O ex-diretor financeiro da Petrobras, Nestor Cerveró, foi detido esta quarta-feira à chegada ao aeroporto de Curitiba. Cerveró, que foi afastado do cargo em março do ano passado, estava a ser investigado por suspeitas de corrupção.
Até ao final de 2014, pelo menos 39 pessoas no Brasil foram indiciadas ou acusadas de crimes de corrupção ou lavagem de dinheiro. Em causa está a alegada formação de uma quadrilha para inflacionar os preços dos grandes projetos da Petrobras ou para financiar políticos. O caso abalou o Governo da recentemente reeleita presidente Dilma Roussef, que foi presidente do conselho da Petrobras durante sete anos, até 2010.
Em comunicado, o Ministério Público Federal justificou a prisão preventiva com “indícios de que o ex-diretor continua a praticar crimes, como a ocultação do produto e proveito do crime no exterior e a transferência de bens (valores e imóveis) para familiares”, explicando que, ainda recentemente, depois de saber que estava a ser investigado, o ex-diretor tentou transferir 500 mil reais para a filha e transferiu três apartamentos que estava em seu nome para outras pessoas.
“A custódia cautelar é necessária, também, para resguardar as ordens pública e económica, diante da dimensão dos crimes e de sua continuidade até o presente momento, o que tem amparo em circunstâncias e provas concretas do caso”, acrescenta ainda a nota do Ministério Público brasileiro.
O advogado do ex-diretor, Edson Ribeiro, em entrevista à Gazeta do Povo, revelou ter aconselhado o cliente a permanecer em silêncio. “A ordem que eu dei é que ele não preste depoimento. Desde o dia 1º de abril de 2014 eu apresentei o Nestor Cerveró à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal para prestar depoimento. Nennhum dos órgãos o ouviu”, disse.