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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A cronologia das cronologias. Todas as "horas e horinhas" de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas (antes, durante e depois)

Horas, minutos, telefonemas, notas e reuniões. Os acontecimentos de 26 de abril nas Infraestruturas ainda hoje não são claros. O Observador sistematiza, numa cronologia, tudo o que se sabe até agora.

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É um capítulo do “caso TAP” que estava longe do horizonte da comissão de inquérito à tutela política da gestão da companhia quando esta teve início, a 22 de fevereiro. Um (agora ex) adjunto exonerado, uma chefe de gabinete alegadamente agredida e um ministro polémico estão no epicentro de um furacão que causou uma das mais agudas crises políticas da democracia, e levou quase tudo à frente. Só não levou o ministro porque o chefe do Governo não quis.

Os meandros da teia de acontecimentos que levaram à exoneração de Frederico Pinheiro, acusado pelo ministro das Infraestruturas, João Galamba, de roubar um computador do Estado com documentos classificados, têm ainda vários fios soltos, versões opostas e contradições. Mas já é possível unir algumas pontas.

O Observador reconstruiu a fita do tempo deste enredo — segundo foi contado por três dos seus intervenientes (o ex adjunto, Frederico Pinheiro, a chefe do gabinete Eugénia Correia e o ministro Galamba, já ouvidos na comissão de inquérito) — que pouco tem que ver com a TAP, e que começa com a tomada de posse de João Galamba, a 4 de janeiro, e culmina no dia em que o ministro deu explicações públicas sobre a exoneração do seu até então adjunto, a 29 de abril. E até implicou a intervenção das secretas. Desde então, Frederico Pinheiro, João Galamba e a sua chefe de gabinete, Eugénia Correia, foram à comissão de inquérito dar explicações sobre o que aconteceu antes, durante e depois da noite de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas. É, sobretudo, com base nestes três depoimentos, que o Observador chegou a esta linha temporal, detalhada, sempre que possível, ao minuto.

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Mas foi no dia 26 de abril que tudo se descontrolou. “Um estardalhaço”, nas palavras de Eugénia Correia, que começa com a chegada de João Galamba a Lisboa, vindo de Singapura, e culmina com uma noite de agressões no Ministério das Infraestruturas, um alegado sequestro, um eventual roubo, e muitos contactos para as autoridades e para um aparente sem fim de governantes. Meteu até o SIS e foi aqui que a trama se adensou. António Costa, primeiro-ministro, estava de férias, garante que não soube antecipadamente da chamada dos serviços de informação e, já esta semana, considerou que “tratava-se de uma operação meramente corriqueira e, em regra, o SIS não informa o primeiro-ministro das operações antes de elas serem realizadas”. E ainda pediu para não se entrar “nos pormenores das horas e das horinhas”.

Costa: “Não vamos entrar nos pormenores das horas e horinhas. Não há contradições”

Após a conferência de imprensa de 29 de abril, João Galamba apresentou a demissão mas o primeiro-ministro recusou, contra a vontade do Presidente da República. Na audição na comissão de inquérito, Frederico Pinheiro admitiu lutar pela defesa dos seus direitos “nas instâncias judiciais próprias”. E Galamba continua a sustentar ter condições para estar no Ministério. A cronologia deste caso não termina aqui.

Costa viu “provas” e Galamba só teve a certeza que não caía pela televisão. O dia em que São Bento comprou uma guerra com Belém

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