Um eventual novo acordo de resgate da Grécia corre o risco de vir a ser chumbado no Parlamento alemão. A oposição à irredutibilidade de Atenas em fazer concessões que possam abrir a porta a um acordo com os credores internacionais tem vindo a crescer, dando margem a Berlim para manter uma posição dura nas negociações.

Líderes da coligação entre conservadores e sociais democratas que governa a Alemanha têm assumido críticas ao Executivo liderado por Alexis Tsipras, com membros do SPD, partido que demonstrava maior flexibilidade perante a Grécia, a culparem o país pelo prolongado impasse nas conversações. Sigmar Gabriel, líder social democrata, afirmou que a “Europa já esgotou as possibilidades” de oferecer compromissos a Atenas, refere o Financial Times. O vice-chanceler da Alemanha e ministro da Economia acrescentou que o primeiro-ministro grego “não está preparado para encarar os problemas que ele próprio tem de resolver”.

Também Martin Schulz, social democrata e presidente do Parlamento Europeu, tem uma posição crítica em relação à atitude da Grécia. “A teimosia do governo grego é irritante”, disse Schulz, que considerou que a União Europeia já tinha ido muito longe na tentativa de acomodar as pretensões de Atenas que, agora, “devia caminhar em direcção a um compromisso”.

O Financial Times assinala que o endurecimento das posições dos parceiros sociais democratas de Angela Merkel surge depois de membros da CDU/CSU, o partido da chanceler, terem declarado que se oporiam no Parlamento a qualquer novo programa de ajuda à Grécia, caso o país não se disponha a cumprir um programa abrangente de reformas estruturais. A opinião dos membros do parlamento alemão é especialmente relevante já que um acordo com a Grécia terá, necessariamente, de passar pelo voto no Bundestag, onde as manifestações de apoio começam a resumir-se aos grupos parlamentares situados mais à esquerda, como é caso dos Verdes.

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