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Elis Regina, 40 anos depois: as canções que continuam a enganar a despedida

Morreu há 40 anos, a 19 de janeiro de 1982. Luanda Cozetti e JP Simões recordam as diferentes dimensões e vidas da cantora brasileira e uma voz que "transformou em ouro tudo o que cantou".

“Entre a parede e a espada, eu me atiro contra a espada.” Elis Regina era isto – fora e em cima do palco. A sua figura encontra-se na penumbra, o brilho da pele de tão suada ilumina-se e começa a tocar o clássico de Ary Barroso “Na Baixa do Sapateiro”. Os olhos estão fechados e a cabeça inclinada, a cantar para Deus. Quando chega ao refrão, “Bahia/ terra de felicidade/ moreno!/ eu ando louca de saudade”, Elis sustém o segundo “a” de “Bahia” até ao impossível. E, não contente, sustém imediatamente o “da” de “felicidade” e logo depois o “re” de “moreno”. Estamos no mítico festival de jazz em Montreux, Suíça, em 1979.

“Quantos milhões de vezes eu já escutei isso – para ouvir, para estudar, para me divertir, para tudo. E, de todas as vezes que ela faz ‘Bahiaaaaaaaaaa’, o meu coração fica esperando com ela a ver se ela vai chegar lá no fim”, diz a cantora brasileira Luanda Cozetti, dos Couple Coffee, fã incondicional de Elis Regina. “Claro que vai – aquilo está gravado, é óbvio –, mas no começo parece que é a primeira vez que estou ouvindo aquilo e estou ali tipo ‘grande louca, lá vai ela’. Isso é poder. Tem muito que se diga. A Elis é insubstituível.”

Reza a história que a procura de bilhetes para o concerto da diva brasileira tinha sido tanta que estava esgotado havia meses. Por isso, Elis decidiu fazer uma matiné aberta ao público em que, diz quem assistiu, a sua entrega foi tal, num misto de técnica e interpretação e expressão corporal, que deixou a audiência em êxtase. Depois do concerto à noite, foi ainda fazer uma participação surpresa no último espectáculo da noite, de Hermeto Pascoal, num momento considerado de antologia. Cantou o tema “Corcovado”, de João Gilberto, “um cantinho, um violão/ esse amor, uma canção/ p’ra fazer feliz a quem se ama”, mas quase a sussurrar, como se estivesse numa sala de amigos acompanhada ao piano.

O animal de palco

“Ela conseguiu tornar notáveis os registos que fez de variados géneros de música”, diz o músico português JP Simões, cuja obra tem influência brasileira, ele que viveu dois anos no Rio de Janeiro em criança. “Passar de uma coisa super-sofisticada como a Bossa Nova para ir buscar músicas sertanejas, como a ‘Romaria’: ‘sou caipira pirapora/ Nossa Senhora de Aparecida’. Ela tem uma profunda capacidade para a teatralidade, é fora de série.”

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Elis Regina morreu a a 19 de Janeiro de 1982, vítima de paragem cardíaca, motivada por uma overdose de cocaína e álcool. Tinha 36 anos

Picasa 2.6

“Para mim, o grande momento da Elis é quando ela e o Sérgio Camargo se juntam [produtor musical que veio a ser o seu segundo marido]. Eles mudam a história da MPB daquela época”, considera Luanda Cozetti. “Vira uma coisa de relação coloquial, íntima. A Elis acho que é mesmo a primeira grande cantora que saca uma relação íntima, coloquial, com o ouvinte. Era quase como se ela estivesse falando com a gente. É uma grande, grande voz.”

Elis Regina nasceu a 17 de março de 1945 em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Menina prodígio do canto, assinou contrato com a Rádio Gaúcha tinha 13 anos. A sua voz chamou a atenção de uma editora, a Continental, e aos 16 gravava o seu primeiro disco, o EP Dá Sorte/ Sonhando. Nesse mesmo ano, foi ao Rio de Janeiro gravar o seu primeiro LP, descolando-se dos chamados sambas-canção e enveredando por sonoridades mais rock – a grande explosão do momento –, e gravou o seu primeiro LP, Viva a Brotolândia.

À procura de novas oportunidades para a sua carreira, Elis Regina mudou-se para o Rio de Janeiro no dia em que se deu o golpe militar no Brasil, 31 de março de 1964, que deu início a uma ditadura cujo fim, em 1985, a cantora, então com 19 anos acabados de fazer, não viria a conhecer.

Conseguiu trabalho na TV Rio, no programa Noites de Gala, e deu a conhecer o seu talento nos bares do famoso Beco das Garrafas, uma rua de diversão noturna carioca onde se ouvia muita Bossa Nova. Em 1965, estava a apresentar um programa de grande sucesso na televisão juntamente com o cantor Jair Rodrigues, chamado O Fino da Bossa. E a sua carreira explodiu.

