Pelo menos 75 pessoas morreram, uma está desaparecida e outras 768 ficaram feridas durante a passagem do ciclone Chido no norte e centro de Moçambique, indicam dados atualizados esta sexta-feira pelas autoridades moçambicanas.
O ciclone Chido afetou ainda 329.565 pessoas, o correspondente a 65.293 famílias, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no norte, e Tete e Sofala, no centro, refere-se no novo balanço do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique, divulgado esta sexta-feira, com dados preliminares até às 18:00 (menos duas horas em Lisboa) de quinta-feira.
No balanço anterior, com dados até quarta-feira, o INGD apontava 73 mortos e 543 feridos em consequência do ciclone tropical, que se formou em 5 de dezembro no sudoeste do oceano Indício, entrou no domingo pelo distrito de Mecúfi, em Cabo Delgado, “com ventos que rondaram os 260 quilómetros por hora” e chuvas fortes.
Segundo as autoridades, no novo balanço, o ciclone Chido destruiu totalmente 39.133 casas e parcialmente outras 13.343, afetou 52 unidades hospitalares, 26 casas de culto, 11 torres de telecomunicação e 89 edifícios públicos.
Subiu para 70 número de mortos e 600 feridos pelo ciclone Chido em Moçambique
Os dados atualizados apontam ainda para um total de 109.793 alunos, 1.556 professores, 1.126 salas de aula e 250 escolas afetados, além de 338 postes de energia tombados e 454 embarcações de pesca danificadas.
O Governo moçambicano decretou dois dias de luto nacional a partir desta sexta-feira, na sequência da passagem do ciclone Chido.
Em comunicado, o Conselho de Ministros de Moçambique indica que até sábado a bandeira nacional e o pavilhão presidencial serão içados a meia-haste em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares da República de Moçambique.
O Presidente moçambicano lamentou esta sexta-feira a morte provocada pelo ciclone e a destruição de infraestruturas, incluindo escolas, hospitais e outros edifícios públicos e privados e pediu “solidariedade” dos moçambicanos para com as vítimas.
Ciclone Chido saiu de Moçambique e já não constitui perigo para o país
“Vamos imediatamente priorizar o apoio na reposição de abrigos, habitações, alimentação, energia, água e distribuição de sementes para além dos outros apoios que estão a acontecer”, declarou Filipe Nyusi, na sua comunicação aos moçambicanos alusiva à quadra festiva, na quinta-feira.
O ciclone tropical intenso Chido, de escala 3 (1 a 5), atingiu a zona costeira do norte de Moçambique na noite de sábado para domingo, segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE), mas enfraqueceu para tempestade tropical severa, apesar de ter continuado a fustigar as províncias a norte, com “chuvas muito fortes acima de 250 mm [milímetros]/24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes”.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
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