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A família imperial © AFP/Getty Images
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A família imperial © AFP/Getty Images

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Da veterana Michiko à jovem Ayako. A silenciosa marcha das mulheres da família imperial japonesa

Resumimos a desafiante e discreta vida das principais figuras femininas da família imperial japonesa, em tempos de mudança no trono de Crisântemo e de um isolamento que insiste em marcar terreno.

É indiscutível que mais tarde ou mais cedo estará em cima da mesa um problema de sucessão no Japão. O tema, aliás, voltou a ser levantado de forma mais veemente nos últimos meses, ficando no ar a promessa de uma reação quando se oficializar a troca de soberanos, esta terça-feira, cerimónia que será vedada a mulheres, como manda o figurino. Hisahito, de 12 anos, é neste momento o único descendente elegível depois de Naruhito, o senhor que se segue no trono de Crisântemo. Filho do irmão mais novo do novo imperador (o segundo na linha de sucessão) é o nome masculino que se destaca numa extensa família onde durante 41 anos não nasceram raparigas. E se foram oito as imperatrizes no país, ainda que seja preciso recuar 250 anos para conhecer a mais recente, Go-Sakuramachi, 117ª monarca, que abdicaria para um sobrinho em 1771, estas figuras não foram além de um magro papel de regente, com um persistente estatuto de viúvas ou solteiras. A partir de 1947, a lei imperial passou a impedir a ascensão de mulheres, apesar de uma sondagem de outubro publicada no jornal Yomiuri Shimbun revelar que quase dois terços da população é favorável a uma revisão da lei. Ainda que o clã imperial tenha uma história de mais 2600 anos que terá na sua origem uma mulher: a lendária deusa do sol Amaterasu.

Para as figuras femininas mais ou menos contemporâneas, detalhes como estes de pouco serviram para resgatar o seu protagonismo da sombra. Eis a história abreviada de algumas delas, da pioneira irmã do cessante Hirohito à sobrinha do novo imperador, sem esquecer a sua mulher, de quem se espera o fim de um longo exílio dourado auto imposto. Recordemos o seu trajeto e grau de parentesco em relação ao futuro novo imperador.

Kazuko Takatsukasa, a tia-avó (1929-1989)

Aquela que era conhecida como princesa Taka, terceira filha do imperador Shōwa e da imperatriz Kōjun e irmã mais velha do imperador Akihito, foi a primeira a casar-se com uma figura externa à família imperial, uma boa razão para iniciar esta lista. Para a história fica o dia 21 de maio de 1950, quando se uniu a Toshimichi Takatsukasa, o primogénito de um político.

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Nascida em Tóquio, não foi criada pelos pais mas por uma corte feminina num palácio à parte, construído para si e para as irmãs, como era tradição à época. Frequentou o ensino comum e recebeu um ano de formação para aprender a dominar todos os preceitos que assistem uma noiva, segundo orientação do camareiro-mór Saburo Hyakutake.

Não foi criada pelos pais mas por uma corte feminina num palácio à parte, construído para si e para as irmãs, como era tradição à época. Frequentou o ensino comum e recebeu um ano de formação para aprender a dominar todos os preceitos que assistem uma noiva

Mas o destino não seria especialmente brando para a princesa que deixou de o ser, forçada a abdicar do título. Em 1966, o marido foi encontrado morto na sequência de uma intoxicação por monóxido de carbono. O cenário era o apartamento da amante, Michiko Maeda, anfitriã numa boite, e a imprensa não tardou a especular sobre um possível pacto de suicídio.

Ainda nesse ano, Kazuko voltaria a ser confrontada com uma experiência traumática quando um homem invadiu a sua casa e a feriu com uma faca nas mãos. O imperador ficou de tal forma chocado com os acontecimentos que ordenou que Takatsukasa se mudasse para o Palácio Tōgū, em Akasaka, Tóquio. Foi aqui que a irmã de Akihito morou até à sua morte por insuficiência cardíaca, aos cinquenta e nove anos. Sem descendência direta, a mulher que entre 1974 e 1988 serviu como saishu, ou sacerdotisa, no santuário de Ise, adotaria como seu herdeiro Naotake Matsudaira.

O imperador Hiro Hito com 4 dos seus 5 filhos: o príncipe Akihito e as suas irmãs, Shigeko de Teru, Atsuko de Yori e Kazuko de Taka, entre finais da década de 30 e começo de 40 © Getty Images

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Masako Owada, a mulher (n. 1963)

Em fevereiro de 2019, uma rara aparição num concerto interrompia um longo ciclo de afastamento da vida pública. Nessa noite em Tóquio, a presença de Masako Owada não passou despercebida à psiquiatra Rika Kayama, que já dedicou vários livros à batalha travada pela princesa real, que sofre de uma perturbação mental provocada por uma reação demasiado forte e emotiva a eventos stressantes.

