Autocarros todos iguais (e amarelos), com novos números, mais linhas e preços diferentes. A partir de dia 1 de junho começa a funcionar a Carris Metropolitana, a nova marca de transportes públicos rodoviários municipais e intermunicipais da Área Metropolitana de Lisboa (AML), mas apenas nos municípios de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal. Saiba o que vai mudar:
Marca Carris Metropolitana entra em funcionamento em 1 de junho
O que muda a partir do dia 1 de junho?
A partir desta quarta-feira entra em vigor a primeira fase da Carris Metropolitana, que irá uniformizar os autocarros municipais e intermunicipais na AML, à exceção dos concelhos de Lisboa, Cascais e Barreiro. Ou seja, apesar de os autocarros continuarem a ser explorados por algumas das atuais empresas, deixa de se fazer a distinção entre os operadores (Vimeca, Rodoviária de Lisboa e Transportes Sul do Tejo) e todos os veículos passam a ser amarelos, com a marca Carris Metropolitana.
Esta mudança começa já quarta-feira em Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal. Os outros municípios terão de aguardar até 1 de julho.
Os números dos autocarros vão mudar?
Sim, e muito. Com a Carris Metropolitana, os 18 municípios da AML foram divididos em quatro áreas geográficas, cada uma com novos percursos:
Área 1: Amadora, Oeiras e Sintra ( + Lisboa e Cascais) — com 35 novas linhas, num total de 133;
Área 2: Mafra, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira — 31 novas linhas, num total de 218;
Área 3: Almada, Seixal e Sesimbra — 43 novas linhas, num total de 116;
Área 4: Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal (+ Barreiro) — 21 novas linhas, num total de 111.
Os números dos autocarros passam agora a ter quatro dígitos, sendo que o primeiro corresponde à área a que pertence o concelho, o segundo ao concelho onde circula e os últimos dois identificam a carreira do autocarro. Por exemplo, os números dos autocarros da área 4, que começam a circular amanhã, irão começar todos com esse número, mas o segundo número varia consoante a zona onde irá operar:
40xx: Alcochete
41xx: Moita
42XX: Montijo
43XX: Palmela
44XX: Setúbal
45XX: circulação entre municípios da área 4;
46XX: circulação para outros municípios fora da área 4 e Barreiro;
47XX: circulação para Lisboa e outros municípios;
49XX: circulação para fora da AML.
Por exemplo, o autocarro da carreira 415, da Transporte Sul do Tejo (TST) e que até hoje fazia o trajeto Terminal Fluvial do Montijo-Passil, passará a ser o 4504. É um autocarro que faz parte do concelho do Montijo — que pertence à área 4, daí o primeiro número — e que circula entre municípios dessa mesma área — Montijo e Alcochete, o que explica o número 5. Já o autocarro 302, também da TST, passará a ser o 4620. Fazendo o percurso Moita-Paio Pires, começa com o número 4 porque pertence a um concelho integrado na área 4, seguido do número 6 porque circula fora dessa área (Paio Pires pertence ao concelho do Seixal).
“Há linhas que vão continuar a existir, mas os respetivos autocarros terão uma idade média inferior a um ano, imagem da Carris Metropolitana e melhores condições de conforto, conectividade e segurança para os passageiros“, refere a Carris Metropolitana no site, onde poderá consultar os novos números dos autocarros através do Conversor de Linhas.
Haverá novos percursos?
Sim. De acordo com a Carris Metropolitana, as mudanças vão incluir novas linhas e novos percursos “com o objetivo de melhorar o serviço prestado”. Prova disso é que há autocarros cujo trajeto passa agora a ser assegurado por duas linhas diferentes. É o caso do autocarro 410, da TST e que atualmente faz o percurso entre o Freeport, em Alcochete, e o Terminal do Barreiro. A partir de amanhã, haverá duas novas linhas correspondentes a este autocarro: o 4511, que vai do Freeport até ao Terminal Rodoviário do Montijo, via Samouco; e o 4600, que faz o percurso Freeport-Terminal do Barreiro.
Os percursos dos autocarros foram ainda divididos em linhas com diferentes cores de acordo com a sua extensão:
- Azul: corresponde à Linha Próxima, ou seja, tem carreiras com percursos próximos;
- Vermelha: Linha Longa, com carreiras que cobrem áreas mais distantes;
- Amarela: Linha Rápida, ligações diretas acima de tudo em autoestrada;
- Cor-de-rosa: Linha Inter-regional, para os trajetos que circulam fora da AML.
