“Está na altura de reformular o nosso modelo”, disse o primeiro-ministro António Costa em conferência de imprensa, a propósito do atual mecanismo de combate aos incêndios. Objetivos primeiros: alcançar “uma maior resistência ao risco de incêndio” e estruturar “um melhor sistema de combate aos incêndios”.

Apesar de ter classificado o deste domingo como um “dia terrível”, com o sistema de Proteção Civil a ter de “responder a mais de 500 ocorrências”, com um grande número de “perdas de vidas humanas” a assinalar, António Costa frisou as diferenças entre os incêndios que neste momento assolam grande parte do país e os que devastaram a zona de Pedrógão Grande em junho.

“Pedrógão será sempre um caso único”, sublinhou o primeiro-ministro, não só pela “dimensão trágica de perdas de vidas humanas”, mas também pela dimensão dos “danos materiais”.

Ainda assim, e tal como disse por ocasião dos fogos de junho, voltou a repetir esta segunda-feira: não quer nem ouvir falar em demissões. “Este não é um tempo de demissões, é um tempo de soluções.”

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Passarão — as soluções –, diz Costa, pela execução da Reforma da Floresta, mas também pela transformação em medidas das recomendações feitas no relatório da comissão técnica independente, entregue na passada sexta-feira ao Ministério da Administração Interna.

É para isso, lembrou o primeiro-ministro, que vai servir o Conselho de Ministros extraordinário do próximo sábado, dia 20. “A reforma da floresta não esgota as consequências a retirar deste verão dramático. A principal responsabilidade do governo é concretizar em medidas as conclusões e recomendações do relatório”, começou por dizer António Costa. Para logo a seguir garantir: “Depois deste ano nada pode ficar como antes”.

Sobre a questão dos fogos de origem criminosa, António Costa informou que as Forças Armadas foram chamadas ao terreno para “dissuadir o fogo posto”. E enalteceu o trabalho das autoridades nessa área: “É importante sublinhar que a GNR e a PSP quase duplicaram o numero de suspeitos identificados desde o ano passado”.

Questionado sobre se o Estado português vai assegurar o pagamento de indemnizações às vítimas dos incêndios deflagrados a 15 de outubro, António Costa respondeu também com Pedrógão Grande: “Assumimos todas as responsabilidades que tivermos de assumir. O Estado tem de ser uma pessoa de bem. Como sabem, na Assembleia da República já está aprovado um mecanismo extra-judicial de apoio às vítimas de Pedrogão Grande, que é passível de alargamento a vítimas de incêndios noutras zonas do país”.