A cantora com Jair Rodrigues, no programa "O Fino da Bossa", motor fundamental para a explosão do fenómeno Elis

“Nos primeiros discos, é tudo ainda muito calcado numa voz muito grande, uma voz da Ângela Maria, que era o grande ídolo dela, aquelas vozes radiofónicas, extensas, grandes”, explica Cozetti. “Nos últimos, você sente uma enorme diferença – de voz, de maneira de emitir a voz, de como entender o que é ser uma grande intérprete.”

Para Luanda Cozetti, Elis Regina é insubstituível, tão só ao nível de Amália e Ella Fitzgerald. “Com a Amália sente-se uma falta, sente-se saudade. Com a partida da Elis, sinto sempre que ficou uma lacuna”, conta. “Como ela morreu e era um grande ídolo… a gente esquece que ela desapareceu muito nova. Ela estava vivendo ainda o que estava construindo, como intérprete, como artista.”

“A Elis tem muitos compartimentos, a minha Elis de ouvir, a minha Elis de estudar.” Luanda Cozetti passou muitas horas a estudar Elis Regina. “Imaginar como é que ela respirava, 'aqui abriu a boca, aqui não', 'aqui segurou o diafragma' A dicção da Elis tem muito que se lhe diga, é a cantora brasileira com a melhor dicção do mundo.”

Luanda Cozetti faz questão de referir que Elis Regina é um exemplo ainda hoje. Prova disso, diz, é a quantidade de vídeos existentes no Youtube, os chamados “reactions”, em que pessoas estão a ouvir um cantor pela primeira vez e supostamente reagem de forma espontânea. “Divirto-me muito a ver vídeos de reactions no Youtube, de professores de voz, etc. É deformação de quem já deu muitas aulas”, diz Luanda Cozetti, a rir. “Você vê garotada da Índia – há um canal de dois irmãos indianos –, que nunca ouviu falar da Elis, que não percebe o que ela diz, e fica estupefacta a ver, a ouvir.”

O tema a que todos reagem no Youtube é “Como Nossos Pais”, do álbum Falso Brilhante, tema recentemente remasterizado. É cantado ao vivo perante uma plateia de estúdio televisivo e vemos uma Elis possuída, como se fosse uma personagem em transe, saída de um dos filmes do também brasileiro Glauber Rocha.

[“Como Nossos Pais”, ao vivo na televisão brasileira, programa “Fantástico”:]

“Se em estúdio era destemida, em palco era muito mais destemida ainda”, defende Luanda Cozetti. “Tinha consciência de que a catarse não é só sua no palco, a catarse é do público. ‘A emoção que ela sentia o tempo todo’… Não. Ela caía dura de cada vez que terminava um show. Ela era, na verdade, uma grande artista, ela sabia manipular bem a emoção do público.”

“Ela costumava dizer uma coisa bonita: quando se canta está-se absolutamente sozinho”, complementa JP Simões. “E esse estado de solidão pode ser também aquilo que é o mais sincero.” O silêncio da plateia é tanto a ouvi-la, que ela quase consegue ouvir o silêncio das suas próprias entranhas, explica Simões.

“A Elis tem muitos compartimentos, a minha Elis de ouvir, a minha Elis de estudar.” Luanda Cozetti passou muitas horas a estudar Elis Regina. “Imaginar como é que ela respirava, ‘aqui abriu a boca, aqui não’, ‘aqui segurou o diafragma’ A dicção da Elis tem muito que se lhe diga, é a cantora brasileira com a melhor dicção do mundo.” Todos os youtubers referem não só a capacidade técnica da sua voz como a mestria e intensidade com que sabe interpretar as letras. No caso, de “Como Nossos Pais”:

“Minha dor é perceber
que apesar de termos
feito tudo o que fizemos
ainda somos os mesmos
e vivemos
ainda somos os mesmos
e vivemos
como os nossos pais”

Por causa de uma canção em que cantava com Rita Lee, “Doce de Pimenta”, Elis tinha a alcunha de Pimentinha. Luanda Cozetti chama-a de Pimentinha Perfeitinha. Mas “Pimentinha” assentava-lhe também pelo facto de ter a língua afiada. “Não sei se era fácil viver com ela, devia ser muito intensa”, reconhece Luanda Cozetti. “Mas é uma cantora que dá uma gargalhada, que não está sempre montada em diva. Pode acabar uma música, dizer uma piada e rir com o público. Foram muitas libertações numa só.”

[Elis Regina e Rita Lee, “Doce de Pimenta”:]

A desbocada

No início do vídeo de “Como Nossos Pais”, podemos ver o apresentador do programa a introduzir Elis Regina assim: “Até que ponto uma cantora pode ser temperamental, franca, impulsiva. Até que ponto um ídolo pode deixar de fazer média com o público e com os críticos. Quando Elis Regina diz o que pensa, grita, briga, agride. Provoca as mais desencontradas reações. Mas ninguém discute o seu talento.”

