O FC Porto lucrou 30,5 milhões de euros com a transferência de Eliaquim Mangala para o Manchester City. A quantia corresponde à venda de “56,67% dos direitos económicos que detinha” do jogador, de acordo com o comunicado enviado pelo clube, na segunda-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Fonte do City, porém, garantiu ao Observador que o clube pagou 40 milhões de euros pelo internacional francês — ou seja, com esta quantia, o FC Porto só teria direito a receber 22,6 milhões, tendo em conta a fatia que detinha do passe do jogador.

Contas feitas, a venda de Mangala rendeu aos dragões mais 7,9 milhões de euros face ao valor que deveria receber, caso os 40 milhões pagos pelo passe do francês fossem divididos consoante as percentagens que cada parte detinha dos direitos económicos do jogador. Questionado pelo Observador, o gabinete de comunicação do Porto apenas confirmou que os 30,5 milhões de euros comunicados à CMVM correspondem à real quantia que o clube recebeu com o negócio.

Em dezembro de 2011, o Porto vendeu 33,33% dos direitos económicos do defesa gaulês à Doyen Sports Investement Limited, por 2,6 milhões de euros. No Relatório e Contas do 3.º trimestre de 2013/2014, o mais recente disponibilizado pelo Porto, o clube revelou que teria de partilhar com esta entidade o valor “resultante de alienações futuras” do passe de Mangala.

No mesmo mês, os dragões informaram a CMVM que tinham atribuído “10% da receita líquida de uma eventual transferência” à sociedade Robi Plus.

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Se os direitos económicos de Eliaquim Mangala se mantivessem assim divididos, os 40 milhões de euros que o Manchester City pagou seriam distribuídos deste modo: o Porto receberia 22,6 milhões, a Doyen teria direito a 13,3 milhões e, por último, a Robi Plus ficaria com 4 milhões de euros.

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A mensagem que a Doyen Sports publicou no seu site após o Porto confirmar a transferência de Eliaquim Mangala para o Manchester City.

O Observador questionou a Doyen Sports acerca da verba que auferiu com a transferência do internacional gaulês para o Manchester City, mas não obteve qualquer resposta até ao momento. A empresa, sediada em Londres, tem Nélio Lucas, um português, como diretor executivo.

Mangala servia de garantia ao BES

O passe de Eliaquim Mangala, em conjunto com o do colombiano Jackson Martínez, servia de garantia/colateral para um empréstimo de 30 milhões de euros que a Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Porto contraíra junto do Banco Espírito Santo (BES), segundo o Relatório e Contas do 3.º Trimestre de 2013/2014.

Na altura, fixou-se que o empréstimo seria reembolsado pelo clube em duas prestações: a primeira em julho, avaliada em 23 milhões de euros, e a segunda em outubro, no valor de 7 milhões. A SAD do Porto, contudo, ressalvava que “caso a empresa aliene, ceda ou transfira a propriedade dos direitos económicos dos passes [de] Mangala e Jackson Martínez, que detinha à data de abertura do financiamento, antes do término da maturidade do mesmo, está obrigada a liquidá-lo imediata e antecipadamente”.

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