Primeiro, ainda com Gianni De Biasi no comando da equipa, a soma de várias partes levou à construção de um “milagre” que teve como ponto alto a presença na fase final do Europeu de 2016 (com uma eliminação na fase de grupos mas com um triunfo diante da Roménia). Agora, com Sylvinho na liderança da equipa técnica, a Albânia foi mais longe e juntou à segunda participação numa fase final a vitória no grupo de apuramento que tinha Rep. Checa e Polónia com apenas uma derrota em oito jogos. Pelo meio, quando Christian Panucci era treinador e trabalhava com Alarico Rossi, foi criado o “algoritmo”. Os resultados estão à vista.
Além da falta de cultura futebolística, as Águias tinham um problema a nível de recrutamento que começou a ser desbravado dentro do possível a partir de 2017, quando Ivan Balliu, lateral direito nascido na Catalunha que passou pelo Arouca, assumiu a cidadania albanesa por ter uma avó nascida no país. Estava lançada a primeira semente para um trabalho que foi germinando com o passar dos últimos anos, com os responsáveis a ganharem através do tal algoritmo um sem número de oportunidades junto de jogadores que poderiam ter nascido na Macedónia, na Alemanha ou na Grécia mas cumpriam os requisitos para obter o passaporte da Albânia. A base de dados foi crescendo, com cerca de metade de convocados nascidos fora do país.
Isso ajudou a seleção surpresa a ganhar competitividade, a par da presença de vários jogadores na Serie A e na Premier League, mas até assim o próximo “milagre” que se segue é bem maior: passar naquele que está a ser descrito como o “grupo da morte” com Espanha, Croácia e Itália. “Somos alma e coração”, costuma dizer Sylvinho, selecionador que assumiu o comando da equipa no ano passado e que vai ter mais um grande teste a par das passagens por Lyon e Corinthians como técnico principal depois de vários anos como técnico adjunto no Inter e no Brasil, entre outros. Pressão? Abaixo de zero. Se a Albânia perder os três encontros, não será propriamente uma surpresa para ninguém. É nisso também que o brasileiro, que é o treinador com maior percentagem de vitórias pela seleção (45,5%), vai apostar para chegar onde a equipa nunca chegou.
BI
- Ranking FIFA atual: 66.º
- Melhor ranking FIFA: 22.º (agosto de 2015)
- Alcunha: Kuqezinjtë (Os Vermelhos e Pretos)
- Presenças em fases finais: 1
- Última participação. Fase de grupos no Europeu de França, em 2016
- Melhor resultado. Fase de grupos no Europeu de França em 2016
- Qualificação. Apuramento direto como primeiro classificado do grupo E com Rep. Checa, Polónia, Moldávia e Ilhas Faroé
- O que seria um bom resultado? Passar a fase de grupos
Jogos em 2024
- Jogo particular, 22/3: Chile (neutro), 3-0 (D)
- Jogo particular, 25/3: Suécia (fora), 1-0 (D)
- Jogo particular, 3/6: Liechtenstein (casa), 3-0 (V)
- Jogo particular, 7/6: Azerbaijão (casa), 3-1 (V)
O onze
- 4x3x3: Berisha; Hysaj, Djimsiti, Ismajli, Mitaj; Ramadani, Asllani, Bajrami; Asani, Seferi e Broja
O treinador
- Sylvinho (brasileiro, 50 anos, desde 2023)
- Outros clubes/seleções: Lyon e Corinthians
O craque
- Kristjan Asllani (22 anos, médio do Inter)
- Outros clubes: Empoli
A revelação
- Mario Mitaj (20 anos, lateral do Lokomotiv Moscovo)
- Outros clubes: AEK Atenas B e AEK Atenas
O mais internacional e o maior goleador
- Lorik Cana (93 internacionalizações) e Erjon Bogdani (18 golos)
Os 26 convocados
- Guarda-redes (3): Etrit Berisha (Empoli), Strakosha (Brentford) e Kastrati (Cittadella)
- Defesas (9): Aliji (Voluntari), Ajeti (Cluj), Baliu (Rayo Vallecano), Djimshiti (Atalanta), Hysaj (Lazio), Ismajli (Empoli), Kumbulla (Sassuolo), Mihaj (Famalicão) e Mitaj (Lokomotiv Moscovo)
- Médios (8): Abrashi (Grasshoppers), Asllani (Inter), Bajrami (Sassuolo), Medon Berisha (Lecce), Gjasula (Darmstadt), Laçi (Sparta Praga), Muçi (Besiktas) e Ramadani (Lecce)
- Avançados (6): Asani (Gwangju), Broja (Fulham), Daku (Rubin Kazan), Hoxha (Dínamo Zagreb), Manaj (Sivasspor) e Seferi (Baniyas)
O centro de estágio
- SportCentrum Kaiserau, em Kamen
A ligação a Portugal
Não é muito habitual, também acontece. Pela primeira vez na história o Famalicão vai estar representado numa fase final do Campeonato da Europa, neste caso com a presença do central Enea Mihaj. O jogador, que é internacional pela Albânia desde 2018, chegou ao conjunto minhoto em 2022 vindo do PAOK da Grécia, teve uma primeira temporada de 2022/23 a fazer 35 encontros e, apesar de ter baixado essa fasquia na presente época (18), é um dos indiscutíveis nas escolhas de Sylvinho, lutando agora com Ismajli e Marash Kumbulla por uma vaga no eixo recuado da equipa onde deverá estar garantido Berat Djimsiti.