A Tesla entendeu, até como forma promocional, que os seus clientes, depois de pagarem cerca de 100 mil euros – e por vezes mais – por um automóvel eléctrico, era da máxima justiça usufruírem de energia gratuita para recarregar as baterias. E assim o fez durante algum tempo. Mas como as vendas não param de aumentar e prometem atingir os 500.000 veículos por ano com a chegada do Model 3, o investimento do construtor em energia ameaçava tornar-se num problema, pelo que importava tomar medidas e cortar custos.

Segundo a decisão agora anunciada pelo construtor americano, todos os Tesla Model S e Model X comprados até 31 de Dezembro continuarão a ter energia grátis nas 734 estações de carga (com vários supercarregadores cada uma delas) que há espalhadas pelo mundo, a maioria nos EUA. Mas as unidades vendidas a partir do primeiro de Janeiro usufruirão apenas, de forma gratuita, de 400 kWh por ano (o que equivalente a 1.600 km), o que num Model S 100D equivale a recarregar quatro vezes por completo a bateria. Tudo o resto é a pagar, com a marca a prometer um valor acessível, embora sem o divulgar. Isto para Portugal não será um problema, pois os poucos superchargers que estão previstos construir não deverão arrancar antes de 2017.

Estes supercarregadores conseguem transferir para um Tesla, em apenas 30 minutos, a energia necessária para que percorra 270 km, contra apenas 136 km se for utilizado, em alternativa, um posto de carga público, e somente 27 km se ligarmos as baterias à tomada lá de casa.

Obviamente isto representa um encargo extra para os consumidores, mas a verdade é que quem adquire um Model S, ou X, está tão preocupado com a conta da electricidade, como um condutor de um Ferrari está obcecado com os gastos com a gasolina da sua máquina. Mas é bom reter este exemplo, mais que não seja para os condutores portugueses se prepararem para o que vem aí. É que, mais cedo ou mais tarde – quando o parque circulante for mais elevado –, também os postos públicos da Mobi.E em Portugal passarão a cobrar pela energia, que hoje fornecem à borla.

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