Acompanhe aqui o liveblog da guerra na Ucrânia
O Governo português condenou esta sexta-feira, “de forma veemente”, os ataques russos a Kiev, “que causaram danos materiais em diversas missões diplomáticas, incluindo a chancelaria da Embaixada de Portugal”.
“É absolutamente inaceitável que qualquer ataque possa visar ou ter impacto em zonas de instalações diplomáticas”, refere um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, adiantando que “o Encarregado de Negócios da Federação Russa [uma vez que o embaixador não está em Portugal] foi já chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal junto da Federação Russa”.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros já reagiu. Em declarações aos jornalistas, em Cascais, Paulo Rangel disse que “qualquer ataque da Federação Russa à Ucrânia e à cidade de Kiev merece a nossa mais forte condenação, mas é absolutamente inaceitável que possa haver ataques que tenham impacto ou visem instalações diplomáticas”.
E é nessa sequência que foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros “o encarregado de negócios da Federação Russa, uma vez que o embaixador não está em Lisboa, para que seja apresentado um protesto formal à Federação Russa”. A reunião está agendada para as 11h.
[Já saiu o primeiro episódio de “A Caça ao Estripador de Lisboa”, o novo podcast Plus do Observador que conta a conturbada investigação ao assassino em série que há 30 anos aterrorizou o país e desafiou a PJ. Uma história de pistas falsas, escutas surpreendentes e armadilhas perigosas. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube.]
Embaixada sofreu danos materiais, como janelas partidas e portas danificadas
Não foram registadas vítimas na embaixada, apenas danos materiais, como “janelas partidas, portas que ficaram afetadas”: “Isto significa que a explosão teve lugar numa zona que afeta instalações diplomáticas”.
“Numa das explosões, houve impactos, apenas com danos materiais relativamente ligeiros, nas instalações diplomáticas de vários países, designadamente na chancelaria da embaixada de Portugal”, referiu o chefe da diplomacia portuguesa, adiantando que instalações diplomáticas de países como Argentina, Albânia ou Montenegro também foram afetadas, por partilharem o mesmo edifício.
Na manhã desta sexta-feira, vários mísseis foram lançados contra a capital ucraniana, incluindo o centro da cidade, causando pelo menos um morto e 11 feridos. Segundo o jornal The Kyiv Independent, foram registadas explosões por volta das 7h (5h de Lisboa).
Na sequência dos ataques, deflagraram incêndios um pouco por toda a região, destruindo prédios e carros em vários pontos. Segundo o autarca de Kiev, Vitali Klitschko, as defesas aéreas foram ativadas.
Rússia confirma ataque a Kiev e diz que objetivos foram atingidos
O Ministério da Defesa russo confirmou pouco depois o ataque, dizendo que se tratou de uma resposta aos mísseis lançados na quarta-feira pela Ucrânia contra a região russa de Rostov.
“Em resposta às ações do regime de Kiev, apoiado por curadores ocidentais, esta manhã foi realizado um ataque coletivo com armas de alta precisão e longo alcance no centro de controle da SBU [serviços de segurança ucranianos], na empresa [pública da indústia de defesa] “Luch”, que projeta e produz o Sistemas de mísseis Netuno, mísseis de cruzeiro terrestres MLRS ‘Vilkha’ , bem como nas posições do sistema de mísseis antiaéreos Patriot”.
No Telegram, o Ministério da Defesa da Rússia acrescenta que “os objetivos foram alcançados, tendo todos os alvos sido atingidos”.