Hayat Boumedienne, companheira de Amedy Coulibaly, procurada por supostamente ter ajudado este último a matar uma mulher polícia em Montrouge e a barricar-se num supermercado judaico em Porte de Vincennes, estará na Síria, segundo as últimas informações obtidas pela polícia francesa. As autoridades pensam que Hayat, de 26 anos, viajou de avião de Madrid para Istambul no segundo dia do ano, na companhia de um homem cujo irmão está referenciado pelos serviços secretos.
Depois disso, ainda não se sabe ao certo, mas a polícia turca está convencida de que a companheira de Amedy terá passado a fronteira da Turquia para a Síria no dia 8 de janeiro, ou seja, o dia em que Amedy assassinou uma polícia e um dia depois do atentado à redação do Charlie Hebdo.
Mas as informações são contraditórias. Segundo uma fonte bem posicionada junto da investigação, em declarações à AFP, Hayat e Amedy foram vistos em Paris na quinta-feira à noite, véspera do sequestro ao supermercado. Algumas testemunhas viram-nos a sair de um táxi e, pensa a polícia, terão passado a noite juntos.
Les selfies de Coulibaly et de sa compagne, arbalète à la mainhttp://t.co/USqEhJmIr9 pic.twitter.com/rCgmKESaQA
— Le Monde (@lemondefr) January 9, 2015
A ligação de Amedy Coulibaly aos irmãos Kouachi, suspeitos do ataque ao Charlie Hebdo, foi confirmada pelas autoridades, que revelaram que a mulher de Cherif Kouachi, entretanto libertada, fez mais de 500 chamadas telefónicas para Hayat durante o ano de 2014, o que permite concluir que havia uma ligação “constante e sustentada” entre os casais.
Amedy e Hayat casaram-se religiosamente em 2009, mas a união não é reconhecida por França. Os dois visitaram por diversas vezes o terrorista Djamel Beghal, condenado por planear ataques contra alvos americanos em Paris, quando este se encontrava na prisão. Este homem tornou-se também, a dada altura, mentor dos irmãos Kouachi, exercendo sobre eles grande influência.
Hayat Boumeddiene nasceu em 1989 numa família de sete crianças. A mãe morreu em 1994 e o pai, caixeiro-viajante, tinha dificuldades para sustentar todos os filhos, pelo que estes foram enviados para instituições de assistência social. Nos últimos tempos, Hayat vestia o véu islâmico completo, o que terá estado na origem da sua demissão de um emprego de caixa de um estabelecimento comercial.