O romance Hamnet, de Maggie O’Farrell, inspirado da morte do filho de William Shakespeare, ganhou o National Book Critics Circle Award, na categoria de “Ficção”, nos Estados Unidos da América, foi anunciado.

Hamnet passa-se num tempo de pandemia, semelhante ao atual, e explora o impacto da doença e morte de Hamnet, devido à Peste Negra, na família do dramaturgo inglês. A criança era o único filho de Shakespeare e há muito que se especula sobre a sua eventual influência na peça Hamlet, em que o escritor trabalhou nos anos que se seguiram à morte de Hamnet.

Na categoria de “Não-Ficção”, o vencedor foi Island on Fire: The Revolt That Ended Slavery in the British Empire (Ilha em Chamas: A Revolta que acabou com a Escravidão no Império Britânico, em português). O vencedor na “Biografia” foi Stranger in the Shogun’s City: A Japanese Woman and Her World (Estranha numa cidade de Shoguns: Uma mulher japonesa e seu mundo) , de Amy Stanley.

O prémio de “Autobiografia” foi para escritora norte-americana Cathy Park Hong, de 44 anos, por Minor Feelings: An Asian American Reckoning (Sentimentos Menores: Um Processo Asiático-Americano).

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Os outros vencedores anunciados durante a cerimónia virtual, realizada esta quinta-feira à noite, foram Francine J. Harris, com Here Is the Sweet Hand, em “Poesia”, e Nicole Fleetwood com Marking Time: Art in the Age of Mass Encarceration, na categoria de “Crítica”. Raven Leilani recebeu o Prémio John Leonard de melhor primeiro livro pelo romance Lustre.

Os prémios de carreira foram entregues à escritora Jo Livingstone, por “excelência em revisão”, e à editora Feminist Press, pela longa história na defesa da igualdade das mulheres, publicando autores que vão de Grace Paley a Anita Hill e Pussy Riot.

O National Book Critics Circle foi criado em 1974 e conta com várias centenas de membros nos Estados Unidos. Os prémios agora anunciados são os primeiros desde a saída de vários membros do conselho do círculo, no verão passado, após um debate sobre a resposta da organização ao assassinato de George Floyd e aos protestos antirracismo “Black Lives Matters”.

A atual liderança trouxe novos membros e convenceu alguns que tinham saído a regressar, resultando, de acordo com o círculo de críticos, no “conselho mais diverso da história do círculo e um dos mais experientes”.

Artigo corrigido em 29/3/2020