O candidato presidencial às eleições do Brasil Jair Bolsonaro foi esfaqueado esta quinta-feira durante uma ação de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. A ex-Presidente Dilma Rousseff e o atual Presidente do Brasil já reagiram a um episódio que classificam como “lamentável”. O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, mostrou-se irritado e declarou “guerra”.

“Incentivar o ódio cria esse tipo de atitude”, disse Dilma Rousseff, à saída de uma visita a Lula da Silva. A ex-Presidente apontou o dedo ao discurso do candidato como a causa do ato “lamentável”. “Agora, incentivar o ódio cria esse tipo de atitude. Você não pode falar que vai matar ninguém, não pode falar isso”, acrescentou Rousseff.

Dilma refere-se ao vídeo em que o candidato afirma que se deve “fuzilar a petralhada”, numa alusão aos eleitores do Partido dos Trabalhadores. “Quem fez isso não pode ficar impune”, disse a visita do ex-presidente Lula, em Curitiba. “Tem que servir de exemplo para que ninguém faça isso com um candidato”.

O atual presidente, Michel Temer, também se pronunciou sobre o ataque. Aproveitando o episódio para salientar a falta de tolerância que se vive na sociedade brasileira.

“Isso revela algo que nós devemos nos conscientizar, porque é intolerável justamente a intolerância que tem havido na sociedade brasileira. É intolerável em um Estado democrático de direito que não haja a possibilidade de uma campanha tranquila, uma campanha em que as pessoas vão e apresentem seus projetos”, afirmou o presidente brasileiro numa cerimónia.

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Também o PSOL, partido que tem sido associado ao agressor, já reagiu no seu site com uma nota de repúdio ao ataque. “A agressão sofrida pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, configura um grave atentado à normalidade democrática e ao processo eleitoral. Nosso partido tem denunciado a escalada de violência e intolerância que contaminaram o ambiente político nos últimos anos. Por isso, não podemos nos calar diante deste fato grave”, pode ler-se na nota.

O governador de São Paulo e candidato à reeleição do PSB, Márcio França, condenou o ataque a Jair Bolsonaro.”Condeno a violência praticada contra o candidato Jair Bolsonaro, um atentado contra a democracia, um sistema político baseado no debate de ideias pelas palavras e pelo voto, jamais pelas armas ou pela intolerância”.

Já o presidente do partido de Bolsonaro mostrou-se bastante irritado com o esfaqueamento de Bolsonaro. “Agora é guerra”, afirmou Gustavo Bebianno à Folha de S.Paulo.

Também o general na reserva Augusto Heleno reagiu ao ataque. “É o resultado de uma campanha de ódio que está sendo feita contra ele”, afirmou Heleno em declarações à Folha de São Paulo. “No fim, era ele o intolerante?”, questionou o general.