A Carris Metropolitana criou ainda as linhas verde, intitulada Praia, e laranja (Turística), mas ainda não foram desenvolvidas.
O que muda nos preços e nos horários?
No que toca aos preços, os valores variam consoante o tipo de linha e, à semelhança do que acontece atualmente, sai mais caro comprar bilhete no próprio autocarro (Navegante Bordo) do que comprá-lo antecipadamente:
Azul (Linha Próxima): 0,85 euros / 1,25 euros
Vermelha (Linha Longa): 1,55 euros / 2,60 euros
Amarela (Linha Rápida): 3,10 euros / 4,50 euros
Os bilhetes para a Linha Inter-regional (Cor-de-rosa) terão um custo de 2,60 euros. Se a carreira sair da AML, poderá custar 3,10 euros no caso dos autocarros da área 2 e 3,60 euros nos veículos da área 4. Apesar destas mudanças, os utilizadores não vão perder o saldo carregado nos cartões Zapping e poderão usá-lo nos autocarros da Carris Metropolitana.
Os bilhetes para viajar na Carris Metropolitana poderão ser adquiridos “nos locais habituais e em alguns canais adicionais”: “As pessoas poderão realizar o carregamento do passe navegante ou do navegante pré-comprado (unidades de mobilidade para quem viaja pontualmente) no Multibanco e ATM Express, nos pontos Navegante, nos espaços Navegante Carris Metropolitana e na rede de agentes Pagaqui da Área Metropolitana de Lisboa que continuará a servir a população”, lê-se num comunicado da Transportes Metropolitanos de Lisboa, empresa da AML que criou a marca Carris Metropolitana.
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Relativamente aos horários, a Carris Metropolitana informa, através do seu site, que “nos casos em que tal se justifique, haverá mudanças nos horários”. No entanto, é possível consultar os novos horários no site.
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Haverá alguma alteração nos passes Navegante Metropolitano e Navegante Municipal?
Não. A utilização e os preços dos passes Navegante Metropolitano — que permite a circulação em todos os concelhos da AML — e Navegante Municipal — para andar nos transportes de um único município — irão manter-se: 40 euros e 30 euros respetivamente. O que também se mantém são os descontos associados aos bilhetes (+65, Família, 12 anos, 4-18, sub23 e Social+).
As paragens de autocarro vão mudar de sítio?
De acordo com a Carris Metropolitana, a maioria das paragens vai manter a localização, mas poderá haver algumas alterações. “As paragens corresponderão, maioritariamente, a paragens previamente existentes. No entanto, surgirão também novas paragens com o objetivo de melhorar o serviço prestado”, lê-se no site da Carris Metropolitana, que refere ainda que será disponibilizada “antecipadamente” informação online para os utilizadores ficarem a par de todas as alterações e novas localizações.
Estas mudanças também se aplicam a Lisboa?
Não. Os únicos concelhos que não irão sofrer quaisquer mudanças são Lisboa, Cascais e Barreiro. Ou seja, nestes três continuam a funcionar, com as mesmas regras, a Carris (Lisboa), a MobiCascais e os Transportes Coletivos do Barreiro.
Tenho dúvidas. Onde me posso dirigir?
Os utilizadores destes transportes públicos que tenham dúvidas podem enviar um email para a Carris Metropolitana (contacto@carrismetropolitana.pt) ou ligar para o call-center (210 418 800). Tal como já foi referido, no site da Carris Metropolitana é possível consultar as novas linhas — através do Conversor de Linhas —, os horários dos veículos e os diferentes tarifários. Há ainda uma secção com “Perguntas Frequentes” que poderá ajudar os utilizadores.
Pode ainda dirigir-se aos espaços Navegantes, que foram inaugurados na semana passada, em Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal e têm como objetivo não só o carregamento dos passes, mas também os esclarecimento de dúvidas que os cidadãos possam ter.
Até ao final do ano deverá ainda ser criada uma aplicação do sistema Navegante — sistema que é partilhado e utilizado por todos os operadores de transportes da AML — onde se poderá comprar e validar títulos de transporte.