Os últimos 15 anos têm sido especialmente duros para Owada, que se prepara para acompanhar o marido na subida ao trono de Crisântemo, um passo que promete testar a sua resistência ao limite. Refugiada no palácio Togu, no bairro Akasaka, na capital japonesa, viu-se muitas vezes incapaz de responder aos imperiais deveres e aos desafios de uma sociedade conservadora. Para não falar da monumental pressão para dar ao mundo um varão — em 2001, apesar de todos os esforços, e de ter sofrido um aborto, nasceria a única filha de ambos, Aiko.

Refugiada no palácio Togu, no bairro Akasaka, na capital japonesa, viu-se muitas vezes incapaz de responder aos imperiais deveres e aos desafios de uma sociedade conservadora. Para não falar da monumental pressão para dar ao mundo um varão 

Há anos que Masako está no centro de um velho debate sobre o papel da mulher, no mundo em geral, e na cultura nipónica. No grupo das sete nações mais industrializadas do mundo, o Japão acusa o pior índice quando o assunto é a igualdade de género. Dados recentes do Fórum Económico Mundial posicionam o país em 110º lugar, entre 149 nações.

A diplomata de elite a quem retiraram o passaporte, fluente em inglês e francês, não esconde o nervosismo e insegurança pelo desafio que se aproxima nesta nova fase. Foi em 1993 que se casou com o filho mais velho do imperador Akihito e da imperatriz Michiko (conheceram-se em 1982 num torneio de ténis) e rapidamente o efeito provocado foi comparado ao da princesa Diana. Mas a “Masako-Mania”, que se julgava capaz de inspirar toda uma nova geração de mulheres, com a sua formação ocidental e serenidade oriental, extinguir-se-ia num ápice. A vida “triste” e “dolorosa” da princesa são apenas dois dos adjetivos mais recorrentes nos perfis que lhe dedicaram os jornais ao longo dos anos.

A 4 de dezembro de 2018, o futuro imperador, Naruhito, com a mulher, a princesa Masako, numa foto oficial © Getty Images

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Imperatriz Michiko, a mãe (n. 1934)

A escassa distância da despedida do trono, o soberano e a sua mulher são fotografados sorridentes e em modo de passeio. Em jeito de adeus, afáveis como é normal, o casal vagueou pelo enclave botânico de Tóquio onde a imperatriz Michiko passou boa parte da sua infância, maravilhado com o efeito das rosas. Em vésperas da partida, e precisamente no mês em que cumprem 60 anos de casamento e 30 de reinado, têm revisitado outros pontos marcantes na sua caminhada, como o muito significativo parque infantil Kodomo no Kuni, centro de lazer construído com os fundos resultantes dos presentes que o casal recebeu no seu enlace.

Michiko Shōda, de 84 anos, sucedeu em 1989 à imperatriz Nagako, tornando-se a primeira plebeia a casar com um elemento do clã imperial. Mãe de três filhos, receberá o nome de Jōkōgō, e o título de imperatriz emérita, quando o imperador Akihito abdicar do trono a favor do filho mais velho, este 30 de abril. Segunda de quatro filhos, Michiko recebeu uma educação esmerada, tendo estudado inglês e piano e desenvolvido interesse pela pintura. Forçada a trocar de bairro e de escola durante os bombardeamentos norte-americanos, regressou a Tóquio em 1946 para terminar os estudos elementares. Em 1957 licenciava-se em artes e literatura inglesa na Faculdade de Literatura da Universidade do Sagrado Coração (uma instituição católica), tendo passado por Harvard e Oxford.

Michiko conheceria o futuro marido e imperador num court de ténis e o par protagonizou aquele que foi descrito como um "conto de fadas", apesar de alguma oposição a esta aliança -- a noiva vinha de uma família católica e apesar da riqueza continuava a ser uma plebeia

Filha de um industrial e criada no seio de uma família abastada, rezam algumas biografias que teve vários pretendentes, incluindo o famoso escritor e realizador Yukiuo Mishima, que lhe terá sido apresentado na década de 50. Michiko conheceria o futuro marido e imperador num court de ténis e o par protagonizou aquele que foi descrito como um “conto de fadas”, apesar de alguma oposição a esta aliança — a noiva vinha de uma família católica e apesar da riqueza continuava a ser uma plebeia. A simpatia granjeada junto do povo e da própria classe política permitiu a “Mitchi”, como era conhecida, levar a melhor sobre a pressão negativa exercida por alguns elementos próximos, nomeadamente a sua sogra, destacando-se como um símbolo de modernização do país. A 10 de abril de 1959, mais de 500 mil pessoas seguiram a cerimónia do casamento imperial, com direito a transmissão na TV.

