Domingos Baleizão até parece fazer festinhas na cara de Jorge Jesus. Agarrado a um caderno que ele próprio desenhou e imprimiu na sua gráfica, segura respeitosamente aquelas páginas que têm como capa a figura do treinador do Flamengo agora vencedor da Libertadores e do campeonato brasileiro, e ex-técnico do Benfica e do Sporting.
“Está aqui tudo, está aqui tudo!”, garante Domingos com os olhos arregalados e em pleno processo de evangelização para as qualidades e méritos do homem que conheceu há mais de 50 anos, na Venda Nova, freguesia do concelho da Amadora, onde nasceram e se fizeram amigos. “O segredo do Jesus está todo aqui neste livro!”
Na capa, além de uma fotografia de Jorge Jesus a dar indicações para dentro do campo, pode ver-se o estádio do Flamengo em pano de fundo. E, ao lado, em letras garrafais e na vertical, lê-se “FLAMENGO” e “ÉPOCA 2019/20”. Qual cristão com a Bíblia nas mãos, liberal com um tomo de Adam Smith ou comunista com “O Capital de Marx”, Domingos insiste: “Está aqui tudo”. Com um pormenor que distingue estas menos de 100 páginas A4, encadernadas numa gráfica da periferia lisboeta: o livro com o pensamento de Jorge Jesus é de edição limitada. “Só há quatro gajos que têm isto nas mãos”, assegura Domingos. “É o diretor do clube, o diretor desportivo, o Jorge e eu.” É Domingos quem desenha e imprime estes cadernos, autênticas bíblias deste Jesus, que as entrega à direção dos clubes por onde passa ao início de cada época. E guarda um para si, que guarda com orgulho ímpar.
É tanto orgulho que não resiste — e eis que Domingos abre o livro. Vira as páginas para si mesmo e quase as esconde, porque não são todos os olhos que podem ver o que por ali passa. Não deixa que o fotografemos. Mas, ainda assim, de esguelha e de pernas para o ar, mostra-nos como “está aqui tudo” — expressão que repete a cada página que vira. Este “tudo” inclui a descrição das tarefas da sua equipa técnica, dividida em sete áreas de intervenção, que vão da tática à nutrição e suplementação dos atletas; detalha a filosofia de Jorge Jesus para conciliar a formação do clube com a política de compra e venda de jogadores; descreve o protótipo de jogador desejado para cada posição; elenca os jogadores a manter e aqueles que não vão ter o privilégio de trabalhar com “o melhor treinador do mundo”. Palavra de Domingos.
Mas a parte de que Domingos mais gosta naquele livro é mesmo aquela em que Jorge Jesus traça os objetivos para a época 2019/20 do Flamengo. São quatro itens, quatro pontinhos. Primeiro: ganhar o campeonato do Brasil. Segundo: chegar à final da copa do Brasil. Terceiro: ir à final da Taça Libertadores. E quarto: chegar à final do mundial de clubes.
“Já viu o que ele previu há tanto tempo? Ele escreveu isto há uma porrada de meses. E o que está aqui escrito foi tudo cumprido, tudo!”, afiança Domingos.
A verdade é que a equipa carioca que Jorge Jesus começou a treinar em junho deste ano está à beira de ser o campeão brasileiro a cinco jornadas do fim. E, mais premente ainda, no dia em que falamos com Domingos, o jogo da final da Taça Libertadores em Lima, no Peru, é ainda futuro. Naquele dia, o amigo de há 50 anos de Jesus ainda não sabe que o treinador português vai mesmo levar o troféu para casa, numa reviravolta a poucos minutos do fim do encontro.
