O Benfica anunciou esta sexta-feira que decidiu não pedir a abertura de instrução no processo dos emails e preferiu avançar diretamente para o julgamento.

“Foram dois os motivos que pesaram nesta decisão: por um lado, as limitações probatórias inerentes à fase de instrução; por outro, o arrastamento temporal que a realização da fase de instrução iria provocar no processo, com os inerentes prejuízos à imagem e credibilidade do clube”, referiu o Benfica em comunicado.

Benfica acusado de corrupção sem nenhum caso concreto de adulteração da verdade desportiva

Após consultar os advogados Rui Patrício, João Medeiros e Paulo Saragoça da Matta, o clube da Luz salientou que o julgamento, no imediato, “permitirá, sem quaisquer limitações, fazer prova plena da falta de fundamento da acusação” do Ministério Público.

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O Benfica reiterou ainda que irá pedir a absolvição num processo em que a SAD dos encarnados foi acusada de corrupção ativa e fraude fiscal, enquanto o ex-presidente Luís Filipe Vieira e o antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves respondem por corrupção ativa e oferta ou recebimento indevido de vantagem. Rui Costa, atual presidente do Benfica e líder da administração da Benfica SAD, não é arguido no processo.

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A acusação contra o Benfica

Na acusação do Ministério Público, conhecida a 15 de outubro de 2024, está em causa um alegado esquema de contratos simulados de cedência de três jogadores do Benfica ao Setúbal que permitiram a injeção de 1,6 milhões de euros que não eram devidos aos sadinos entre 2016 e 2020.

O MP acusou Luís Filipe Vieira, então líder do Benfica, o ex-assessor Paulo Gonçalves e a Benfica SAD de um crime de corrupção ativa, enquanto Fernando Oliveira, Vítor Valente, Paulo Grencho e o Vitória Futebol Clube SAD foram acusados de corrupção passiva.

Tudo porque o objetivo do clube encarnado, segundo o MP, era obter vantagens desportivas através da manipulação de resultados dos jogos. A acusação, porém, apenas indica prova indiciária sem qualquer ligação direta a jogos concretos alegadamente manipulados ou até mesmo jogadores aliciados. Todas essas situações foram arquivadas.

Luís Filipe Vieira, Paulo Gonçalves, Fernando Oliveira, Vítor Valente, Paulo Grencho, a Benfica SAD e o Vitória Futebol Clube SAD foram ainda acusados de um crime de fraude fiscal qualificada.