Há calcanhares, remates de meia-distância, chapéus e pontapés de moinho. Para todos os gostos e feitios. As finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus, agora Liga dos Campeões, já contam com centenas de golos desde 1956, ano em que o Real Madrid venceu o Stade Reims por 4-3. Mas há alguns que nunca se esquecem. E um deles é exatamente de Zidane, atual treinador dos merengues que poderá bisar como técnico na maior prova europeia de futebol. Há ainda Madjer, Koeman, Ricken, Del Piero ou Gullit entre dez dos melhores golos de sempre em finais. Será que alguém do Real Madrid ou da Juventus conseguirá agora em Cardiff juntar-se à lista?

Zidane, Real Madrid (2000: Bayer Leverkusen, 2-1)

O Hampden Park, em Glasgow, recebeu a final de 2002 entre Real Madrid e Bayer Leverkusen. Os merengues partiam como claros favoritos, mas a equipa alemã tinha impressionado até ao jogo decisivo, afastando equipas como Arsenal, Juventus, Liverpool e Manchester United. Raúl inaugurou o marcador aos oito minutos, Lúcio empatou aos 13’ mas seria quase em cima do intervalo que surgiria o golo decisivo. E que golo! Após cruzamento da esquerda, Zidane apanhou a bola de primeira e colocou no ângulo com um pontapé de moinho de pé esquerdo.

Lars Ricken, Borussia Dortmund (1997: Juventus, 3-1)

Ottmar Hitzfeld acertou na mouche. Melhor era mesmo impossível. A 20 minutos do final, com o Borussia Dortmund a ganhar por 2-1 à Juventus no Estádio Olímpico de Munique (bis de Riedle, um golo de Del Piero), Lars Ricken rendeu Stéphane Chapuisat. O jogo recomeçou, Paulo Sousa ganhou uma bola a meio-campo, os alemães vieram para a frente e o médio ofensivo, na primeira vez que tocou na bola, fez um fantástico chapéu a Peruzzi que decidiu a final (3-1). Zidane fazia parte da Vecchia Signora comandada por Marcello Lippi.

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Madjer, FC Porto (1987: Bayern, 2-1)

Fez na semana passada 30 anos mas ainda está bem fresco na memória de todos os portugueses: o FC Porto não era favorito contra o Bayern na final de Viena, mas um golo de calcanhar de Madjer, aos 77′, abriu portas para a primeira vitória europeia de sempre dos dragões, que ficaria confirmada mais tarde por Juary (79′).

Gerd Muller, Bayern (1974: Atl. Madrid, 4-0)

Em 1974, quando uma final acabava empatada havia lugar a uma finalíssima. E o Bayern chegou lá quase por milagre: Aragonés deu vantagem ao Atl. Madrid a seis minutos do final do prolongamento mas, aos 120’, Schwarzenbeck fez o 1-1 que adiou a decisão para dois dias depois. Aí, os bávaros foram esmagadores com Gerd Müller inspirado: num dos dois golos que marcou fez um chapéu fantástico a Miguel Reina. Hoeness também bisou no 4-0 para o Bayern no Estádio de Heysel.

Ronald Koeman, Barcelona (1992: Sampdoria, 1-0 a.p.)

Wembley acolheu em 1992 uma final de titãs na linha ofensiva, com Laudrup, Stoichkov e Júlio Salinas do lado do Barcelona e a dupla Vialli-Mancini na equipa da Sampdoria. No entanto, e a oito minutos do final do prolongamento, quem decidiu foi mesmo um defesa. De livre, claro: Ronald Koeman aplicou o seu pé-canhão para decidir o encontro.

Savicevic, AC Milan (1994: Barcelona, 4-0)

Ainda estávamos naquele período em que cada equipa podia apenas utilizar três jogadores estrangeiros. Do lado do Barcelona tínhamos o holandês Ronald Koeman, o búlgaro Hristo Stoichkov e o brasileiro Romário; já o AC Milan apresentava o francês Marcel Desailly, o croata Boban e o jugoslavo Savicevic. O último era quiçá o menos conhecido dos mais conhecidos na Europa do futebol, mas nem por isso deixou de fazer o melhor golo, num fabuloso chapéu a Zubizarreta quando os italianos já venciam por 2-0 com bis de Massaro no Estádio Olímpico de Atenas.

Felix Magath, Hamburgo (1983: Juventus, 1-0)

A Juventus tinha um ataque temível, com Michel Platini, Boniek, Paolo Rossi e Marco Tardelli. Mas quem brilhou mesmo foi Feliz Magath, que apontou um extraordinário golo de fora da área logo aos nove minutos, sem hipóteses para Dino Zoff, que se viria a revelar decisivo, face à capacidade que a defesa do Hamburgo conseguiu ter para controlar as investidas dos comandados de Giovanni Trapattoni. A final disputou-se no Estádio Olímpico de Atenas.

Del Piero, Juventus (1997: Borussia Dortmund, 1-3)

Foi um dos melhores golos dos muitos que Alessandro Del Piero marcou ao longo da carreira, mas neste caso acabou de nada valer: na final de 1997, que ficou sentenciada por uma obra de arte de Lars Ricken, o avançado italiano ainda deu esperança à Juventus aos 66’, ao reduzir a vantagem do Borussia Dortmund para 2-1 com um soberbo toque de calcanhar.

Amancio, Real Madrid (1966: Partizan, 2-1)

O Real Madrid ganhou as primeiras cinco edições das Taça dos Campeões Europeus, entre 1956 e 1960. Depois, entre triunfos do Benfica, do AC Milan e do Inter, os merengues tiveram de esperar até 1966 até conquistarem a prova. Mas não foi fácil: no Estádio de Heysel, Vasovic adiantou o Partizan aos 55’, mas Amancio, com uma jogada individual fantástica a partir os rins ao defesa contrário, empatou aos 70’. Serena fez o 2-1 final aos 76’.

https://www.youtube.com/watch?v=GY2WaSlVHSI&t=97s

Ruud Gullit, AC Milan (1989: Steaua Bucareste, 4-0)

O Camp Nou, em Barcelona, recebeu uma das finais mais desequilibradas da competição, muito por culpa do tridente holandês que abrilhantava a grande equipa do AC Milan orientada por Arrigo Sacchi: Frank Rijkaard, Ruud Gullit e Marco van Basten. E com o resultado em 2-0 na primeira parte frente ao Steaua de Lacatus, Piturca e Hagi, Gullit aumentou a vantagem (acabaria 4-0) com um golo de classe à entrada da área após solicitação da esquerda.

https://www.youtube.com/watch?v=UursGL-Up3I