É certo que Brasileirão e Taça Libertadores não são bem tudo, como diz Domingos. Também é verdade que o Flamengo de Jorge Jesus não chegou à final da Copa do Brasil (ficou-se pelos quartos-de-final) e que a final do mundial de clubes, prevista naquele livro, só seria realidade — como já é — se Jesus vencesse os argentinos do River Plate este sábado — como venceu. Mas a paixão é mesmo assim: eleva qualidades ao máximo, arruma o pior a um cantinho e deixa tudo esplendoroso. E Domingos está apaixonado pelo seu amigo e conterrâneo. “Quando ele andava lá connosco no bairro, quando éramos todos uns putos, alguma vez éramos capazes de achar que ele ia dar no que deu?”, pergunta. “Tudo bem que ele sempre demonstrou algumas capacidades. Mas alguma vez íamos adivinhar que um tipo da Venda Nova ia ser o melhor treinador do mundo?”
Da Venda Nova para o mundo…
Na Venda Nova, bairro da Amadora colado ao concelho de Lisboa, muitos são assim: veneram Jorge Jesus, a quem gabam cada passo dado em direção ao topo do futebol a nível mundial. É uma memória seletiva, em que se esquecem os baixos, porque se mantém a convicção de que é sempre aos altos que ele retorna. E, mais importante do que tudo, na Venda Nova todos sabem muito bem que foi por ali que tudo começou — e há coisas que nunca mudaram.
“Ele sempre teve uma postura de controlador e levou isso sempre a um extremo”, recorda Ângelo Capote, 61 anos, amigo de Jorge Jesus de longa data. “Ele era capaz de estar a jogar e a mandar-nos ir para a esquerda, para a direita, para todo o lado. E, às vezes, até nos mandava para o…”, recorda, deixando o resto da frase à imaginação de cada um.
A bola começou na rua, nos toques com os amigos. À altura, mal se viam carros naquelas ruas onde hoje escasseiam os lugares de estacionamento — e por isso, uma estrada dava em campo de futebol em três tempos. Outras vezes, era no parque de estacionamento do antigo Pão de Açúcar que jogava, já que as luzes ficavam ligadas toda a noite. Mas Jorge Jesus nem sempre aparecia. “Houve uma vez que precisávamos de mais malta para jogar e fomos chamar o Jorge a casa. Ele disse que não vinha, não lhe apetecia, porque já tinha posto o creme para as borbulhas”, recorda Ângelo.
Jorge Jesus até que gostava de jogar à bola, mas isso não é o mesmo que jogar futebol. Jogar futebol — pensar nas táticas, nos diferentes momentos do jogo, compensações, transações e por aí fora — já é outra coisa. E isso notava-se dentro de campo.
Primeiro, no futebol de salão, no tempo em que ainda não havia linha lateral e, como no hóquei em patins, dava para jogar em tabela. “O gajo era uma máquina, enganava-os a todos”, vibra Carlos Ventura, de 82 anos, só de recordar. Com a camisola do Bairro das Cruzes vestida, Jorge Jesus metia a bola para um lado, fingia com o corpo que ia também para lá, mas, ao último momento, torcia para o oposto. “Era muitíssimo habilidoso”, recorda.
Depois, no futebol de 11. Não foi fácil conciliar a vida de soldador na CEL-CAT (empresa de fabrico de cabos, também na Venda Nova, onde o pai de Jorge Jesus, Virgolino, era chefe de turno) com a de futebolista. Foi por esta última que optou quando o cansaço lhe valeu um tombo de cabeça diretamente num prato de sopa. “A minha mãe estava a dar-me sopa e caí com a cabeça dentro do prato porque adormeci e o meu pai disse-me que não podia ser, que tinha de escolher entre o trabalho e o futebol”, contou Jesus no programa “Alta Definição”, na SIC. Foi (mesmo) para futebolista, como o pai, que chegou a jogar no Sporting com os Cinco Violinos.
