Asia Bibi, uma paquistanesa cristã, mãe de cinco crianças, foi condenada à morte por ter proferido comentários “depreciativos” sobre o Islão. Emily Clark, uma cidadã britânica, decidiu lançar uma petição online e apelou a líderes políticos para ajudarem a travar a execução.

Sete deputados portugueses não ficaram indiferentes a esta história e enviaram uma carta para o primeiro-ministro, Mian Nawaz Sharif, e o Presidente do Paquistão, Mamnoon Hussain. “O caso da cristã paquistanesa Asia Bibi arrasta-se há demasiado tempo. São conhecidos a dor e o sofrimento que provocam, a ela própria, aos seus filhos, à sua família e aos seus próximos. A prolongada e violenta injustiça de que tem sido objecto e a ameaça de execução por pena de morte que sobre ela continua a pesar constituem uma mancha terrível no nosso século”, pode ler-se no início da carta.

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José Ribeiro e Castro, António Braga, António Prôa, Carina Oliveira, Lídia Bulcão, Raul Almeida e Teresa Anjinho expressaram ainda o choque por extremistas terem assassinado políticos paquistaneses que se opunham à chamada “lei da blasfémia”, o que, acusam, viola a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O apelo dos deputados portugueses ficou expresso numa lista com cinco alíneas:

1- Seja posto termo definitivamente ao processo contra Asia Bibi.

2- Seja garantida a vida e a liberdade de Asia Bibi.

3- Sejam protegidos os direitos fundamentais dos filhos e da família da cristã Asia Bibi.

4- Seja eficazmente combatida toda a perseguição religiosa no Paquistão, como é reclamado pelas declarações de direitos universais.

5- Seja revogada a lei da blasfémia, fonte frequente de injustiças e perseguições, vista internacionalmente como o pior instrumento de repressão religiosa no Paquistão.

Os sete deputados portugueses enviaram ainda uma carta à embaixadora do Paquistão em Portugal, Humaria Hasan, para agendar uma reunião e abordar o caso de Asia Bibi pessoalmente. “Mantemos o desejo e o interesse em reunirmo-nos pessoalmente com V. Ex.a, Senhora Embaixadora, não só para fazer entrega do original desta carta, a que outros colegas, entretanto, se juntarão, mas também para abordarmos de viva voz este tema, que causa grande comoção. Ficamos, assim, a aguardar essa marcação para a data que V.Ex.a possa”, pode ler-se na carta a Hasan.