A família real saudita viveu mais um dia conturbado na sua história recente, com a detenção do príncipe Abdel Mohsen Bin Walid Bin Abdulaziz, juntamente com outras quatro pessoas, no aeroporto de Beirute, capital do Líbano, depois de terem sido encontradas duas toneladas de anfetaminas num avião privado.

O carregamento de droga, distribuído por quarenta caixas, era composto por comprimidos de Captagon e cocaína, e constitui a maior apreensão de sempre no aeroporto Rafik Hariri em Beirute, avança o jornal britânico Telegraph.

As autoridades confirmaram que os detidos estavam a “tentar contrabandear cerca de duas toneladas de comprimidos Captagon e alguma cocaína.”

Captagon, que já foi banida no ocidente, é o nome “comercial” dado à substância Feniletilamina também conhecida como ‘hormona da paixão’. Este é um neurotransmissor cuja molécula se assemelha com a anfetamina. Suspeita-se que os efeitos no cérebro deste produto possam ser desencadeados por uma simples troca de olhares ou um aperto de mão. Em tempos, esta substância foi receitada para tratar perturbações comportamentais, inclusivamente em crianças.

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Esta droga é muito popular entre os guerrilheiros dos dois lados do conflito sírio. Existem até relatos que os fornecedores destes comprimidos tornaram o negócio tão bem sucedido que o Captagon é já comparável a outros produtos de exportação, utilizando-se a Líbia para fazer chegar o produto ao Médio Oriente.

Desconhece-se ainda se o carregamento encontrado em Beirute era para ser vendido, mas já foi confirmado que o avião estava de regresso à Arábia Saudita.

No mês passado o príncipe Majed bin Abdullah foi detido em Los Angeles por, alegadamente, ter forçado uma mulher a fazer sexo oral. Dois anos antes, em 2013, foram lançadas suspeitas sobre uma princesa do mesmo país que davam conta que esta tinha escravizado uma mulher queniana na sua casa também em Los Angeles. As acusações nos dois casos foram arquivadas por falta de provas.