Não tardou a que também o filho fosse para o Sporting, alinhando pelos juniores do clube. Pedro Godinho, hoje com 67 anos, lembra-se bem de como “o Jorge” começou a despertar a atenção de uns quantos no bairro. “Eu fazia parte de um grupo de três ou quatro gajos que iam ver os jogos todos dele. Pegávamos no carro e lá íamos ver o Jorge jogar no Sporting e noutros sítios aqui ao pé”, recorda. Sentavam-se sempre atrás do banco do Sporting — não para estar mais perto do “ruço” da Venda Nova, mas antes para garantirem que o treinador o punha a jogar.
“Chateávamos a cabeça ao Barata [treinador dos juniores do Sporting] a ver se ele metia o Jorge. Não o largávamos, éramos chatos à brava”, recorda Pedro, a rir. “Nem sempre resultava…”, reconhece, conformado.
A verdade é que Jorge Jesus nunca chegou a ser brilhante dentro das quatro linhas. Jogou até aos 35 anos, numa carreira que foi de Sul a Norte de Portugal, passando também pela Madeira — sempre em clubes de pouca expressão no futebol nacional. Mas, fechado esse capítulo, começou a vingar mesmo ali à beirinha das quatro linhas, como treinador. É uma história já conhecida: começou no Amora e, em Portugal, culminou em dois “grandes”, Benfica (onde foi campeão nacional três vezes) e Sporting. Pelo meio, rodou o país inteiro.
“Mas houve um sítio que ele nunca esqueceu”, sublinha Domingos, bem sublinhado. “É a Venda Nova.”
… e do mundo para a Venda Nova, com medicamentos para a mãe e bilhetes para a bola
Carlos Camacho ainda se lembra de ver Jorge Jesus na barriga da mãe. “Eu sou três anos mais velho do que ele e lembro-me bem de ver a mãe dele grávida dele”, recorda este homem de 68 anos, que viveu no mesmo prédio onde o treinador nasceu. A memória surge-lhe enquanto está sentado a uma das mesas do restaurante “As Colunas”, paragem obrigatória de Jorge Jesus caso esteja na Venda Nova pela hora do almoço.
O dono do restaurante, José Costa Gonçalves, sabe sempre quando ele está para vir. “Liga sempre a avisar, porque ele gosta de ir para uma sala privada que temos ali dentro”, diz, enquanto limpa postas de garoupa com uma faca. “É sempre lá que ele come, para estar descansado. Vai com a família, amigos e às vezes também jornalistas, porque ali fala à vontade”, conta. Os pratos de eleição são por norma de peixe, como arroz de tamboril com o fígado do mesmo ou também uma massada de cherne. Só há um prato em que acede a fazer as honras à especialidade da casa, que são as carnes de caça. Não é nada de pesado, como javali, mas antes uns passarinhos fritos. À saída, paga a sua conta e a dos outros. Gorjeta? “Nisso é que ele é um pouco sovina, mas ele é que sabe…”, diz o dono do restaurante.
Fora do restaurante, todos o conhecem na rua. E ele conhece muitos deles, distribuindo beijinhos, apertos de mão e abraços pelos mais próximos. Muitos gabam-se de terem proximidade com o homem mais famoso da Venda Nova, mas também há quem refira esta tendência com desdém. “A explosão do Jorge Jesus aqui no bairro dá-se quando ele vai para o Benfica, porque antes disso ninguém queria saber grande coisa dele”, garante Carlos Camacho.
Não é que Jorge Jesus não fosse à Venda Nova com regularidade — simplesmente não reparavam tanto nele. Uma das alturas em que mais o fez foi também quando esteve mais longe, quando treinou o Felgueiras, entre 1993 e 1997. Quem o recorda é Domingos, que recua àqueles anos, difíceis para Jorge Jesus e para a família, porque a mãe sofria, então, de um cancro que acabou por matá-la.
“Quando ele estava no Felgueiras, arranjava os medicamentos para tratar da mãe. Falava com os gajos do departamento médico e eles arranjavam-lhe medicamentos que aqui não havia. Então lá vinha ele lá de Felgueiras, estrada fora. Pegava no carro ao fim do dia de trabalho, vinha e voltava, já de madrugada”, conta.
