António Costa não gosta de pôr as culpas em Bruxelas, mas afirmou, neste sábado, que “o Orçamento do Estado estava melhor antes da intervenção da Comissão Europeia”. O primeiro-ministro defendeu que nas negociações com Bruxelas não foi sacrificado nada “essencial”, mantendo os compromissos com os eleitores socialistas e com os partidos à esquerda que apoiam o Governo no Parlamento. E deixou críticas ao comportamento da direita nas últimas semanas.

“Lamentável”, foi como António Costa qualificou o comportamento do PSD e do CDS nas últimas semanas, enquanto o Governo negociava o esboço do Orçamento do Estado com a Comissão Europeia. “Havendo negociação entre Portugal e União Europeia, só há um lado para estar”, indicou o primeiro-ministro perante uma plateia repleta numa sessão de esclarecimento organizada pelo PS onde várias pessoas interpelaram diretamente o socialista.

O primeiro-ministro disse que “as divergências sobre quadros de previsão são normais” e que um dos maiores equívocos foi o facto de a Comissão julgar que medidas eram definitivas quando era “de natureza temporária” – “Por ela própria ou porque foi induzida em erro”.

Quanto ao Orçamento apresentado na sexta-feira no Parlamento, o primeiro-ministro não duvida que a proposta inicial que o Governo a Bruxelas era “melhor”. “As pessoas conhecem a proposta de OE que tínhamos antes desta discussão e o que apresentámos depois. Conseguimos fazer esta discussão salvaguardando compromisso essenciais com eleitores e com os partidos que nos apoiam no Parlamento”, defendeu o socialista.

Sobre os impostos e quem ficou a ganhar ou perder com este orçamento, António Costa afirmou que “todos aqueles que trabalham, ganham relativamente ao ano anterior” e que o conselho que deixa a quem viu o preço do tabaco, dos combustíveis e do crédito a aumentar é que usem “mais transportes públicos”, que “deixem de fumar” e que “moderem” o recurso ao crédito.

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