“A sobrevivência da TAP está em risco.” O alerta foi dado pelo presidente da empresa, Fernando Pinto, numa carta enviada aos trabalhadores da companhia a que a agência Lusa teve acesso. Fernando Pinto refere-se à atual instabilidade na empresa e apela a todos os trabalhadores que contribuam para encontrar uma solução para o futuro da TAP.
“[…] Nesta conjuntura, sinto ser meu dever dizer claramente: a sobrevivência da TAP está em risco caso se prolongue a instabilidade atual e se não normalizarmos rapidamente a relação de confiança com o nosso mercado. Se tal não acontecer, com urgência, de pouco importará saber se a TAP deve ser pública ou privada”, escreveu Fernando Pinto.
Fernando Pinto começa a carta desejando um Bom Natal aos trabalhadores, mas continua com um apelo de defesa da empresa. Embora não deseje que os trabalhadores deixem de lado as opiniões que têm ou que abdiquem das liberdades pessoais, o presidente da empresa insiste que “a TAP precisa de recuperar de imediato a imagem de confiança e qualidade que ganhou ao longo de quase 70 anos de história”. Porque “nos tempos atuais, independentemente de quem seja o seu proprietário, uma companhia de aviação só sobrevive com a confiança dos seus passageiros”.
As crises do passado podem ter “instalado a ideia de que a importância para o País a coloca a salvo de consequências negativas”, mas Fernando Pinto, que esteve esta sexta-feira reunido com os sindicatos ligados à TAP, lembra que aconteceu com outras companhias aéreas europeias – falências e privatizações. Por isso, apela a que os trabalhadores façam uma “reflexão serena”.
Esta quinta-feira foi aprovada pelo Governo uma requisição civil que abrange cerca de 70% dos trabalhadores da TAP, e que prevê que se realizem todos os voos marcados para os quatro dias da greve, conforme espera o ministro da Economia, António Pires de Lima. Depois desta decisão a TAP reabriu esta sexta-feira a venda de voos para os quatro dias – 27 a 30 de dezembro – e admite aceitar alterações segundo as disponibilidades dos voos.
O Governo pretende apresentar o caderno de encargos da venda de até 66% do grupo TAP até ao início de janeiro, para depois ser levantado pelos potenciais interessados, devendo o processo estar encerrado no primeiro semestre de 2015.