O Banco de Madrid interrompeu as operações esta segunda-feira, depois de os administradores nomeados na semana passada pelo supervisor (Banco de Espanha) terem pedido proteção contra credores fruto da “forte deterioração” da situação financeira do banco. A casa-mãe, a Banca Privada d’Andorra (BPA), foi acusada de branqueamento de capitais pelo Departamento do Tesouro dos EUA, ao mesmo tempo que o presidente-executivo de ambas as instituições, Joan Pau Miquel Prats, foi detido em Andorra.

Desde a detenção de Joan Pau Miquel Prats e a acusação de lavagem de dinheiro por parte dos EUA, para benefício de grupos de crime organizado, os clientes do Banco de Madrid intensificaram a retirada de fundos e depósitos do banco, uma unidade do BPA de Andorra. Joan Pau Miquel Prats era o presidente tanto da casa-mãe como da unidade em Espanha. Segundo as autoridades norte-americanas, o BPA processou centenas de milhões de dólares em transações provavelmente ligadas a grupos russos, chineses e venezuelanos.

“As significativas retiradas de fundos de clientes, como resultado das circunstâncias anteriores, afetaram a capacidade [do banco] para fazer face ao cumprimento pontual das suas obrigações”, escreve a administração interina do banco, composta por três ex-gestores do BBVA. Ao pedir proteção contra credores, evitando a falência descontrolada, o banco passa a estar sob gestão judicial e será o tribunal a “assegurar um tratamento equilibrado dos depositantes e dos outros credores”, lê-se na nota divulgada pelo banco, citada pelo Expansión.

Com a atividade suspensa, os depositantes estão impedidos de levantar o seu dinheiro. Mas o Banco de Espanha já lembrou que os depósitos até 100 mil euros estão salvaguardados pelo Fundo de Garantia de Depósitos. O Banco de Madrid é um pequeno banco, com cerca de 15 mil clientes e 21 sucursais nas principais cidades espanholas.

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