Os sindicatos ligados à TAP estiveram reunidos com a administração da empresa, a pedido do presidente, depois da requisição civil decretada na quinta-feira pelo Governo para os dias de greve, disse hoje à Lusa um sindicalista. “Fomos chamados para uma reunião com o conselho de administração”, avançou o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos Paulo Duarte, adiantando que a reunião teve início às 10h00.

Segundo o Diário Económico, a reunião com o sindicato do pessoal de terra terminou sem novidades, tanto na posição do Governo como na da plataforma sindical. A seguir ao pessoal de terra, seguiram-se as reuniões com o sindicato dos tripulantes e mais tarde com o sindicato dos pilotos.

“Fomos chamados ontem [na quinta-feira] às cinco da tarde para uma reunião pedida pelo presidente”, acrescentou o sindicalista.

Ao início da tarde, o ministro da Economia, Pires de Lima, reforçou o apelo aos sindicatos. “Gostaria que os sindicatos aproveitassem a oportunidade que o ministério da Economia lhes dá, que eu lhes dou pessoalmente de poderem influenciar o caderno de encargos da privatização da TAP que há-de ser apresentado em Conselho de Ministros ao longo do mês de janeiro. Ainda vamos a tempo de incluir nesse caderno de encargos algumas das preocupações que os sindicatos me manifestaram na reunião que tivemos na semana passada”, disse.

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Os sindicatos tinham também marcada, para hoje de manhã, a partir das 10h30, a reunião com o Governo, em sede do Tribunal Arbitral, para decretar os serviços mínimos durante a greve. E estão a analisar a possibilidade de contestar em tribunal a requisição civil decretada pelo Governo para os dias de greve, admitiu já o dirigente do SITAVA Paulo Duarte.

A reunião está a ser encarada pelo Governo como uma última hipótese de serem retomadas negociações. No Fórum da TSF, o secretário de Estado Sérgio Monteiro elogiou a iniciativa de Fernando Pinto, presidente da empresa, dizendo esperar que “a administração possa aproximar posições”. Sérgio Monteiro admitiu estar disponível para “acomodar posições” dos sindicatos no caderno de encargos se as duas partes decidirem “seguir em paz”.

O Governo aprovou na quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma requisição civil dos trabalhadores da TAP para minimizar o impacto da greve de quatro dias, entre 27 e 30 de dezembro, convocada por 12 sindicatos para contestar o relançamento da privatização da companhia aérea.

“Esta decisão visa assegurar serviços essenciais em defesa do interesse público nacional e de setores vitais na economia nacional”, justificou o Governo, no comunicado do Conselho de Ministros.

A requisição civil compreende o conjunto de medidas determinadas pelo Governo destinadas a assegurar o regular funcionamento de serviços essenciais e de interesse público ou de setores vitais da economia nacional.

Os 12 sindicatos representativos dos trabalhadores da TAP convocaram uma greve de quatro dias, entre o Natal e o Ano Novo, para contestar o relançamento da privatização da companhia, decidida em novembro, tendo solicitado a suspensão do processo até estar concluído um conjunto de negociações para salvaguardar os direitos dos trabalhadores.