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Castello Branco e João Bosco. Qual é o Brasil popular que se canta hoje?

Dois cantores de gerações distintas mas a filtrar as mesmas influências. Atuam em Lisboa esta quinta-feira. Falámos com ambos sobre Elis, o Rio de Janeiro e lemas de vida: "Fugir só para a frente".

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João Bosco é da zuera, tem lata, é trocista. Ser “zuero” é saber gozar e continuar impassível. À frente da televisão, num hotel em Lisboa, onde passa o Flamengo, o mengão, o ilustre compositor da MPB garante-nos que é apenas um, o que convém clarificar, é uma grande zoação. Acreditámos cegamente, nestes quase 50 anos de carreira, que João Bosco era muitos, era Gilberto Gil no desenfreado violão rítmico, Milton Nascimento na evangelização barroca e Chico Buarque na cantiga de homens trágicos, presos aos seus crimes de paixão repentina. Porém, conforme testemunhamos numa conversa pausada pelos golos da equipe de manto sagrado, João Bosco é apenas um. Que zuera.

Mano Que Zuera é o novo álbum do violonista de Minas Gerais, de boné e 70 anos, numa visita a Portugal depois de uma década de ausência, com samba marcado para esta quinta-feira, dia 3 de maio, no Teatro Tivoli, Lisboa. O álbum é o primeiro de originais em oito anos, ineditismo que na perspectiva de um dos compositores mais regravados do Brasil é muito relativo. “A minha visão é diferente, tanto uma música inédita como uma releitura implica um trabalho criativo, implica a mesma sensação”, defende João Bosco ao Observador. “As canções dão sinais que sinto na temperatura do corpo, sinto que alguma coisa se modifica e pressinto a canção surgindo, mas isso é um ofício de cada dia, se a canção é inédita ou não, é um detalhe”

O álbum começa pelo “Fim”, uma canção barroca, mineira, de violão e acordeão, que enquanto se revela, percebemos que é mais início que conclusão, afinal foi a descer e subir ladeiras, pelas ruelas sacras de Ouro Preto, entre a cachaça de cada bar, que começou a carreira de João Bosco. “Minas Gerais para mim é a origem de tudo”, garante, explicando sobre a cidade onde nasceu que, “Ponte Nova é provinciana, simples”. Mas a 90 km, muito perto na percepção de amplo olhar brasileiro, está Ouro Preto, jóia do colonialismo e palco dos consequentes gritos de rebelião. “Ouro Preto possui uma arquitectura e vestígio de artistas muito importantes, como o Aleijadinho, o Manuel da Costa Ataíde que pintou os motivos barrocos das igrejas, sente-se a presença artística muito latente, é uma cidade muito inspiradora para a criação artística”. O estudante de engenharia civil, perante a paisagem vertiginosa da cidade, acordou para aquela melodia urbana de notas soltas. “Logo no primeiro dia, quando me deparei com a cidade, senti que a minha vida não era mais a mesma”.

“Mano que Zuera”, de João Bosco

“O Rio de Janeiro e o Nordeste são dois lugares bem fortes de personalidade, que despertam mais voz”, reflete Castello Branco, compositor da nova geração MPB. “Mas é besteira, porque todos os lugares tem a sua especificidade, como o interior de Minas Gerais que é muito particular”. A base é a mesma, de violão introspectivo, um encaracolado de cabelo e barba, ar contemplativo, apoiados ao pedaço de madeira e cordas que esconde canções. Os dois tocam no mesmo dia, na mesma cidade, João Bosco no Tivoli, e Castello Branco no Musicbox. Em Lisboa, separados por décadas, mas próximos pela necessidade de isolamento para criação, seja na íngreme Ouro Preto ou num mosteiro no Rio de Janeiro.

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Esse violão

Castello Branco, carioca de 31 anos, é da mesma safra que Cícero e Rubel, cantautores da nova geração, que habitam microcosmos dentro apartamentos, sozinhos a percorrer as ruas de violão, à espera ou a procurar, a fugir de encontro ao amor, na mesma forma confessionária que o catedrático Marcelo Camelo ensinou aos súbditos, isto é, a qualquer miúdo com uma paixoneta e cordas para acariciar. O músico conhece a “lenda viva” João Bosco, e sobretudo a filha Júlia, que canta em dueto com o pai, em “Ultraleve”. “Mas eu sou meio leigo, porque não cresci na cidade, tem muita coisa que me escapa”, se desculpa, a lembrar que até aos 16 anos cresceu na reclusão de um mosteiro fundado pela mãe, na bucólica Teresópolis. “Ao vir tarde para a cidade, talvez tenha ouvido as coisas de forma diferente, com um olhar mais maduro”.

