O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou esta sexta-feira a criação de uma equipa de assessores nacionais e internacionais que terá a missão de avançar com um projeto de reforma da Constituição que pretende “democratizar a sociedade venezuelana”.
“Criei uma equipa com grandes conselheiros internacionais, grandes conselheiros nacionais, para pensar em conjunto com o nosso povo, numa grande reforma constitucional que democratize ainda mais a sociedade venezuelana e dê poder aos cidadãos, que consolide a liberdade da Venezuela, que consolide a soberania nacional e a soberania popular”, disse o governante.
O anúncio foi feito durante o arranque de uma jornada dedicada à saúde e a inauguração de um Centro de Diagnóstico Integral em Charallave, a 60 quilómetros a sul de Caracas, e foi transmitido pela televisão estatal venezuelana.
“Estamos cheios de grandes ideias, estamos imbuídos de um grande sentido de transformações de mudança”, afirmou.
Nas mesmas declarações, Maduro frisou que a Venezuela terá mais e melhor democracia e participação popular.
“É uma mentira a velha filosofia liberal burguesa ocidental de que a democracia depende apenas dos partidos políticos e das campanhas eleitorais, que são um torneio de demagogias, mentiras, enganos, falsas ofertas”, defendeu.
A atual Constituição da Venezuela, promovida pelo chavismo, foi aprovada em referendo a 15 de dezembro de 1999.
Segundo a atual legislação, as reformas constitucionais devem ser ratificadas por voto popular.
A Venezuela realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição venezuelana contesta os dados oficiais e alega que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia — atualmente exilado em Espanha —, obteve quase 70% dos votos.
A oposição e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
Em novembro passado, os Estados Unidos reconheceram Edmundo González Urrutia como Presidente eleito da Venezuela.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.