O ex-ministro da Defesa do PS, Nuno Severiano Teixeira, defendeu esta terça-feira, na Assembleia da República, que a aquisição de submarinos em 2004 não devia ter sido considerada “prioritária” e que, a seu ver, o Navio Polivalente Logístico (que nunca chegou a ser comprado) fazia mais falta à Marinha.
“A Marinha deve ter capacidade submarina? Sim. Os submarinos eram prioritários? Não”, afirmou na comissão parlamentar de inquérito à compra de sete equipamentos militares.
Segundo Severiano Teixeira, que sucedeu a Paulo Portas, que comprou os submarinos, o Estado português devia ter sido adquirido primeiro o Navio Polivalente Logístico porque isso daria “mais operacionalidade e visibilidade às Forças Armadas portuguesas”.
Durante a audição, o ex-ministro falou ainda sobre o ex-cônsul português em Munique que veio a ser condenado por corrupção no processo de venda de submarinos alemães a Portugal e à Grécia.
Portas disse na sexta-feira, na mesma comissão de inquérito, que tinha sido recebido no aeroporto de Munique por aquele cônsul, “como todos os ministros da Defesa que se deslocam à conferência anual sobre segurança que todos os anos se realiza” na cidade, mas que não tinha jantado com ele.
Questionado pelo BE, Severiano Teixeira afirmou que foi “duas ou três vezes à conferência de Munique” mas nunca se cruzou com aquele cônsul. “Nem sequer sabia que existia tal cônsul”, respondeu, acrescentando: “Tive sorte. Não fui importunado por essa gente”.