Sem surpresas, Frances McDormand ganhou o Óscar de Melhor Atriz pela sua performance em “Três Cartazes À Beira da Estrada” na madrugada de segunda-feira. Sem surpresas — e a julgar pelos discursos que deu nas anteriores cerimónias dedicadas a premiar a indústria do cinema –, Frances chegou ao palco, falou e agarrou a atenção de todos. “Acompanhem-me porque tenho algumas coisas a dizer”, disse a atriz que, feito o rol de agradecimentos, colocou a estatueta dourada no chão e pediu às mulheres da sala que se levantassem em nome da diversidade.

De Óscar no chão, colocado com jeitinho e com direito a palmadinha de aconchego, Frances dirige-se para a plateia e faz o pedido da noite:

“Se me derem a honra de ter todas as mulheres nomeadas em todas as categorias a ficarem em pé comigo nesta sala, esta noite… Meryl, se te levantares, todos se vão levantar também”.

De vestido vermelho vivo, Meryl acede. Atrás dela, as restantes nomeadas acompanham-na. O pedido de Frances estende-se, depois, aos atores, realizadores, produtores, escritores e compositores, entre tantas outras figuras que tornam o cinema possível.

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“Olhem à volta, olhem, senhoras e senhores. Todos nós temos histórias para contar e projetos que precisamos que sejam financiados. (…) Vou deixar-vos com duas palavras esta noite: “inclusion rider”, diz a atriz de modo frenético. A expressão, talvez não tão conhecida quanto isso, diz respeito à crença de que tanto o género como a diversidade racial devem ser requisitos nos contratos de trabalho.

Dado o discurso, a vencedora do Óscar de Melhor Atriz pega na estatueta, faz uma vénia e retira-se ao som de uma valente salva de palmas. No final, Jimmy Kimmel diz e bem: o discurso de Frances merecia um Emmy.