É assim desde 2014: a Câmara Municipal do Porto assume a organização da Feira do Livro do Porto. Este ano não é exceção. O evento que celebra a literatura e os livros, regressa aos jardins do Palácio do Cristal na Avenida das Tílias, de 2 a 18 de setembro. A edição conta com uma homenagem ao escritor Mário Cláudio e 131 stands para percorrer e folhear, sendo que alguns são estreias, como a Livraria Lello.

Esta edição não se distancia da Feira do Livro do ano passado: em 2015, o evento contava com 130 bancas de livros — este ano tem mais uma. A receita para atrair leitores (sejam eles, nacionais ou estrangeiros) continua assente na diversidade indústria literária, com os alfarrabistas, as editoras e as instituições a conviver entre livros. Os números avançados pela autarquia são estes: 69 editoras, 26 livrarias, 16 alfarrabistas, 12 instituições e 8 distribuidoras. Pela primeira vez, a fazer “render o seu peixe” ou melhor os seus livros no evento, está por exemplo, a Livraria Lello e a Chiado Editora.

O tema do evento em 2016 é “Ligação” e o homenageado é o escritor portuense Mário Cláudio — em 2015, as honras couberam a Agustina Bessa-Luís e em 2014, Vasco Graça Moura teve uma homenagem póstuma na Feira do Livro. Uma das tílias dos jardins do Palácio de Cristal vai passar a ter o nome de Mário Cláudio, um dos momentos altos do programa de homenagem, à semelhança do que aconteceu com os outros dois escritores.

Os últimos trabalhos do escritor de 74 anos são Retrato de Rapaz (2014), O Fotógrafo e a Rapariga e Astronomia (ambos de 2015) e o mais recente, Trilogia da Mão (2016). Na sua carreira conta com o Prémio Pessoa em 2004, o Prémio Clube Literário do Porto em 2005 e o Prémio Vergílio Ferreira em 2008.

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A obra mais recente de Mário Cláudio publicada pela Dom Quixote. O preço é 16,90 euros

Este é o terceiro ano em que apenas a Câmara Municipal do Porto fica responsável pela Feira do Livro, depois de um diferendo entre a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) — antiga organizadora — e a autarquia. A falta de acordo entre as duas entidades, relativamente às verbas destinadas ao evento, fez com que o Porto não tivesse uma feira do livro em 2013. A APEL cancelou a edição daquele ano, alegando não ter financiamento suficiente para o evento, que já tinha “casa fixa” na Avenida dos Aliados.

Em 2015, a associação mostrava interesse em voltar a organizar a Feira do Livro do Porto, mas tal nunca se verificou. Em Lisboa, a APEL continua a realizar a Feira do Livro — a edição deste ano aconteceu em junho no Parque Eduardo VII.

Nos últimos dois anos, a Feira do Livro recebeu em cada edição cerca de 200 mil visitantes, segundo a autarquia. Este ano, os horários sofrem ligeiras mudanças: os leitores podem percorrer as bancas de livros, todos os dias, a partir do 12h; no ano passado, visitar a feira à hora de almoço, só acontecia ao fim de semana.