O Conselho Insular e a Citroën assinaram na passada semana um acordo visando a aquisição de uma frota de veículos E-Mehari, os primeiros em Espanha, para servir as áreas associadas à mobilidade e ao turismo.
A decisão do poder local, agora anunciada, tem uma componente racional e outra sentimental. Comecemos pela segunda. O coração de Formentera ainda bate mais depressa quando se fala no Mehari, veículo que reinou nos anos 60 na simpática ilha vizinha de Ibiza, cuja vida descontraída e próxima da natureza sempre esteve em sintonia com o simpático e “cool” modelo da Citroën.
O segundo motivo, o racional, prende-se com o grande investimento que o governo desta ilha das baleares tem realizado na rede de carga de veículos eléctricos, para os quais instalou 12 pontos com capacidade para 32 automóveis. Parece pouco mas, face aos apenas 12 mil habitantes, dá uma média de quase 2700 pontos por milhão de habitantes, bem superior aos 16 postos/milhão da média espanhola. Mesmo Portugal, cujo investimento na rede eléctrica MOBI.E foi imenso, sobretudo face à reduzida procura, não ultrapassa os 135 postos/milhão.
O E-Mehari é um veículo curioso, construído com painéis de plástico termoformado, como acontecia no modelo original, mas agora com uma estética que faz lembrar o C4 Cactus, mas aberto e com um aspecto muito radical. Apesar de ser um Citroën, o E-Mehari é na realidade fabricado pela Bolloré, especializada em veículos movidos a electricidade. O seu motor de 68 cv é alimentado por uma bateria de 30 kWh de capacidade, o que lhe permite uma autonomia de 200 km em ritmo urbano, ou cerca de metade em condução despreocupada em estrada, onde consegue uma velocidade máxima de 110 km/h. Para recarregar a bateria, o E-Mehari necessita de estar ligado 8 horas a um posto de carga público (220 V a 16 A), ou 13 horas a uma tomada doméstica (220 V a 10 A).