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Cristas de luto por Freitas do Amaral põe fim à campanha do CDS nove horas mais cedo

Campanha do CDS será cancelada sexta-feira às 15h00, com Cristas a abdicar de duas grandes ações: a descida do Chiado e o comício no Largo do Caldas. Partido em luto pelo fundador.

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Artigo em atualização

A campanha do CDS vai acabar mais cedo do que o período oficial. Assunção Cristas anunciou esta quinta-feira à noite que o CDS vai cancelar a campanha na sexta-feira às 15h00 na sequência da morte do fundador, Diogo Freitas do Amaral. O jantar-comício da noite em Gondomar já tinha sido transformado em jantar de homenagem com a líder a antecipar que podia haver mais alterações na campanha. Agora Cristas anunciou que vai mesmo pôr um ponto final na campanha nove horas mais cedo e revelou que também não irá no sábado ao Vaticano assistir à elevação a cardeal do português José Tolentino Mendonça.

Outros partidos, no qual Freitas do Amaral nunca foi filiado, como o PS e o PSD, tinham até agora feito alterações mais significativas do que o CDS nas respetivas campanhas. Já Assunção Cristas tinha pedido tempo para olhar para as horas das cerimónias fúnebres antes de tomar uma decisão. E decidiu manter o jantar comício, embora com outras características.

No jantar, vários membros da direção e candidatos a deputados foram vestidos de escuro: uns em azul escuro, outros de preto. A noite era de luto. Assunção Cristas justificou no palco que não cancelou o jantar porque já que “estava planeado” estarem “todos juntos” e assim poderiam juntos “lembrar melhor a memória do professor Freitas do Amaral.” A líder do CDS explicou que, como “cidadã, aluna e colega”, decidiu “manter o encontro, mas dar-lhe outro conteúdo”. Esse conteúdo foi a ligação que tinha a Freitas do Amaral.

A líder do CDS contou que tinha 11 anos quando foram as Presidenciais de 1986, revelando que “bebia cada palavra de Freitas do Amaral”, que era “mesmo o seu ídolo”. Cristas contou que foi pela desilusão desse resultado (Mário Soares ganhou o escrutínio), que acabou por estar vários anos sem ligar à política.

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A presidente do CDS lembrou também que foi aluna de Freitas do Amaral ainda antes de entrar para o CDS, mas passou a admirá-lo ainda mais depois de entrar para o partido. No discurso, Cristas lembrou o papel de Freitas na construção de “um regime de liberdade e pluralismo partidário”, o que só foi possível com “grande coragem física”.

Lobo Xavier manda farpa a Rui Moreira: “Pessoas muito importantes para a receber”

Antes de Assunção Cristas, Lobo Xavier diz que se inscreveu em 1974 no CDS após um discurso de Freitas do Amaral. Diz também que para essa adesão foi fundamental um manifesto do partido, “senão escrito, inspirado por Freitas do Amaral” com o título: “Porque não somos socialistas?” Disse ainda que atualmente voltaria a subscrever tudo.

Não éramos socialistas, não somos socialistas e não queremos o socialismo“, afirmou Lobo Xavier, arrancando um coro de aplausos. Aos militantes em Gondomar, o histórico do CDS afirmou: “Sem ele não estaríamos hoje aqui. Foi precisa muita coragem física e moral.”

António Lobo Xavier fez também uma declaração política, não deixando de criticar Rui Moreira pela postura que o presidente da câmara municipal do Porto teve no dia anterior para com Assunção Cristas. O histórico do CDS lembrou que a “aconteceu de tudo” à líder no Porto, enumerando: “Encontrões, pequenas facadas e até pessoas muito importantes para a receber“. Era uma farpa dura para Rui Moreira. E ainda brincou: “Eu não sou muito importante e vim do Porto para a receber.”

Como foi a tarde de Cristas após a morte de Freitas

Durante a tarde, Assunção Cristas pediu por duas vezes um minuto de silêncio em homenagem a Freitas do Amaral: logo no almoço em Barcelos e numa reunião no Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC).  No IPVC, a líder do CDS lembrou que Freitas do Amaral “antes de ser político era um homem da academia.” Lembrou até que foi aluna do fundador do CDS. Nessa mesma ação, Cristas revela que estava “prevista uma receção mais animada e o que se fez foi cancelar tudo isso para que não houvesse nenhum ruído”.

