Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, … E a lengalenga continuava até chegar a Plutão – os planetas do sistema solar como os aprendemos na escola primária. Anos mais tarde Plutão era despromovido de planeta principal neste conjunto, mas a busca por planetas exteriores a Neptuno nunca parou e para alguns cientistas há a probabilidade de existirem planetas mais exteriores é cada vez maior, segundo noticia o site I Fucking Love Science.
Em 2006, Plutão deixou de fazer parte do grupo de planetas principais do sistema solar, porque, ao contrários dos planetas principais, os planetas anões podem ter outros corpos celestes com quem partilham as órbitas, além das respetivas luas – no caso da Terra, a órbita é apenas percorrida pela própria e pela Lua. Mas Plutão não é o único planeta anão do sistema solar. Já se conhece Ceres na cintura de asteroides, entre Marte e Júpiter, e Eris, Makemake e Haumea, para lá do limite de Neptuno.
Para os irmãos Carlos e Raul de La Fuente Marcos, investigadores na Universidade Complutense de Madrid, a existência de planetas anões, depois da órbita de Plutão, como Sedna e Biden (ou 2012 VP113), permitem especular sobre a existência de outros planetas na parte mais externa do sistema solar, conforme propuseram na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society Letters. As órbitas destes planetas anões, e de mais 10 objetos celestes, que os levam muito mais longe do que qualquer outro planeta já conhecido, mas sem nunca estarem mais próximos do Sol do que Neptuno, podem ser influenciadas pela existência de um verdadeiro planeta – o “Planeta X”, um planeta exterior a Neptuno, cuja busca já dura há mais de um século.
Os investigadores norte-americanos Chadwick Trujillo e Scott Sheppard já tinham referido na Nature que a órbita destes dois planetas e de 10 objetos que têm periélio (ponto mais próximo do Sol durante a órbita) muito próximos uns dos outros pode trazer novas hipóteses para o estudo do sistema solar, noticia a Science News. Por um lado, podem existir muitos mais planetas e corpos celestes desconhecidos para lá da órbita de Plutão. Por outro, pode existir um planeta com uma massa grande, que exerça uma grande força gravítica e que permita manter estes 12 astros neste tipo de órbitas.
Contudo existem astrónomos que se mantêm cautelosos. “A parte exterior do sistema solar pode estar cheia de todos os tipos de coisas interessantes e nunca vistas. Mas o argumento para um ‘perturbador’ maciço é um pouco intrigante”, disse David Jewitt, investigador na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (Estados Unidos). Por um lado, como 10 dos 12 astros se aproximam de Neptuno pode ser a força gravítica deste planeta a influenciados e não outra. Por outro, 12 corpos celestes é uma amostra pequena e a proximidade dos periélios pode ser apenas uma ilusão causada pelos telescópios.
A discussão sobre a possibilidade de existirem planetas tão longe do Sol ou de outros corpos mais afastados no sistema solar vai manter-se e a investigação também. “Ainda não explorámos todo o sistema solar, por isso as pessoas querem acreditar que existe alguma coisa lá fora”, disse Scott Sheppard.
Correção: o nome do planeta anão é Sedna