Quando começou a treinar o Benfica, Jorge Jesus passou a visitar semanalmente a Venda Nova. Apesar de fazer praticamente toda a vida na margem sul do Tejo (treinava o Benfica no Seixal e vivia em Marisol, na Charneca da Caparica), todas as segundas-feiras ia até àquelas ruas de sempre para ver amigos e família, com uma passagem obrigatória na campa da mãe. A esta rotina passou ainda a juntar uma visita ao pai, doente de Alzheimer, na Casa de Saúde e Repouso Solar de Caneças.
Por essa altura em que Jorge Jesus devolvia o Benfica à conquista de títulos nacionais, deu-se também outro milagre na Venda Nova: o da multiplicação de bilhetes. Por generosidade do treinador, os benfiquistas de sempre do bairro (e também alguns que, como o seu irmão José, se viraram de outros clubes para o Benfica na era de Jorge Jesus) começaram a ser presenteados com bilhetes para o Estádio da Luz. E o mesmo aconteceu quando o treinador passou para o Sporting, com os sportinguistas (além dos convertidos e reconvertidos, como José Jesus) a ganharem bilhetes para Alvalade.
Um dos beneficiários da fase Sporting foi Lino, antigo colega de equipa de Jorge Jesus no Bairro das Cruzes e homem que também tentou a sorte no futebol, entre passagens sem glória no Sporting e no Estoril. Conta esta história sentado na sala de jogos do Desportivo Operário do Rangel, coletividade da Venda Nova — que era como estava à altura do episódio narrado.
“Um dia estava aqui sentado e apareceu aí o Jorge Jesus. O gajo perguntou-me: ‘Então, pá, não gostas de ir à bola?’. E eu respondi-lhe: ‘Porra, claro que gosto, mas tu achas que eu ganho o que tu ganhas, pá?’. E ele virou-se logo para o irmão, o Zé, que estava com ele, e disse-lhe que, a partir daquele dia, sempre que houvesse jogo em Alvalade, tinha de dar um bilhete aqui ao Lino”, lembra. Faz uma pausa para dar um bafo demorado no seu cigarro, coça a barriga e, por entender que tem de defender a sua honra, esclarece. “Atenção que foi ele que me ofereceu! Não fui eu que andei aí a pedinchar bilhetes, foi ele que mos deu. Eu estava ali sentado, ele é que veio ter comigo”, insiste. “Eu não lhe pedi nada!”, diz, para que o oiçam bem na escuridão daquela cave.
Aquela espécie de declaração de interesses ganha especial valor quando feita por Lino, homem que se gaba “de nunca ter trabalhado na vida” e de “ter feito vida à custa da moina e da batota”. Isto é, a pedir emprestado e no jogo — e, muitas vezes, a pedir emprestado para jogar. “Isto foi uma vida à moina, uma vida a ter carta branca para ir a restaurantes e comer sem pagar. É por isso que esta gente aqui tem muita inveja do meu viver”, assegura, com Pedro ali sentado ao lado, a dizer que “sim” com a cabeça.
“Cá para mim até têm mais inveja de mim do que têm do Jesus!”, diz Lino. A cara com que o diz é de desafio, de quem sabe que acaba de dizer algo controverso, mas que, ainda assim, está disposto a defender. “É que eu nunca trabalhei um dia na vida e tenho-a vivido muito bem. O Jesus sabe lá o que é viver à moina… Aquilo é só trabalhar, trabalhar, trabalhar.”
“Se ele ganhar, lá vão todos dizer que ele é perfeito”
Há um certo nervosismo no ar. Em vésperas do fim-de-semana em que Jorge Jesus pode ser campeão do Brasil (bastando para isso que o Palmeiras não vença) e em que acabou por conquistar a Taça Libertadores, ninguém dava ainda por garantido que ali chegasse. Na memória de muitos está a época de 2013-14, ao serviço do Benfica, em que tudo foi perdido nos últimos minutos: campeonato, Taça de Portugal e Liga Europa.
