Há algumas semanas que a Proton – a lutar com reconhecidas dificuldades financeiras, que até já levaram à intervenção do governo malaio no sentido de recuperar a marca – anunciou estar aberta a propostas por parte das suas congéneres de dimensão internacional que permitam estabelecer uma nova parceria estratégica. O pedido de auxílio parece ter tido acolhimento, e em latitudes completamente distintas, sendo já vários os indícios que apontam para que tanto a francesa PSA, como a chinesa Geely, estejam na disposição de aliar-se ao construtor asiático nesta sua luta pela sobrevivência.

Para qualquer um dos putativos candidatos, o principal benefício a retirar de uma eventual aliança será óbvio: incrementar a respectiva presença no sudoeste asiático. Algo que será particularmente caro ao grupo francês, liderado pelo português Carlos Tavares, que tem planos para crescer em quase todas as regiões do globo, incluindo aquelas em que a Proton tem maior aceitação.

Mas há mais. Convém não esquecer que do portefólio da Proton faz parte a Lotus. O reputado fabricante britânico de desportivos, que pode até nem ser um exemplo de rentabilidade, usufrui de um invejável capital em termos de imagem, assim como de avançadas soluções de engenharia, nomeadamente no que respeita ao desenvolvimento e à produção de automóveis desportivos de baixo peso, elevadas prestações e eficaz desempenho dinâmico.

A confirmarem-se os mais recentes rumores, a Geely poderá apresentar a sua proposta já no início da próxima semana – algo que a própria PSA aguarda por ver confirmado, antes de avançar com a sua oferta. Em cima da mesa estará a disponibilização, à Proton, de algumas das mais recentes e evoluídas tecnologias para automóveis (ou não fizesse a sueca Volvo parte integrante do conglomerado), que lhe permitam aumentar a sua penetração nos mercados de volante à direita (incluindo a Malásia, o Reino Unido, a Índia e a Austrália) – nos quais a presença da Geely é, basicamente, nula. Em contrapartida, os chineses pretenderão ficar no controlo das operações, exigindo para tal adquirir, no mínimo, 51% do capital.

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