O antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, comentou esta noite a demissão de Feliciano Barreiras Duarte de secretário-geral do partido, considerando que foi “uma novela inqualificável” que a sua situação se tenha arrastado até este domingo, quando os casos polémicos que envolviam o deputado social-democrata já vinham do fim-de-semana passado. Mendes considera que Feliciano levou demasiado tempo a sair e que Rui Rio “se está a deixar queimar em lume brando“.

Para Mendes, os casos que durante esta última semana envolveram o secretário-geral do PSD indicado por Rio no último congresso do partido (no final de fevereiro), prejudicaram a imagem do líder. No seu espaço de comentário na SIC, Marques Mendes diz que ficou logo claro que Barreiras Duarte “não tinha condições para continuar” e estava “a criar um prejuízo sério a Rui Rio e ao partido, porque era um ruído insuportável”.

Sobre isto, Mendes diz mesmo que Rio Rui Rio “não está a perceber algumas coisas importantes: devia ter decidido isto de forma mais rápida e eficaz e em primeiro lugar por causa da sua imagem”. O antigo líder do PSD considera que o principal capital de Rio é a sua “imagem de seriedade e de pessoa de princípios. Não tem propriamente imagem de grande estadista, de grande ideólogo, a imagem é de seriedade e ao estar a pactuar com estas situações, dias e dias a fio, dá cabo do melhor que tem”. Diz que não percebeu Rio esta última semana e disse que o líder do PSD “andou aos bonés”.

Tem a imagem de uma pessoa corajosa que corta a direito. Onde é que está a coragem? Onde corta a direito? Fala do banho de ética mas não acontece nada?”

E ainda acredita que estes casos vão continuar a aparecer porque “não há vazios em política”: “Enquanto não tiver causas para apresentar, vai ter casos como estes”. Por enquanto, a situação tem favorecido o primeiro-ministro e líder do PS, acredita o comentador que diz mesmo que “António Costa assiste de palanque a tudo isto”.

Sobre Barreiras Duarte e o dado falso no seu currículo — diz ser investigador convidado da universidade da Califórnia em Berkeley — Marques Mendes considera-o “uma saloice e uma bacoquice”.

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