Em rutura com a tradição, os filhos foram criados pelos pais e a princesa real até amamentou. À semelhança do que se verificaria anos mais tarde com a sua nora, Michiko sofreu também vários esgotamentos, fruto do assédio mediático e da relação conturbada com a sogra — as divergências terão mesmo motivado uma perda de voz durante meses, corriam os anos 60, e de novo em 1993. Em 2007 viu-se obrigada a cancelar vários compromissos oficiais devido ao excesso de stress.

Michiko a conduzir a filha, a princesa Nori, na exposição "Mundo da Criança", em Yokohama, em março de 1976 © Getty Images

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Kiko de Akishino, a cunhada (n. 1966)

O casamento entre a anteriormente conhecida como Kiko Kawashima e o príncipe Kishino abriu diversos precedentes. A começar pelo facto de o seu noivo se antecipar ao irmão mais velho, Naruhito, e continuando por um detalhe importante: Kiko era a primeira plebeia a juntar-se à família imperial oriunda de uma família de classe média.

Durante três anos o casal escondeu a intenção de se casar, tendo o noivado recebido aval da Casa Imperial em setembro de 1989, com a união a ser formalizada no Palácio Imperial a 29 de junho de 1990

Filha de um professor universitário de geologia, Kiko, ou “Kiki”, como era tratada carinhosamente na infância”, completou os primeiros estudos nos EUA, onde o pai se doutorou e viria a trabalhar, na Universidade da Pensilvânia. Seguir-se-ia uma paragem em Viena, na Áustria, de novo à boleia da carreira académica paterna, que passou pela ciência espacial e atividades em ONG’s. Fluente em inglês e alemão, Kiko formar-se-ia no Departamento de Psicologia da Universidade de Gakushuin ,em 1989. Em 1995, concluiu o doutoramento na mesma universidade, onde haveria de conhecer o futuro marido.

Durante três anos o casal escondeu a intenção de se casar, tendo o noivado recebido aval da Casa Imperial em setembro de 1989, com a união a ser formalizada no Palácio Imperial a 29 de junho de 1990. Kiko aliou os seus estudos em psicologia aos desafios enquanto princesa e destacou-se na interpretação de língua gestual.

Da esquerda para a direita, Naruhito, Akishino, e as princesas Kiko e Nora acenam ao imperador Akihito e à imperatriz Michiko numa partida de Tóquio © Getty Images

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Sayako Kuroda, a irmã (n. 1969)

A função de sacerdotisa suprema está longe de ser uma novidade na família imperial, quer entre membros atuais quer passados, desde o final da II Guerra Mundial. Em junho de 2017, anunciava-se que Sayako Kuroda, a irmã do novo imperador, iria desempenhar estas funções, rendendo Atsuko Ikeda, de 86 anos, irmã de imperador de saída, que ocupou este lugar durante 29 anos.

Anteriormente conhecida como princesa Nori, Sayako licenciou-se em 1992 em língua japonesa e literatura. Mais tarde, nesse mesmo ano, inscreveu-se no Instituto de Ornitologia Yamashina, tornando-se uma especialista na espécie martim-pescador.

Em 2004, o Japão ficava a saber do noivado com Yoshidi Kuroda, cuja pequena cerimónia de casamento foi realizada em novembro do ano seguinte, perante 30 convidados, seguida de uma receção para 120 pessoas.

O governo japonês atribuiu-lhe um dote no valor de um milhão de libras e a jovem teve direito a aulas de condução e sobre como fazer compras no supermercado, um admirável mundo novo para quem se preparava para abandonar as mordomias do quotidiano num palácio

O governo japonês atribuiu-lhe um dote no valor de um milhão de libras e a jovem teve direito a aulas de condução e sobre como fazer compras no supermercado, um admirável mundo novo para quem se preparava para abandonar as mordomias do quotidiano num palácio. Na sequência da união, Sayako abandonou o seu interesse pelas aves e atualmente assume-se como mais uma sacerdotisa suprema no santuário de Ise.