Renovado, trocou as rezas pelas guitarras adolescentes com Diogo Strausz na banda R.Sigma, e depois o elétrico pelo introspectivo no primeiro disco e agora a reclusão pelas frequências de sintetizador, no último Sintoma, álbum de estirpe paulista que apresenta em Portugal. “Os mestres vão ensinando aos discípulos, e os discípulos passam a mestres, é um aprendizado constante com quem trouxe e para quem dá, nunca é a mesma coisa apesar de ser tudo uma grande repetição”, diz-nos sobre esta coisa de pertencer à nova geração da MPB, de ter as costas quentes de décadas de renovação e excelência musical, obrigado constantemente a sentir o esgueirar de um mestre, seja João Gilberto, Dorival Caymmi ou João Bosco.

Em 1967, o tremor de terra, a aproximação de um mestre, também se fez sentir. “Quando o Vinicius de Moraes chegou a Ouro Preto, a minha intenção era mostrar-lhe algumas canções”, conta João Bosco. “Acabei por procurá-lo de noite, na pousada Chico Rei, bati na porta com o meu violão, começamos a falar sobre música, ele pediu para tocar e ali mesmo fizemos um samba, “Samba de Pouso”. Começa uma amizade que o compositor ainda recorda com ternura. “Ele foi um mentor, e sempre que voltava a Ouro Preto, e ouvia a minha música, dizia que aquela cidade me fazia bem, e aconselhou a ficar o máximo de tempo possível em Ouro Preto”.

"O Aldair [Blanc] era um carioca nascido no Estácio, com samba na veia, mas acaba também se transformando num mineiro, escrevendo as primeiras canções como se tivesse em Minas Gerais, isso define muito bem a nossa parceria, parceria é um se transformar no outro”
João Bosco

Numa época que as gravadoras estavam no Rio de Janeiro, a estratégia de Vinicius era que o jovem mineiro desenvolvesse refugiado estas canções insulares, antes de soltar para todo o Brasil este dedilhar quase santificado. Mas o miúdo não podia ter o poeta mais valioso do país ao seu serviço e bem prazer, a oferecer versos a troco de cachaça. A fé, força esmagadora nesta terra de cruzes e santas, deu o mote para um parceiro inesperado. “Em 1970, conheci um amigo de Aldair Blanc, que depois falou de mim ao Aldair no Rio, que na semana seguinte, sem me conhecer, vai para Minas”, descreve sobre o início de uma das principais parcerias da MPB, com mais de 120 músicas gravadas, e que ao primeiro encontro, na casa da mãe de Bosco, rendeu logo dois clássicos,  “Agnus Sei” e “Bala com Bala”. “O Aldair era um carioca nascido no Estácio, com samba na veia, mas acaba também se transformando num mineiro, escrevendo as primeiras canções como se tivesse em Minas Gerais, isso define muito bem a nossa parceria, parceria é um se transformar no outro”, indica, explicando ainda que, “depois quando vou para o Rio me transformo num carioca”.

Em 1972, João Bosco grava “Agnus Sei” ao lado de “Águas de Março” de Tom Jobim, um single para uma edição exclusiva da revista Pasquim, o primeiro fruto da parceria Bosco/Adair, que face às distâncias, prossegue por correio, toma lá poema, dá cá melodia. No ano seguinte surge um disco da dupla, ainda pós-tropicalista, ainda muito mineiro, com a canção “Bala com Bala”, que Elis Regina grava num dos seus discos mais bem sucedidos, e já com o distinto violão de Bosco. “O meu violão é difícil de descrever, mas eu acho que ele vive sozinho comigo num cantinho”, considera. “Tem a necessidade de expressar os outros instrumentos que a música está a dizer que tem, então é um violão que se expande”.

Bêbados, equlibristas e tudo o resto

O primeiro álbum de Castello Branco também nasce em volta do violão, das memórias imersas nas questões da fé e de coração. Neste segundo disco, a música tem mais ginga, mas tal como no primeiro, está submersa em retiros existenciais de longas melodias, reflexões dispersas, típicas desta geração que passou a adolescência em sucessivos tragos de Radiohead (“Céu da Boca”). “Eu busco o folclore, uma sabedoria popular na arte, o meu som é uma busca atual disso”, explica. “Essa é a grande diferença entre os dois discos, o primeiro não teve essa busca e o segundo já teve essa busca pelo sintoma do folclore brasileiro e o eletrónico”. Descreve a música como ‘ufolclore’, folk com uma conexão cósmica ao universo, de “uma sabedoria que me foi passada há anos no monastério”. Se o músico tende para as meditações que podem escapar a nós, meros mortais de existência terrena, a busca pelas frequências, por um mantra através da música eletrónica, é uma prazerosa repetição que reagimos instintivamente, veja-se “Cara a Cara”.

