Quatro dias, quatro exames. Chegaram ao fim, esta quinta-feira, as provas finais de 1.º e 2.º ciclo e os alunos já podem respirar de alívio, pelo menos até saberem os resultados. Professores não acharam os exames difíceis e os alunos também não.
“Este ano o exame de 6.º ano foi seguramente mais fácil do que o do ano passado. Estava bem estruturado, equilibrado e não era nada difícil. Foi muito adequado aos alunos. Quanto ao do 4.º ano, proporcionalmente, foi um bocadinho mais difícil do que o de 6.º, mas não era difícil”, resumiu Filomena Viegas, da Associação de Professores de Português.
“Os bons alunos do 6.º ano podem ter excelentes resultados e os menos bons podem ter resultados positivos. Já os bons alunos no 4.ºano podem ter bons resultados, os alunos com mais dificuldades podem ter bastante mais dificuldades”, acrescentou ao Observador, em jeito de antevisão.
Em relação à matemática, que levantava maiores preocupações e maior ansiedade – por causa das novas metas curriculares – as opiniões dividem-se. Os alunos não acharam difícil, e Clementina Timóteo, vogal da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), também considera que os exames do 4.º e do 6.º ano “não foram difíceis”.
“Quer a prova do 4.º ano, quer a do 6.º são muito análogas às dos anos anteriores. Tinham muitas questões do mesmo tipo” e as questões novas, adaptadas ao novo programa, “eram muito razoáveis”, qualificou Clementina Timóteo.
“Os professores ficaram tranquilos porque as perguntas que saíram eram muito simples, de um nível muito elementar e as mais complicadas eram as mais usuais, que costumam sair todos os anos”, acrescentou a vogal da SPM.
Já Ana Vieira Lopes, vice-presidente da Associação Nacional de Professores de Matemática, tem uma opinião diferente. “Algumas questões tinham uma linguagem de leitura e interpretação que não são imediatas, tanto num ano como noutro”, sendo que no caso da prova do 6.º ano, por exemplo, os exames “tinham conceitos desadequados para este nivel etário, embora estejam nas metas”.
“Nós não temos a mesma percepção dos alunos, de que as provas foram fáceis. Vamos esperar pelos resultados”, concluiu Ana Vieira Lopes.
Mais de 1.000 alunos faltaram tanto ao exame de português, como ao de matemática, do 6.º ano. Ao todo, fizeram o exame de português do final do 2.º ciclo 104.390 alunos, já o de matemática foi realizado por 104.596 estudantes.
No 4.º ano faltaram mais de 400 alunos às provas. Mais de 95.350 fizeram o exame de português e o de matemática foi feito por 95.998 alunos.
As provas, que contam 30% para a nota dos alunos, decorreram em 1.100 e 1.133 escolas, respetivamente, num processo que envolveu a vigilância de cerca de 10 mil professores.