas radicais do Chega, porém, há 48 horas o PS aliou-se ao Chega para derrubar um governo legítimo na Região Autónoma da Madeira, liderado pelo PSD e apoiado pelo CDS”, disse.
Fez ainda críticas ao Partido Socialista pelo estado do Serviço Nacional de Saúde, defendendo que “este Governo fez mais em 8 meses que o PS em 8 anos de governação”
No que toca às eleições autárquicas, Nuno Melo afirma que está traçada uma “meta de manutenção ou crescimento”, relembrando que o partido “lidera sozinho seis autarquias e perto de 40 em coligação com o PSD”.
Sobre o regresso de Diogo Moura à Câmara de Lisboa após o Ministério Público ter retirado as acusações de fraude eleitoral ao autarca, e se estes desenvolvimentos deixariam Carlos Moedas desconfortável com uma possível candidatura conjunta, o líder do CDS disse não querer “acreditar que se possa, onde seja, na comunicação certamente o farão, condenar onde a justiça inocentou”.
Para além das declarações do presidente do partido, o evento contou com as intervenções do dirigente e líder da distrital, Telmo Correia, a líder reeleita da Concelhia, Maria Luísa Aldim e o presidente da Juventude Popular, Francisco Camacho.