As frequências na década de 70, eram sobretudo de rádio, e pertenciam a titãs como Elis Regina, que decide guardar para si a dupla de compositores Bosco/Aldair, e teria um auge em “O Bêbado E A Equilibrista”, sucesso de rádio, sucesso de liberdade em verso e interpretação, até hoje. “A Elis foi a intérprete mais definitiva que o Brasil teve”, garante o compositor. “Não era possível prever o que acontecia à canção, a Elis era uma pessoa de uma criatividade muito grande, tinha talento como músico, no arranjo, o momento que tinha entre entregar a canção e a revelação da canção era único”. A expectativa foi dilacerante até ouvir pela primeira vez a canção que se torna o hino da anistia, a suplícia pelo regresso dos exilados políticos. “Ela canta ‘O Bêbado E A Equilibrista’ como se tivesse mesmo criado a canção, de forma muito comprometida”, indica, acrescentando que, “depois, quando ela gravou o ‘Caça à Raposa’, contou-me o que a canção lhe teria causado dentro dela, que tinha sido uma mudança transformadora”.

Caça à Raposa, segundo álbum de Bosco, sucesso inesperado de vendas, que rendeu mais canções à Elis e um espólio inestimável para a MPB, desde a sublime “Jandira da Gandaia” ao samba Kid Cavaquinho”, onde revela que, “Veneno é com o meu cavaquinho/ Pois se eu to com ele encaro todo mundo”. Seria o ponto de partida para uma década de clássicos: “Falso Brilhante”; “Bijuterias”; a “Transversal do Tempo” onde defende:

“Acho que o amor
É a ausência de engarrafamento”

A “Plataforma” que pede ao bloco de carnaval para arrebentar o isolamento de regime; ou o sarcástico, de zuera, Gol Anulado”, a canção que o compositor flamenguista:

“Eu aprendi que a alegria
De quem está apaixonado
É como a falsa euforia
De um gol anulado”

Uma goleada de sambas, boleros, choros e contos romanceados que ao violão ganham o nome de samba-enredo, como o próprio “O Bêbado e a Equilibrista”. “Gosto da possibilidade que esse género de samba tem de narrar, de ser uma espécie de historiador, é um samba que conta histórias, não tem uma segunda nem primeira parte, você vai narrando”, explica.

“Sintoma”, de Castello Branco

“O Mestre Sala dos Mares” é outro samba-enredo fundamental, que pede aos navegantes negros “Glória aos piratas/ Às Mulatas, às sereias”, que percorre a mesma história de sempre, trágica, desde Chico Rei ao “João Pulo”, este último de Mano Que Zuera, outro herói negro, “De príncipe a escravo a preto-fôrro/ De operário a novamente herói do morro”. “Essa questão da herança da negritude temos dentro mas adormecido, e o que fez acordar foi a primeira vez que conheci a Clementina de Jesus, em 76”, garante ainda assombrado. “Quando ouvi Benguelê’, que queria dizer as saudades de Benguela, e vi que toda a cultura musical dela era oral, que ela dava ênfase à sonoridade dos fonemas, magicalmente algo em mim despertou”. Neste álbum, “Onde estiver” e “Sinhá”, parceria com Chico Buarque, é clara esta dimensão africana, percussiva de Bosco. Preta-Porter de Tafetá” talvez seja o melhor exemplo, com a multiplicação de fonemas impossíveis, a voz como instrumento de rima, de subjetividade (“Pagode em Cocotá/ Via a nega rebolá/ Num prêt-a-porter de tafetá”).