A líder já antecipara que o último grande jantar da campanha, em ambiente festivo, teria “uma configuração muito distinta“. Cristas disse logo que não seria “um jantar em género de comício e de festa”, mas sim um jantar de homenagem para “evocar a memória do professor Freitas do Amaral.”

A primeira reação de Cristas foi ao almoço, quando a comitiva estava no restaurante Bagueira, em Barcelos, e foram a líder foi informada da notícia da morte do fundador. Minutos depois a presidente do CDS levantou-se da mesa onde estava, no centro da sala, e pediu para todos fazerem “uma pausa simbólica e sentida neste almoço, que é um almoço muito informal, de confraternização com todos aqueles que estão empenhados na campanha”.

Assunção Cristas disse então que acabara de saber de “uma notícia que é triste para o país e para o CDS: o falecimento do dr.Diogo Freitas do Amaral, o nosso fundador”. A líder centrista destacou que é “ao professor Freitas do Amaral” que os centristas devem”a fundação do CDS”.

Assunção Cristas referiu depois que “aqueles que estão há mais tempo no partido, e há muitos aqui connosco na sala, recordam-se bem desses tempos difíceis”. E acrescentou, numa pequena homenagem a Freitas do Amaral: “Eu enquanto presidente do CDS hoje só posso estar grata por esse trabalho, por essa coragem, tantas vezes debaixo de ameaça, tantas vezes debaixo de fogo”.

Cristas pediu depois “minuto de silêncio por toda essa vida”. Uma vida que, lembrou a líder do CDS, “obviamente teve momentos em que se afastou mais do pensamento do CDS e do partido”, mas isso não pode deixar o CDS “esquecer que na base deste partido esteve a coragem de Diogo Freitas do Amaral e muitos como ele, como Adelino Amaro da Costa, que ousaram criar um partido que é fundador da nossa democracia”.

Minutos depois, a líder do CDS voltaria a pedir a palavra pela segunda vez para revelar pela primeira vez que  “fazer ajustamentos na campanha, de maneira a poder mantê-la, mas respeitando e introduzindo a sobriedade, que o momento exige.” A líder centrista vai manter o comício da noite — onde António Lobo Xavier será orador — mas sem ambiente festivo e com sobriedade. Cristas disse ainda que já transmitiu essa posição ao secretário-geral do partido e “a bandeira do CDS na nossa sede nacional já está a meia-haste“.

Mais tarde, já no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, lembrou que “Freitas do Amaral chegou a participar” numa sessão dos 40 anos do partido e que “nunca se chegou a refiliar”, mas “o que está em causa é uma homenagem a alguém que foi extraordinariamente importante para a nossa democracia, para a fundação da nossa democracia pluripartidária num quadro de revolução pós-25 de Abril“.

Assunção Cristas disse então que acabara de saber de “uma notícia que é triste para o país e para o CDS: o falecimento do dr.Diogo Freitas do Amaral, o nosso fundador”. A líder centrista destacou que é “ao professor Freitas do Amaral” que os centristas devem”a fundação do CDS”.

Assunção Cristas referiu depois que “aqueles que estão há mais tempo no partido, e há muitos aqui connosco na sala, recordam-se bem desses tempos difíceis”. E acrescentou, numa pequena homenagem a Freitas do Amaral: “Eu enquanto presidente do CDS hoje só posso estar grata por esse trabalho, por essa coragem, tantas vezes debaixo de ameaça, tantas vezes debaixo de fogo”.

Cristas pediu depois “minuto de silêncio por toda essa vida”. Uma vida que, lembrou a líder do CDS, “obviamente teve momentos em que se afastou mais do pensamento do CDS e do partido”, mas isso não pode deixar o CDS “esquecer que na base deste partido esteve a coragem de Diogo Freitas do Amaral e muitos como ele, como Adelino Amaro da Costa, que ousaram criar um partido que é fundador da nossa democracia”.

Minutos depois, a líder do CDS voltou a pedir a palavra pela segunda vez para revelar pela primeira vez que  “fazer ajustamentos na campanha, de maneira a poder mantê-la, mas respeitando e introduzindo a sobriedade, que o momento exige.” A líder centrista vai manter o comício da noite — onde António Lobo Xavier será orador — mas sem ambiente festivo e com sobriedade. Cristas disse ainda que já transmitiu essa posição ao secretário-geral do partido e “a bandeira do CDS na nossa sede nacional já está a meia-haste“.

