Quartos de hotel com uma vista única e todos os luxos a que se tem direito, uma pista para correr mas que tem espaço para andar de cavalo ou de camelo, uma homenagem em ponto grande às tradições locais. A descrição poderia ser de vários cenários, neste caso pertence ao recinto mais caro de todo o Mundial do Qatar, o Estádio Al Bayt, em Al Khor, que terá custado na fatura final mais de 850 milhões de euros preparados para uma requalificação depois da competição para tornar o centro de toda a cidade. E foi também por isso que arrancou mais cedo do que os outros, recebendo por altura da sua inauguração um conjunto de certificados destinados ao sucesso da sustentabilidade ambiental e da eficiência energética.

Com um teto retrátil que pode abrir e fechar em apenas 20 minutos se assim for decidido (sem influência na temperatura no seu interior, tendo em conta o circuito de refrigeração que começa logo no relvado), o Estádio Al Bayt tem como inspiração as famosas tendas que são usadas pelos povos nómadas da região, colocada de forma assimétrica a cobrir um estádio que por dentro mantém as cores dos tapetes persas vermelhos e pretos e capaz de ser depois desconstruída (como irá acontecer). Cá fora, entre espaços verdes, há uma zona de estacionamento capaz de albergar 6.000 carros, 350 autocarros, 150 autocarros públicos de transportes e 1.000 táxis e táxis de água. Lá dentro, os luxos multiplicam-se com esse ponto de alguns privilegiados poderem ficar hospedados no estádio para ver do seu quarto jogos do Mundial.

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Também aqui, foram muitas as críticas por parte de organizações internacionais em relação às condições de trabalho e segurança dos milhares de migrantes envolvidos na construção do recinto desenhado por Dar Al-Handasah e construído por Webuild S.p.A. e Cimolai a partir de 2015. No final do Mundial, o Estádio Al Bayt ficará reduzido a quase metade (de 60.000 para 32.000), com todos esses lugares e partes de bancada a serem oferecidos a outros países com infraestruturas pensadas como acontece nos Jogos Asiáticos de 2030 e o espaço a dar lugar a mais um hotel de cinco estrelas (na zona VIP), ginásios ou um centro comercial. À volta do recinto que recebe o jogo de abertura encontram-se 400.000 metros quadrados de espaços verdes, numa área total equivalente a… 30 campos de futebol.

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