“João Pulo” é uma suíte que termina com “Clube da Esquina nº 2”, música que como o nome indica, é uma das criações eternas de Milton Nascimento e Lô Borges, que colocaram definitivamente Minas Gerais no centro da criação musical brasileira. O clube não era exclusivo, mas operava em Belo Horizonte, longe de Ouro Preto, onde coisas como os Beatles não faziam moça. “O Clube da Esquina é muito comprometido com a cidade de Belo Horizonte, eu tava numa cidade barroca”, cogita. “Mas depois cada um foi para um lado, e o próprio Milton ficou muito barroco, se aproximou de mim, ele gravou por exemplo, ‘Corsário’”. Essa canção, do mesmo álbum que tem a regravação de “Agnus Sei”, seria quase uma despedida de barroco, e iria anteceder o apogeu rítmico, sambista e africano que foram os anos 80 de João Bosco. Comissão De Frente e Gagabirô, dois álbuns imensos, com a envolvente “A Nível De…”, o groove de “Comissão De Frente” ou o grande hit, “Papel Marché”. De Ouro Preto aos morros do Rio, o Brasil estava conquistado.

Fé na santa

O barroco, o cantar sagrado, ainda não abandonou Castello Branco, que na companhia de Filipe Catto se abriga em “Nascer do Sômm”, numa crença sossegada, que em “Assuma” se explica melhor: “Não procure mais, irmão/ Deus está no ato de assumir a si”. “A minha mãe é hiper religiosa, eu tenho fé na minha santinha, a Maria, mas também tenho uma parte que desafia isso, se é uma mulher que se manifesta em natureza, ou amor, por isso as minhas preces são palavras, frequências”, explica sobre estas canções de quem está sempre em harmonia com o relento, de camisa aberta e cantar entre o piar dos pássaros. Neste Sintoma, além de Filipe Catto ainda encontrou parceiros na lisérgica Mãeana, Verônica Bonfim e Tô.

“É um país muito grande, que ainda tem 10% da nação detendo 90% da riqueza, enquanto não houver um achatamento destas distâncias vai ser complicado. [Na ditadura] Todos sentiam a repressão, e hoje apesar de não haver regime militar, até temos uma pressão maior, por um todo que não é tolerante e não quer dialogar.”
Castello Branco

Hoje, o grande parceiro de João Bosco é o filho, Francisco Bosco. Porém, Mano Que Zuera dá ao mundo uma nova canção da dupla Aldair/Bosco, “Duro na queda”, retomando a tradição de narrativas cariocas da urbe, onde reinam desilusões amorosas, cantadas para os colegas de morro, dos botequins:

“Tem um sentado e tá com arma
O português da caixa sente o drama
Pistola em botequim não dá bom karma
Melhor trocar o berro pela Brahma

“Eu vivo no Rio de Janeiro, eu sinto a cidade, a música nada mais é que responder a esse sentimento dessa paisagem, você está fazendo música ali dentro, é algo dinâmico que acontece e surge de forma misteriosa, proveniente dessas experiências da cidade que você lida, e que por algum motivo te pegam”.

Tiro de misericórdia” é uma dessas narrativas, que de forma chocante nos anos 70, apontava o dedo à violência carioca. O herói é um puto, guri, “um deus de bermuda e pé-de-chinelo”, rodeado de orixás que assistem apáticos o desenrolar natural de uma sociedade viciada:

Grampearam o menino do corpo fechado
E barbarizaram com mais de cem tiros
Treze anos de vida sem misericórdia
E a misericórdia no último tiro”

“É um país muito grande, que ainda tem 10% da nação detendo 90% da riqueza, enquanto não houver um achatamento destas distâncias vai ser complicado”, indica, acrescentando sobre o período fértil de composição, na ditadura, que, “todos sentiam a repressão, e hoje apesar de não haver regime militar, até temos uma pressão maior, por um todo que não é tolerante e não quer dialogar”.

“Quem sorri bonito/ É porque nasceu feliz” é a receita possível de Castello Branco para as adversidades do Brasil de hoje, contrariando a tendência da nova geração em apontar o dedo a culpados. Mas como sorrir, neste ano de amarguras? “Não vejo as coisas assim”, responde, defendendo que, “acho que temos que estar falando o que é preciso dizer, mas eu estou tentando fazer o que posso no jeito que posso, é o que me cabe nesta encarnação, pelo menos até agora”. Por enquanto, na presente encarnação de 70 anos, de boné e sorrisos que é João Bosco, o novo álbum tem uma tristeza profunda em “Nenhum Futuro”, um choro que retrata um país à deriva. “Essa canção, infelizmente, fala de uma realidade com uma verdade muito crua e certeira, se me perguntasse agora, o que é o Brasil, diria que é isso aí”. No entanto, existe sol, alegria, e muita zuera. “Mas como diria o meu amigo Wally Salomão”, interrompe Bosco, “fugir só para a frente”.

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