Mais tarde, já no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, lembrou que “Freitas do Amaral chegou a participar” numa sessão dos 40 anos do partido e que “nunca se chegou a refiliar”, mas “o que está em causa é uma homenagem a alguém que foi extraordinariamente importante para a nossa democracia, para a fundação da nossa democracia pluripartidária num quadro de revolução pós-25 de Abril“.

[“Viajei por toda e qualquer estrada”. Memórias e frases de Freitas do Amaral]

Assunção sem medo volta às arruadas com colo no Minho: “Não temo vir à rua”

Antes da morte de Freitas do Amaral a campanha seguia com normalidade. Assunção Cristas voltou à rua em Barcelos, garantindo que a abordagem agressiva de quarta-feira à tarde na Baixa do Porto não lhe deixou marcas. “Não temo vir à rua“, confessou. Diz até que não vai recuar um milímetro na abordagem: “Se há coisa que não nos falta é força, coragem e vontade de estar com as pessoas na rua”. Mas não esquece o que se passou e descreve o incidente como uma “situação lamentável”, que é de rejeitar. Cristas lembra que vai sempre falando com todas as pessoas “concordem ou não” com o CDS, mas que “não é aceitável aquele tipo de atitude agressiva”. E acrescentou: “Uma coisa é falar, outra coisa é agredir“. Sobre a confusão com Rui Moreira, Cristas tentou desvalorizar o assunto e disse que tudo não passou de um “equívoco”.

Mulher tenta agredir Cristas no Porto e Rui Moreira retira-lhe apoio que garante não ter dado

A líder do CDS diz ainda que não vai apresentar queixa (“não é possível identificar a senhora, foi tudo muito rápido”, mas lamentou que haja pessoas com aquele tipo de motivações. E lamentou: “Não é assim que se vive em democracia”.

Assunto arrumado, ao contrário da confusão com Rui Moreira, com quem chegou a ter um ponto de agenda marcado. Minutos depois de ter sido dado a conhecer à imprensa, pelo CDS, que ambos iriam ver juntos nessa noite um espetáculo de jazz, o Público avança que Moreira apoia o CDS. O presidente da Câmara do Porto não gostou, desmentiu qualquer apoio a Cristas e acabou por não comparecer na Casa da Música. “Estava previsto estarmos os dois juntos no mesmo espectáculo e aparentemente houve um equívoco, que foi ultrapassado”, comentou Cristas. A líder do CDS conta que foi “ao espetáculo, como estava previsto” e diz que “houve obviamente um equívoco e uma sobreinterpretação“.

Despachados os restos de ontem, é tempo de falar da ação. Na feira de Barcelos — apesar da má experiência no dia anterior na rua — Cristas não fugiu ao contacto direto com as pessoas, com quem conversou em abordagens sem receios. “Do lado do CDS, continuaremos, como sempre, na rua: a conversar, a ouvir. Rejeitamos qualquer tipo de violência ou de agressão como aconteceu ontem”.

O ‘colinho’ do Minho

Para equilibrar a tarde do dia anterior, desta vez Assunção Cristas teve colo. Uma das clientes levantou Cristas do chão, enquanto comentava: “É mais coradinha na televisão”. “Pintam-me, pintam-me toda”, responde a líder centrista.

Logo à entrada, Cristas tinha abordado um grupo de pessoas e quando percebeu que eram italianos, soltou: “Benvenuto“. A meio da feira, o “sr. Silva”, vendedor, deu à líder do CDS sementes de centeio, para plantar e pôr “o pessoal a trabalhar”. Houve também quem lhe garantisse o voto e comentasse: “Não quero a esquerda para nada”.

Assunção Cristas com Telmo Correia numa arruada em Barcelos

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Cristas teve até de defender António Costa. Uma mulher abordou a líder do CDS e aproximou-se mais do ouvido de Assunção Cristas. Fez um comentário racista sobre o primeiro-ministro, que Cristas não deixou escapar e repreendeu a mulher: “Não precisa de dizer isso. Não diga isso. Diga antes bem da direita“. A líder do CDS vai repreendendo quem faz comentários mais agressivos a desdenhar da “geringonça”. Já os comentários mais políticos, reforça-os.

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