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15 anos depois, o Special One virou Millions One: o dinheiro que Mourinho gerou em compras e vendas e ganhou em indemnizações

Entre indemnizações e cláusulas pagas pelos clubes, Mourinho fez movimentar mais de 50 milhões de euros desde 2004. Nas compras e vendas, os valores são astronómicos. No último caso, sem resultados.

Depois da vitória em Gelsenkirchen na final da Liga dos Campeões frente ao Mónaco, José Mourinho não festejou com jogadores e restante staff e acabou por sair para o balneário. Houve mais razões para isso, que se vieram a conhecer anos mais tarde, mas o técnico tinha noção de que aquele teria sido o final de dois anos e meio sem precedentes na história do FC Porto, em que ganhou além da Champions uma Taça UEFA, dois Campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça. Seguir-se-ia o Chelsea, com um último brinde para a SAD dos azuis e brancos: além dos seis milhões pagos por Roman Abramovich para libertar o treinador, os dragões fizeram um total de 95 milhões de euros em vendas de jogadores que se tinham destacado com o antigo líder da U. Leiria, em especial Ricardo Carvalho, Deco, Paulo Ferreira, Carlos Alberto e Derlei. O que dificilmente se poderia adivinhar era que Mou, entretanto alcunhado de Special One, se tornaria 15 anos depois no Millions One.

Mourinho ganhou tudo o que havia a ganhar no FC Porto

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O dinheiro que ganhou em indemnizações e o que os clubes pagaram para o ter

Olhando apenas para a vertente “pessoal”, sem contar com vencimentos, as entradas e saídas dos clubes por onde tem passado já originaram 50 milhões de euros (valor ainda assim muito inferior ao que poderia ser acontecido caso tivessem sido pagos todos os ordenados até final de cada um dos contratos), faltando ainda saber a indemnização que vai receber do Manchester United de onde acaba de ser despedido.

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Depois do Chelsea ter pago seis milhões de euros ao FC Porto pelo técnico em 2004, a primeira rescisão no Chelsea, em setembro de 2007, custou 26,5 milhões ao clube britânico, de acordo com a imprensa britânica. Mais tarde, em 2010, com nova Liga dos Campeões no bolso conquistada ao serviço do Inter, o Real Madrid pagou oito milhões aos nerazzurri para ter o técnico, que esteve três anos em Espanha no comando de Cristiano Ronaldo e companhia. Sairia por mútuo acordo em 2013 e assinou de novo pelo Chelsea, voltando depois a rescindir com os blues em dezembro de 2015 – aí, apesar de ter contrato até 2019, recebeu, a par com os adjuntos, 9,5 milhões.

Agora, de acordo com os jornais britânicos, a saída que poderia custar mais de 25 milhões de euros ao Manchester United deverá ficar “apenas” por um montante não superior a 15 milhões de libras (16,7 milhões de euros).

Em três mercados de Verão e dois de Inverno (por norma a envolver números mais modestos), os red devils gastaram um total de 466,1 milhões de euros em contratações, com destaque para Paul Pogba – que na altura se tornou a transferência mais cara de sempre. No mesmo período, o clube faturou 115,9 milhões nas saídas.

O que gastou em jogadores e o que deu a ganhar com a venda de craques

Mas não foi apenas em indemnizações recebidas pelas saídas antecipadas, ou pagas pelos clubes para o terem que José Mourinho fez girar milhões e milhões de euros – e o Manchester United, último clube que comandou até hoje, é exemplo paradigmático dessa realidade. Ao todo, em três mercados de Verão e dois de Inverno (por norma a envolver números mais modestos), os red devils gastaram um total de 466,1 milhões de euros em contratações, com destaque para Paul Pogba – que na altura se tornou a transferência mais cara de sempre –, Lukaku, Henrikh Mkhitaryan, Bailly ou Fred. No polo oposto, o clube faturou 115,9 milhões em saídas, sendo que uma delas acabou por ser um jogador contratado já com o português em Old Trafford (Henrikh Mkhitaryan). Se na primeira época houve alguns resultados, depois foi só prejuízo.

Ainda assim, e analisando o que se passou nos outros clubes, esta passagem de Mourinho por Old Trafford quebrou uma espécie de padrão em relação aos últimos 15 anos: a diferença da balança entre compras e vendas pende sempre para a primeira mas existe uma linha que vai aproximando ambas com o passar dos anos, o que não aconteceu agora.

Na primeira passagem pelo Chelsea, entre junho de 2004 e setembro de 2007, e de acordo com os dados do site especializado Transfermarkt, os blues começaram por gastar 166 milhões de euros, depois 91,5 milhões, a seguir 88,98 milhões e por fim 59 milhões; em contraponto, e depois de um Verão de 2004 onde houve apenas 3,3 milhões de encaixe de receitas na venda de jogadores, seguiram-se anos de maior faturação para minimizar prejuízos, com 52,6 e 43,65 milhões (no final da época, quando o português já tinha saído, as alienações de passes renderam 44,55 milhões em vendas).

No Inter, entre 2008 e 2010, depois de um primeiro ano de investimento (65,4 milhões em compras, 7,6 em vendas), houve pela primeira vez na era Mourinho um saldo positivo, com 109,1 milhões de vendas e 94,2 milhões em compras. Já no Real, ao longo dos três anos seguintes, a confirmação da regra: o clube começou por gastar 93,5 milhões recebendo apenas 10,5; no ano seguir investiu 55 milhões tendo ganho somente oito; na última época, saldo zero com 33,5 milhões a vender e a comprar. Na segunda passagem pelo Chelsea, entre 2013 e dezembro de 2015, de novo a mesma lógica com maior investimento de início e total equilíbrio nas contas nos dois anos seguintes. Algo que nunca aconteceu no Manchester United.

Mourinho ao lado de Moratti, presidente do Inter: em 2009/10, ganhou mais do que gastou e venceu a Champions

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Os montantes que Mou fez circular e que o põem no top

No total, desde que saiu do FC Porto, as equipas comandas por José Mourinho gastaram em 15 anos 1,571 mil milhões, quase o dobro do que o que foi faturado em vendas no mesmo período – 881 milhões. Para o bem ou para o mal, o técnico português foi um dos que mais dinheiro fez girar no futebol europeu; mas esse investimento pecou no Manchester na falta de resultados, ao contrário do que acontecera no Chelsea, no Inter e no Real (apesar de nunca ter chegado à final da Champions).

As equipas comandas por José Mourinho gastaram em 15 anos 1,571 mil milhões, quase o dobro do que o que foi faturado em vendas no mesmo período – 881 milhões. Para o bem ou para o mal, o técnico português foi um dos que mais dinheiro fez girar no futebol europeu; mas esse investimento pecou no Manchester na falta de resultados, ao contrário do que acontecera no Chelsea, no Inter e no Real.

Contas feitas, e depois de dois anos de sonho no FC Porto onde ganhou tudo no plano nacional e europeu, conquistou três Campeonatos, uma Taça de Inglaterra, três Taças da Liga e uma Supertaça de Inglaterra nas duas passagens pelos blues; uma Liga dos Campeões, dois Campeonatos, uma Taça e uma Supertaça de Itália nos nerezzurri; e um Campeonato, uma Taça e uma Supertaça de Espanha nos merengues.

Em Old Trafford, depois da Liga Europa, da Taça da Liga e da Supertaça de Inglaterra conseguidas na primeira temporada, não voltou a conseguir mais nenhum troféu. E depois de várias polémicas acabou despedido.

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