O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) considerou, esta segunda-feira, em reação à investigação “Jogo Duplo”, que os jogadores “são presas fáceis para os que usam o futebol para enriquecer de forma criminosa”.
Em causa está a investigação a uma eventual viciação de resultados — denominada de operação “Jogo Duplo” — levada a efeito a 14 de maio, incidindo na última jornada da edição de 2015/16 da II Liga, e que resultou em 15 detenções por todo o país, entre jogadores, dirigentes e empresários.
Mais recentemente, os jogadores Ansumane (Felgueiras), Pedro Oliveira (Gafanha), João Carela (Estarreja), Hugo Moedas (Águeda), Rafael Veloso (Belenenses) e André Almeida (Real) foram impedidos de jogar enquanto decorre a investigação.
Ansumane, Pedro Oliveira, João Carela e Hugo Moedas jogavam na Oliveirense e Rafael Velosos e André Almeida no Oriental, duas das equipas que desceram de divisão no final da época de 2015/16.
A decisão foi tomada pelo Tribunal da Relação de Lisboa, a pedido do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, por existir o perigo de “continuação da atividade criminosa”. Não obstante o número de envolvidos na operação “Jogo Duplo”, e das diferentes funções exercidas pelos implicados, o SJPF alertou que o jogador é o mais afetado.
Seja ao nível da exposição pública, do dano para a carreira desportiva e até do próprio sancionamento disciplinar e criminal”, refere em comunicado o SJPF.
Além disso, o SJPF considera que “em Portugal a viciação de resultados é um fenómeno que tem fatores potenciadores de risco, como seja o incumprimento salarial e falta de financiamento dos cubes”.
A estes factos, o SJPF junta “a ausência de mecanismos eficazes no licenciamento e fiscalização da idoneidade dos investidores, o que leva a que o jogador seja «presa fácil» para aqueles que pretendem corromper a essência do futebol, combinando resultados para assim lucrarem através de apostas ilegais”.
Para combater o match-fixing, o SJPF e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) apresentaram, recentemente, o projeto “Anti Match-Fixing — Deixa-te de Joguinhos”, que visa combater a viciação de resultados no futebol. Para o presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, é importante que haja uma cooperação a todos os níveis para assim se conseguir erradicar totalmente esta prática do futebol.