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Gado mais amigo do ambiente. Nasceu Hilda, a primeira vaca a emitir menos gases com efeito estufa

Animal faz parte do rebanho escocês Langhill, que é alvo de estudo científico há pelo menos 52 anos. Técnica de reprodução in vitro poderá vir a ser replicada.

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Phil Wilkinson / SRUC

Phil Wilkinson / SRUC

Chama-se Hilda, faz parte do projeto ecológico “Cool Cows” e nasceu através de um processo de fertilização in vitro. Os seus genes foram modificados, de forma a que emitisse menos gases com efeito de estufa. Esta é a primeira vaca a sofrer tal mutação e promete vir a revolucionar a reprodução de gado e a emissão de gases por parte dos bovinos. Este animal representa um “passo histórico” naquilo que é o projeto de genética no mundo animal, dizem os especialistas.

Há pelo menos 52 anos que o rebanho Langhill, em Dumfries, na Escócia, é estudado por cientistas britânicos e serve como referência para a indústria de laticínios. Até então, o objetivo dos especialistas era melhorar a saúde e reprodução de bovinos no país, mas agora o foco é outro: querem encontrar formas de diminuir a emissão de gases com efeito de estufa, concretamente metano.

Isto porque a pecuária é responsável por cerca de metade das emissões de metano do Reino Unido, lê-se no The Times. Este gás é produzido por micróbios no estômago das vacas e é algo inerentemente ligado à genética deste animal. Neste sentido, o Rural College da Escócia (SRUC, na sigla inglesa) — em parceria com a clínica veterinária Cumbria vets Paragon e a empresa de genética animal Semex — tratou de identificar e criar vacas, alterando a sua genética. Para poder realizar o avanço agora registado foi necessário um apoio no valor de 335 mil libras (cerca de 404 mil euros).

Phil Wilkinson / SRUC

O nascimento de Hilda foi o primeiro passo concreto dado nessa direção. Para tal acontecer, os óvulos da mãe da bezerra tiveram de ser fertilizados em laboratório, tendo sofrido mutações genéticas. Segundo um dos especialistas envolvidos neste avanço científico e líder do estudo, Richard Dewhurst, é possível começar a utilizar fertilização in vitro “com animais com seis ou oito meses de idade”, o que permite reduzir “o intervalo entre gerações”.

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O óvulo da vaca é transferido para um animal de substituição mais velho, que irá assegurar o período de gestação. Normalmente, as vacas só conseguem reproduzir-se ao fim do segundo ano de vida, mas “com esta abordagem reduzimos esse tempo para metade”, acrescentou.

“Com o aumento contínuo do consumo de produtos lácteos a nível mundial, a criação de gado sustentável é extremamente importante. O nascimento da Hilda é, potencialmente, um momento extremamente significativo para o sector leiteiro do Reino Unido”, considera Richard Dewhurst.

Os cientistas envolvidos neste projeto preveem que a técnica que foi aplicada a Hilda, ao ser repetida noutros casos, duplique a taxa de “ganho genético”, acelerando-se o processo de reprodução de animais mais “eficientes” no que toca à emissão de metano.

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