As princesas Masako (esquerda) Mako (centro) e Sayako (direita) aguardando a chegada do imperador Akihito no aeroporto de Tóquio © Getty Images

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Aiko, a filha (n. 2001)

Contra todos os desejos de acolher um herdeiro do sexo masculino, Aiko veio ao mundo em 2001, depois de uma longa cruzada materna. A 1 de dezembro cumpre 18 anos, baliza etária que pouca diferença fará face ao peso da agência imperial ao leme dos destinos de todas as peças do xadrez.

A sua educação tem sido seguida a par e passo pela mãe, de quem herdou os elevados níveis de ansiedade — terá mesmo passado por episódios de bullying na escola que motivaram o absentismo.

Frequentava o liceu para raparigas Gakushuin, em Tóquio, passara o verão no Reino Unido, num programa escolar com escala em Etton e em Oxford, e que gosta de observar o céu e de fazer snorkeling e jogging com o pai

Mas em bom rigor, e à semelhança do resto do clã, pouco se sabe sobre a sua vida. Em dezembro de 2018, de forma tão maquinal como entediante, elencavam-se algumas das atividades prediletas da adolescente, conhecida como princesa Toshi, que acabara de cumprir 17 anos. Frequentava o liceu para raparigas Gakushuin, em Tóquio, passara o verão no Reino Unido, num programa escolar com escala em Etton e em Oxford, e que gosta de observar o céu e de fazer snorkeling e jogging com o pai.

A princesa Aiko ladeada pelos pais, Naruhito e Masako, na chegada à sua cerimónia de finalista no colégio feminino de Gakushuin © Getty Images

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Mako de Akishino, a sobrinha mais velha (n. 1991) e Kako (n. 1994), a mais nova

Em 2015, era notícia o mestrado em Arte que a neta mais velha do imperador Akihito estivera a tirar na universidade de Leiscester, em Inglaterra. Foi apenas no último trimestre do ano que a Casa Imperial Japonesa revelou que Mako de Akishino passara os meses mais recentes de forma quase incógnita, como uma aluna comum (anteriormente já visitara e estudara em Dublin e Edimburgo). Não foi a primeira vez que ousou comparar-se a uma comum mortal da sua idade — em 2011 trabalhou como voluntária nas áreas afetadas pelo terramoto e tsunami sem revelar a sua identidade. Também a irmã mais mais nova, Kako, fez parte da sua formação em Leeds, focada nas artes performativas e nas indústrias culturais.

Em 2004, a sobrinha mais velha do futuro imperador tornava-se um fenómeno da Internet, num vídeo com milhares de visualizações partilhado na plataforma Nico Nico Douga, um fenómeno se se seguiu a uma imagem sua vestida de marinheira na TV

A verdade é que no país de origem é difícil despistar a atenção dos seguidores mais jovens, que vão partilhando diferentes imagens das irmãs em visitas de Estado e outras aparições públicas. Em 2004, a sobrinha mais velha do futuro imperador tornava-se um fenómeno da Internet, num vídeo com milhares de visualizações partilhado na plataforma Nico Nico Douga, um fenómeno se se seguiu a uma imagem sua vestida de marinheira na TV.

Em 2017, voltava a ser notícia, agora porque se precipitava o seu casamento com Kei Komuro, aluno da Universidade Cristã Internacional, um plebeu de Yokohama. Em setembro desse ano, a Casa Imperial confirmava mesmo o enlace para novembro de 2018, mas entretanto a união foi adiada para 2020. Mako será assim a nona mulher da família real a abdicar do seu estatuto para se casar.

As irmãs Mako (esquerda) e Kako, filhas do príncipe Akishino, no Ano Novo, na varanda do Palácio Imperial, em janeiro de 2019 © Getty Images

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Ayako Moriya, ex- Ayako de Takamado, a prima afastada (n. 1990)

O seu casamento com um plebeu é o caso mais recente na família imperial. A cerimónia, que se realizou em 2018, chegou às páginas de revistas como a Vogue, que para além de rever os looks usados, fiéis à tradição e rituais shinto, recorda como a jovem abandonou a família imperial para seguir os passos da prima Mako.

Ayako, a primeira do clã a nascer no período Heisei, casou-se com Kei Moriya, engenheiro numa grande empresa de transportes

Ayako, a primeira do clã a nascer no período Heisei, casou-se com Kei Moriya, engenheiro numa grande empresa de transportes. É a filha mais nova da princesa Hisako e do príncipe Norihito, que morreu precocemente em 2002, aos 47 anos, devido a falência cardíaca. Era o primeiro primo do imperador Akihito.

A 29 de outubro de 2018, a princesa Ayako foi notícia por se casar com o plebeu Kei Moriya. A cerimónia decorreu em Meiji Shrine, Tóquio © Getty Images

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