O ministro das Finanças da Grécia, Gikas Jardúvelis, disse nesta segunda-feira que o país “não tem problemas de liquidez” num discurso claramente dirigido aos mercados por causa da marcação de eleições legislativas antecipadas. “Não há problemas de liquidez. Se tivessem surgido teríamos emitido Títulos do Tesouro. Creio que vamos necessitar de liquidez em março”, disse Jardúvelis, em declarações transmitidas através da televisão logo após o resultado da terceira votação parlamentar que afastou hoje definitivamente a eleição do chefe de Estado obrigando à realização de eleições antecipadas.
Stavros Dimas, antigo ministro e ex-comissário europeu, era o nome proposto pelo partido da Nova Democracia, no poder em coligação com os socialistas do PASOK, mas não conseguiu passar em nenhuma das três votações parlamentares, sendo que as eleições legislativas vão ser obrigatoriamente antecipadas, tendo sido marcadas hoje para o próximo dia 25 de janeiro.
Devido à nova situação política, o ministro das Finanças manifestou receio sobre a eventualidade de atrasos nas reformas empreendidas pelo Governo do primeiro-ministro, Antonis Samaras. “Penso que se vão verificar atrasos nas reformas. Se estivermos vigilantes recuperaremos o tempo perdido. Mas, há dificuldades”, disse o ministro das Finanças.
A troika de credores, constituída pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu e União Europeia devia regressar à Grécia em meados do próximo mês de janeiro para uma nova avaliação do programa de reformas. No entanto, o FMI anunciou já que a nova tranche de ajuda só será libertada após a tomada de posse do Governo que sair das eleições de janeiro.
A Grécia pretende substituir o resgate por um “crédito reforçado” com condições menos austeras. Alexis Tsipras, líder do partido Syriza, de esquerda, e que lidera todas as sondagens eleitorais já afirmou que não vai aceitar qualquer acordo que venha a ser assinado pelo atual governo.
Jardúvelis disse, no entanto, que vai representar a Grécia na próxima reunião do Eurogrupo marcada para o dia 26 de janeiro, um dia depois das eleições legislativas antecipadas.