O presidente do Instituto Politécnico de Santarém, João Moutão, defendeu esta terça-feira que a cidade tem “condições objetivas” para acolher um hospital universitário, destacando a existência de infraestruturas de saúde e ensino superior na região.
“Do ponto de vista da região ter estas condições, elas são claras e existentes. Temos hospitais, temos ensino superior, investigação e centros de investigação na área da saúde“, afirmou, em declarações à agência Lusa.
O responsável sublinhou, contudo, que, apesar de a região ter condições favoráveis para a instalação de um hospital universitário, a concretização deste projeto depende da vontade política da administração central, incluindo o Ministério da Saúde e a tutela do ensino superior, bem como dos hospitais locais.
“É importante sinalizar que Santarém tem as condições para desenvolver este tipo de formação, mas isto depende de compromissos a nível político, nomeadamente da tutela, para que as coisas se possam materializar”, referiu.
O investigador Miguel Castanho, que se reuniu com o presidente da Câmara de Santarém, João Leite, e o presidente do IP Santarém, defendeu, em declarações à Lusa, que Santarém tem vários pontos positivos que permitem a instalação desta infraestrutura, nomeadamente as unidades de saúde de que a cidade dispõe.
“Santarém tem o hospital distrital e o Hospital da Luz, que está atualmente em construção. A cidade tem um núcleo muito importante de cuidados de saúde. Aquilo que se vê no horizonte é que, se houver vontade política e vontade dos hospitais locais e do Politécnico, está criado um contexto favorável que torna possível o funcionamento de um hospital universitário e um empenho maior de Santarém no ensino médico”, referiu.
O investigador disse ainda que as acessibilidades e a proximidade com Lisboa são dois fatores que favorecem a criação deste hospital, acrescentando que seria benéfico para Portugal a instalação de hospitais universitários nos distritos do país para ajudar a combater a desertificação do interior.
“O ensino médico deve ser uma responsabilidade (…) encarada do ponto de vista nacional. Cada hospital distrital devia colocar parte da sua capacidade operacional ao serviço de educação médica (…). Atividade gera atividade e empresas de biotecnologia ligadas aos dispositivos médicos ou à biotecnologia farmacêutica podiam gerar desenvolvimento muito mais fácil no interior do país”, defendeu.
O presidente da Câmara de Santarém, João Leite, por seu turno, já escreveu nas redes sociais que esta decisão “carece de tempo, discussão e planeamento até à sua efetiva materialização”, referindo que “é tempo de discutir o assunto de forma assertiva e responsável, sem sedes de protagonismo ou falsos paternalismos”.