Zaha Hadid, iraniana com nacionalidade britânica nascida em Bagdade, foi uma das maiores arquitetas das últimas décadas mas não teve a oportunidade de ver um dos seus trabalhos mais emblemáticos tornar-se realidade, tendo morrido em Miami em 2016. Ainda assim, ninguém esquece a sua influência no estádio que melhor consegue fazer a simbiose entre as tradições locais e a modernidade  – algo que a própria Hadid fez questão de estudar ao pormenor antes de desenhar o projeto do Al Janoub com a AECOM.

Conhecido anteriormente como Estádio Al-Wakrah (no final do Mundial vai reduzir de 40.000 para cerca de 20.000 lugares albergando a equipa que tem o mesmo nome da cidade), o Al Janoub quase parece algo desaparecido quando se faz o trajeto de Doha para Al Wakrah, zona menos luxuosa do que o centro da capital e com cerca de 30.000 habitantes. A certa altura, não são apenas dunas no horizonte mas sim aquilo que alguns descreveram quase como uma “concha (enorme, acrescente-se) na areia”, sendo que as próprias bancadas são azuis e brancas simulando as ondas de um oceano. Tudo projetado depois de Zaha Hadid ter passado algum tempo a estudar os costumes das pessoas e a história da cidade.

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O teto retrátil, que no Mundial estará sempre aberto mas que em casos de necessidade pode fechar (com o respetivo sistema de climatização para evitar o calor), estando desenhado em homenagem às velas dos tradicionais barcos dhow, usados pelos mergulhadores de pérolas da região. Em tudo o resto, é um dos recintos com design mais futurista entre os oito estádios que irão receber jogos no Qatar, tendo sido o primeiro a estar concluído depois do reformulado Estádio Internacional Khalifa. Por decisão do Comité de Desenvolvimento e Legado do Qatar, a metade dos lugares que será retirada depois da realização do Campeonato do Mundo (20.000) será doada a países que necessitem de infraestruturas desportivas.

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