O antigo candidato da oposição às eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela pelo partido Centrados, Enrique Márquez, foi detido terça-feira por agentes de segurança do Estado, segundo o grupo anti-Chávez Voluntad Popular (VP).
Na rede social X, esta organização, que descreve o acontecimento como um sequestro, responsabilizou o governo do Presidente Nicolás Maduro, que acusou de levar a cabo uma “onda de desaparecimentos de dirigentes e ativistas dos direitos humanos na terça-feira”.
???? #URGENTE: Denunciamos que la dictadura de Nicolás Maduro secuestró al excandidato presidencial Enrique Márquez, en medio de una ola de desapariciones de dirigentes y activistas de derechos humanos este martes.
Márquez, al igual que la mayoría de los venezolanos, no avaló el… pic.twitter.com/err66kBRaX
— Voluntad Popular (@VoluntadPopular) January 8, 2025
“Márquez, tal como a maioria dos venezuelanos, não apoiou a fraude de Maduro a 28 de julho. Ele não cometeu nenhum crime. Exigimos que ele apareça agora e seja libertado imediatamente”, acrescentou a VP.
O incidente segue-se à detenção, também terça-feira, de seis políticos da oposição, bem como ao alegado desaparecimento do ativista Carlos Correa e ao “sequestro” do genro do líder da oposição Edmundo González Urrutia, Rafael Tudares, em Caracas.
Venezuela. Edmundo González diz que genro foi raptado em Caracas
Márquez, também ex-vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e ex-deputado, exigiu repetidamente a publicação dos registos de votação de julho e rejeitou a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que validou a controversa reeleição de Maduro, tal como proclamada pelo órgão eleitoral.
A 31 de dezembro, Márquez garantiu que a “vontade política de mudança” dos venezuelanos está intacta, apesar do facto de tanto a CNE como o TSJ — disse — se terem “colocado à margem” da Constituição.
A oposição maioritária, agrupada na Plataforma Unitária Democrática (PUD), denuncia a fraude eleitoral e reclama a vitória para o seu candidato, Edmundo González Urrutia, que diz poder provar com 85,18% dos resultados, que assegura ter recolhido no dia das eleições graças a testemunhas e aos membros das mesas de voto colocados nas assembleias de voto.