Pedro dizia acreditar que era possível ganhar a Libertadores, mas não apostava. “A malta aqui vibra muito com ele, vimos aqui para o [Desportivo Operário do] Rangel ver os jogos dele no Brasil de madrugada, parecemos malucos.” Desta vez, o jogo da Taça seria a um sábado e às 20h00 de Lisboa, o que facilitava a tarefa — mas não diminuia em nada o nervosismo. “O Jesus nem sempre se dá bem com as finais…”, reconhecia.
Ao lado, também na cave do Rangel, Fernando Gomes voltava àqueles jogos traumatizantes, para afirmar o seu apoio a Jorge Jesus. “Bem me lembro de haver gente aqui do bairro a dizer mal dele e eu passava-me com eles. Chateei-me com uma amiga minha, disse-lhe logo: ‘Mas ele não presta, é? Agora é mau homem? Mau marido? Mau pai? Mau filho?'”, recorda.
Carlos, o tal que viu que Jorge Jesus na barriga da mãe, também recua a esses dias — e é com tom crítico que o faz. “Ele nessa altura inchou muito e depois deu no que deu. O problema dele, além de não ter o dom da palavra, e apesar de ser um tipo afável e bairrista, é dizer e fazer coisas que deixam um gajo corado por ele”, conta, abrindo espaço para uma crítica a Jorge Jesus. “O homem às vezes parece que não evoluiu, parece que não passou dos anos 50. Continua a ser o pintas, o gabarolas que até na forma de andar parece um pombo a galar uma pomba. Ele não mudou muito. Por um lado é puro, mas por outro… “, suspira o antigo vizinho de Jesus.
Dificilmente Domingos toleraria ouvir aquelas palavras sobre o seu amigo. “O Jorge fartou-se de levar porrada nessa altura, e noutras também. Metem-se para aí a dizer que ele não sabe falar, que ele não sabe nada…”, diz, enquanto pega no livro com as táticas e projetos de Jorge Jesus para o Flamengo. “Então um homem que escreve isto tudo e que pensa isto tudo não sabe falar?”, lança. “Não sabe falar, não sabe falar…”, imita-os, com desprezo.
Agora que está reformado (entregou a gráfica à filha e, no último ano e meio, só trabalha quando Jorge Jesus lhe pede algum favor), assiste com tempo e atenção aos vários programas de comentário desportivo ns canais de televisão portugueses. Vê-os um por um. E apenas com um objetivo: ver o que dizem de Jorge Jesus, tirar notas disso e depois entregar ao próprio.
“Eu quero que ele saiba muito bem o que andam a dizer dele”, diz. Sentado no sofá e com um bloco de notas à frente, aponta tudo o que dizem do amigo, bem ou mal, juntamente com o nome do autor desse comentário. “As televisões estão cheias de doutoooooores que andam aí a falar de futebol, mas depois não percebem nada daquilo. E há uns que se metem a falar mal do Jorge, mas que depois são capazes de lhe andar a cravar almoços e cheios de sorrisinhos.” Não quer adiantar quem é que diz mal. “Só digo que há dois que dizem sempre bem, que é o Otávio [Machado] e o [Paulo] Futre. Esses dois são os maiores, esses dois são amigos. Os outros é que são uns parvalhões de uns doutores que passam a vida a falar de futebol, mas que não percebem nada daquilo”, diz.
Naquele dia, com um fim de semana potencialmente histórico pela frente, o “comentariado” voltava a centrar atenções em Jorge Jesus — um facto que já dava trabalho de sobra a Domingos e ao seu trabalho de sentinela televisivo da Venda Nova. “Mas eles agora andam todos a dizer bem. Agora qualquer um diz bem…”, repetia. “Quero é ver depois. Se ele ganhar, lá vão todos dizer que ele é perfeito. E é da maneira que pelo menos dizem alguma coisa acertada!”