O Governo mexicano pretende extraditar no início de 2017 para os Estados Unidos o narcotraficante Joaquín “El Chapo” Guzmán, anunciou esta sexta-feira o comissário Nacional da Segurança, Renato Sales Heredia, numa entrevista a uma televisão.
“Esperamos [proceder à extradição] em janeiro ou fevereiro”, disse Renato Sales Heredia em declaração à cadeia privada Televisa.
O pedido de extradição foi formulado por tribunais dos Estados Unidos e indiciam o chefe do cartel de Sinaloa por morte e tráfico de drogas. O caso está atualmente a cargo da justiça mexicana, que deve anunciar em breve a sua decisão.
José Refugio Rodríguez, advogado de “El Chapo”, reagiu ao considerar que “será muito difícil que [a extradição ocorra] entre agora e janeiro”.
Guzmán foi capturado em fevereiro de 2014 após 13 anos em fuga, mas escapou um ano mais tarde de prisão de máxima segurança de Altiplano, perto da Cidade do México, através de um túnel com 1,5 quilómetros, humilhando o Presidente Enrique Peña Nieto.
Após ser recapturado em janeiro no seu Estado natal de Sinaloa, foi enviado para a mesma prisão. Mas em maio foi transferido para outra prisão em Ciudad Juárez, uma cidade na fronteira com o Texas e que já foi considerada uma das cidades mais violentas do mundo devido às guerras entre cartéis.
Peña Nieto hesitou na extradição de Guzmán antes da sua fuga em julho de 2015, ao admitir preferiu um julgamento no México.
Mas após ter sido recapturado, o Presidente ordenou ao gabinete da procuradoria que acelerasse o processo de extradição.
Caso se concretize, aguarda-se um mega julgamento nos EUA para um homem cujo cartel tem sido acusado de numerosos assassinatos de fornecer toneladas de cocaína e outras drogas ao vasto mercado norte-americano.