Cristiano Ronaldo era o principal candidato a receber esta quinta-feira a Bola de Ouro — prémio para o melhor futebolista do ano atribuído pela revista France Football. E recebeu mesmo, pela quinta vez. A quarta nos últimos cinco anos. Messi foi segundo e Neymar terceiro. Depois da entrega, Ronaldo começou por dizer:

Sinto-me feliz, é um grande momento. No ano passado fizemos [Real Madrid] uma grande temporada. É claro que os troféus ajudam a receber estes prémios individuais. Quero agradecer ao Real Madrid. E a todas as pessoas que me ajudaram durante a temporada.”

A mãe de Cristiano Ronaldo, Dolores Aveiro, e o filho mais velho, Cristianinho, subiriam depois ao palco — a namorada, Georgina Rodríguez, continuaria sentada na plateia. Quando questionado sobre se o filho seria futebolista como o pai, Ronaldo responderia: “Acho que o meu filho tem algo de especial. Mas não lhe coloco pressão”. O anfitrião da cerimónia, o ex-futebolista David Ginola, “provocou” depois Ronaldo, sugerindo que Cristianinho era tão bom (a julgar pelos vídeos do petiz) quanto o pai a bater livres. “Livres? Se calhar até bate melhor do que eu…”, gracejou Ronaldo.

Seguiu-se, na cerimónia, a exibição de um vídeo em que dois ex-treinadores de Cristiano Ronaldo, László Bölöni (Sporting) e Alex Ferguson (Manchester United), falaram sobre os méritos deste. Na hora de agradecer, Ronaldo lembrou a importância de Bölöni e Ferguson no seu percurso, como lembraria a de Carlo Ancelotti, Zinedine Zidane e, até, Fernando Santos.

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Mas esqueceu-se (ou não) de lembrar José Mourinho, com quem trabalhou no Real Madrid — numa relação treinador-jogador nem sempre fácil. “Aprendemos sempre com os treinadores. Foi ótimo trabalhar com todos. Trabalho muito, é verdade, mas preciso de ter um líder. Estes treinadores foram exemplos para mim”, explicou Ronaldo.

David Ginola passaria depois a palavra a Fernando Santos, na plateia, e desafiou o selecionador a fazer uma pergunta a Cristiano Ronaldo. “O que é que queres para o Natal?”, perguntou Fernando Santos, respondendo Ronaldo de pronto: “Um novo bebé”.

Depois, emendou o pedido e deixou um desejo para o futuro: “Não… estou a brincar! Não, não, não… Mas o meu desejo, nunca o escondi, é ter sete bolas de ouro e sete filhos.”

A terminar a gala da France Football, David Ginola chamaria Georgina Rodríguez ao palco para lhe oferecer um presente: um babygrow (para a filha de ambos, Alana Martina) com as cinco bolas de ouro que Ronaldo recebeu impressas.

Antes, o capitão da Seleção (que ainda recentemente ganhou o prémio “The Best”, atribuído pela FIFA) havia conquistado a Bola de Ouro em 2008, 2013, 2014 e 2016 — as três últimas atribuídas em conjunto pela France Football e pela FIFA.

Mas porque é que Ronaldo venceu? Mesmo sendo o prémio individual, o peso que as conquistas pelos respetivos clubes tem é sempre determinante na atribuição.

https://www.youtube.com/watch?v=mDawCxFRVHk

Ronaldo venceu a La Liga, a Liga dos Campeões, a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes na última época. Messi, por exemplo, que é também um candidato “do costume”, venceu “apenas” a Taça do Rei e a Supertaça espanhola.

Quanto ao que individualmente um e outro fizeram, estamos na presença de dois futebolistas que pulverizam estatísticas. Ronaldo foi o melhor goleador da Champions com 12 golos. Ao todo, e somando todas as provas ao longo da época, fez 42 golos em 46 jogos. Curiosamente, esta até foi a segunda pior época de Ronaldo (quanto a golos, claro) em Madrid — só na primeira (2008/09; 33 golos em 35 jogos) fez menos, mas tinha a “desculpa” de ser à época mais extremo do que avançado. Quanto a Messi, fez na última época 52 jogos… e 54 golos. Foi o melhor goleador da Europa, vencendo a Bota de Ouro.

Sem os dois “extraterrestres” — que desde 2008 arrecadam o troféu –, sabe quem teria sido vencido a Bola de Ouro nos últimos anos?

Entretanto, ao longo da tarde, a France Football (e contados que estavam os votos dos 173 jornalistas de todo o mundo que participam na eleição) foi anunciando os últimos classificados. Eis a lista final:

1.º Cristiano Ronaldo (Real Madrid/Portugal)
2.º Lionel Messi (Barcelona/Argentina)
3.º Neymar (PSG/Brasil)
4.º Gianluigi Buffon (Juventus/Itália)
5.º Luka Modric (Real Madrid/Croácia)
6.º Sergio Ramos (Real Madrid/Espanha)
7.º Kylian Mbappé (PSG/França)
8.º N’Golo Kanté (Chelsea/França)
9.º Robert Lewandowsky (Bayern/Polónia)
10.º Harry Kane (Tottenham/Inglaterra)
11.º Edison Cavani (PSG/Uruguai)
12.º Isco (Real Madrid/Espanha)
13.º Luís Suárez (Barcelona/Uruguai)
14.º Kevin De Bruyne (Manchester City/Bélgica)
15.º Paolo Dybala (Juventus/Itália)
16.º Marcelo (Real Madrid/Brasil)
17.º Toni Kroos (Real Madrid/Alemanha)
18.º Antoine Griezmann (Atl. Madrid/França)
19.º Eden Hazard (Chelsea/Bélgica)
20.º David de Gea (Manchester United/Espanha)
21.º Aubameyang (B. Dortmund/Gabão)
21.º Leonardo Bonucci (Juventus/Itália)
23.º Sadio Mané (Liverpool/Senegal)
24.º Radamel Falcao (Mónaco/Colômbia)
25.º Karim Benzema (Real Madrid/França)
26.º Jan Oblak (Atl. Madrid/Eslovénia)
27.º Mats Hummels (Bayern/Alemanha)
28.º Edin Dzeko (Roma/Bósnia)
29.º Dries Mertens (Nápoles/Bélgica)
29.º Philippe Coutinho (Liverpool/Brasil)