A edição de um conjunto de obras históricas e uma programação de música medieval são destaques no Mosteiro da Batalha para o início de 2025, anunciou o diretor do monumento.

De saída no final de abril após 12 anos na função, Joaquim Ruivo programou um conjunto de iniciativas para o primeiro quadrimestre de 2025, que arranca com o concerto da pianista catalã Laura Andrés, na Igreja do Mosteiro, no dia 17.

Entre fevereiro e março decorrem os Dias de Música Medieval da Batalha 2025 e, até ao anúncio do nome do novo diretor, haverá várias edições ligadas ao monumento.

Mosteiro da Batalha recebe Dias de Música Medieval em 2025

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“Faremos o lançamento dos três primeiros volumes da Coleção Scriptorium, numa parceria entre o Mosteiro da Batalha/Museus e Monumentos de Portugal e o Instituto de Estudos Medievais da Nova de Lisboa”, avançou à agência Lusa.

A coleção conta com “os mais renomados investigadores portugueses” e surge em português e inglês com “a finalidade de potenciar o conhecimento da história junto dos visitantes estrangeiros“.

O primeiro volume é de Maria Helena da Cruz Coelho e intitula-se “D. João I – O Homem e o Rei”. Seguem-se “Ceuta – A chave do Mediterrâneo”, de João Paulo Oliveira e Costa, e “A Heráldica do Mosteiro”, de Miguel Seixas.

Será ainda editado “Os músicos do portal principal da Igreja do Mosteiro de Santa Maria Vitória e a prática musical da época”, de Correia de Sousa, e “Em louvor da água – Estudos de hidráulica monástico-conventual”, de Virgolino Jorge.

Quanto a intervenções no monumento este ano, Joaquim Ruivo notou que será necessário um reforço da verba contemplada no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“O investimento total previsto no âmbito do PRR é de 1,6 milhões de euros, mas constata-se que tem de ser reforçado em 25% para que, efetivamente, estas obras possam ser efetivadas tal como estão previstas no plano de intervenção”, sobretudo nas Capelas Imperfeitas, onde se prevê a limpeza e tratamento pétreo das fachadas interior e exterior.

“Os projetos estão finalizados, estando para breve a abertura de concurso relativo à intervenção nas Capelas Imperfeitas”, disse o diretor, que considerou que o reforço necessário “parece perfeitamente exequível”.

A conservação é um dos aspetos que Joaquim Ruivo realçou como um dos mais positivos na ação dos últimos 12 anos.

“As intervenções de conservação e requalificação de espaços têm possibilitado que o monumento esteja muito bem conservado, ao mesmo tempo que foi possível potenciar o circuito de visita”.

O Mosteiro da Batalha consolidou-se como “dos mais visitados do país”, para o que contribuiu também “um aumento das visitas escolares, muito devido à reestruturação dos Serviços Educativos, com a criação das visitas encenadas e um aumento substancial de técnicos superiores nos quadros de pessoal”, incluindo o reforço do processo de mediação cultural.

Para a projeção como um dos monumentos mais procurados também contribuiu “uma programação cultural que se pretendeu de bom nível, envolvendo parcerias estreitas e consolidadas com a comunidade onde se integra e, igualmente, com instituições, organismos e artistas internacionais”.

Paralelamente, os últimos anos trouxeram um aprofundamento do conhecimento do património material e imaterial do Mosteiro da Batalha, com “parcerias com centros de investigação de renome: Universidade Nova, Universidade de Aveiro e Politécnico de Leiria”.

Joaquim Ruivo, que decidiu não se recandidatar ao cargo, espera que o monumento passe “para as gerações seguintes bem conservado e preservado” e, para isso, usufrua de apoios substanciais para a sua conservação, limpeza e tratamento.

“Além disso, que possa ser visitado e usufruído pelos jovens, como obra-prima da arte e arquitetura e continue a ser compreendido pelas novas gerações como monumento identitário, incontornável na história da nossa pátria, exemplo maior de engenho e criatividade da humanidade”, concluiu.