O Ministério da Habitação da China manifestou esta quinta-feira empenho em continuar a estabilizar o setor imobiliário em 2025, com o objetivo de inverter a crise de liquidez dos últimos anos.

Durante uma conferência sobre habitação e planeamento urbano, o organismo anunciou medidas destinadas a impulsionar a procura, como a implementação de políticas que facilitem o acesso à habitação para compradores de um primeiro imóvel.

Os indicadores apontam para uma recuperação do setor em 2024, impulsionada por um conjunto de medidas que favoreceram as transações de casas novas, de acordo com declarações do ministério divulgadas pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

Para consolidar a tendência, o ministério afirmou que vão ser tomadas medidas para “otimizar a oferta de habitação”, com um controlo mais apertado sobre a construção, para melhorar a qualidade de novos apartamentos e garantir que “satisfazem as necessidades de grupos como os novos residentes urbanos, os jovens ou os trabalhadores migrantes”.

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Os representantes do ministério sublinharam também a criação de um “novo modelo de desenvolvimento” para o setor imobiliário, centrado no “aumento da oferta de habitação de alta qualidade”.

De acordo com a agência governamental, foram anunciadas reformas no sistema de venda de habitações, com o objetivo de passar das tradicionais vendas em planta, uma prática comum no país asiático, para a venda de casas já concluídas.

Os preços das casas novas na China caíram pelo 18º mês consecutivo em novembro, embora a um ritmo mais lento do que no mês anterior, face às crescentes medidas governamentais para apoiar o setor.

Nas últimas semanas, as autoridades chinesas continuaram a anunciar políticas para travar a queda do mercado imobiliário, uma questão que preocupa Pequim devido às implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas.

Em novembro, o governo anunciou novas políticas fiscais para estabilizar o mercado imobiliário. Também as principais cidades, como Pequim e Xangai, tomaram reduziram os impostos sobre compra de imóveis de luxo.

Uma das principais causas do recente abrandamento da economia da China é precisamente a crise do setor imobiliário, cujo peso no PIB [Produto Interno Bruto] chinês — somando os fatores indiretos — foi estimado por alguns analistas em cerca de 30%.