Luanda Cozetti defende ter sido das primeiras artistas brasileiras a fazer discos com conceito, com um começo, um meio e um fim. Talvez o Falso Brilhante (1976) seja o maior exemplo disso. O disco todo conta uma história.”

JP Simões chegou a interpretar o tema, de nome homónimo ao do álbum, numa altura em que se fazia acompanhar em palco de uma pequena orquestra. Cantava essa e a “Valsa Rancho”, um tema da autoria de Chico Buarque incluído em Elis Especial, de 1979. “É uma cantora inigualável, teve influência em imensas cantoras a seguir a ela”, diz o músico. “Tudo o que ela cantou transformou-se depois num clássico. Ela conseguiu cantar os estilos todos, fazer sucesso com música sertaneja, MPB [música popular brasileira], Bossa [Nova] – em tudo o que ela tocou, transformou em ouro.”

JP Simões: “Ela conseguiu tornar notáveis os registos que fez de variados géneros de música. Passar de uma coisa super-sofisticada como a Bossa Nova para ir buscar músicas sertanejas, como a 'Romaria': 'sou caipira pirapora/ Nossa Senhora de Aparecida'. Ela tem uma profunda capacidade para a teatralidade, é fora de série.”

A feminista

A carreira de Elis Regina pode metaforizar-se em dois grandes momentos: a Elis do cabelo comprido e a Elis do cabelo curto. Em ambas, já tinha o cigarro entre os dedos. “Numa época em que ninguém falava no empoderamento, ela falava muito no feminino. Mesmo quando ela não trocava o género na canção, ela falava sempre no feminino”, defende Luanda Cozetti. “E, quando não falava no feminino, falava no humano. Foi uma coisa que aprendi também com ela: as coisas não precisam de estar relacionadas connosco o tempo todo.”

As biografias referem que foi o produtor musical e primeiro marido de Elis Regina, Ronaldo Bôscoli – aquele a quem perguntou, antes de começarem a namorar, “você é veado ou me acha uma merda?” –, a desafiá-la a cortar o cabelo à Mia Farrow, o chamado corte pixie. Estávamos no final dos anos 60, era considerada uma aberração ter uma corte de cabelo à rapazinho numa sociedade conservadora como era a do Brasil, que não sentia ainda os novos ventos a soprarem em termos não só de sensualidade como de liberdade.

“O mundo ainda é muito dos homens. Não sou boba de falar tudo o que eu penso, senão amanhã ‘tô desempregada aí p’ra vida inteira. Aí passo o resto da minha vida aí sangrando”, chegou a dizer Elis.

Não ter papas na língua levou-a também para a maledicência. Elis era muito competitiva, queria ser a melhor. A sua grande rival era Nara Leão, uma cantora de voz e atitude dóceis em palco – tudo o que Elis não era. “A verdade é que Nara Leão canta muito mal, mas fala muito bem. No fundo, esta confusão toda é altamente promocional para ela”, chegou a dizer à revista Manchete, em 1967.

Elis Regina In Paris

Elis Regina em Paris, num caminho de sucesso inevitável, a mesma popularidade que depois haveria de transformar em palco de ativismo

Getty Images

Mas essa era também uma Elis que fazia questão de divulgar novos valores, apesar de não ter pejo em dizê-lo. Na última entrevista que deu, ao programa televisivo “Jogo da Verdade”, 14 dias antes de morrer, Elis partilhou em direto uma piada privada de amigos que fez alguém da plateia soltar um esgar de surpresa, pelo desplante. Referia – e o visado estava em direto, a ouvir – que diziam que ele esperava que ela cantasse um novo tema dele para poder colocar o teto na casa que tinha começado a construir com o dinheiro feito a partir da primeira canção que ela interpretou dele.

Aos 36 anos, Elis tinha já gravado 30 discos e esgotava espectáculos uns atrás dos outros. Era uma fenómeno de massas, criado pela televisão.

A ativista

O atrevimento fê-la também ativista. Em 1969, questionada acerca da situação política do país, respondeu à revista holandesa Tros-Nederland: “Esse país está sendo governado por gorilas. Quer dizer, sem querer ofender os gorilas, obviamente, pelo amor de Deus.”

Muitos defendem que foi a sua popularidade que lhe valeu evitar o exílio, o que aconteceu a muitos na altura. Em contrapartida, foi obrigada a cantar o hino nacional para um evento de militares, o que fez muita da esquerda virar-se contra ela.

Dos três filhos que teve – João Marcello Bôscoli, produtor, Pedro Camargo Mariano, cantor e produtor, e Maria Rita, cantora –, Pedro Camargo Mariano disse há dias à Globo, a propósito dos 40 anos da morte da mãe, que chegou a estar quase dois anos sem telefone em casa: “tinha um desejo de se afastar um pouco da questão das escutas telefónicas”.

JP Simões chegou a interpretar o tema, de nome homónimo ao do álbum, numa altura em que se fazia acompanhar em palco de uma pequena orquestra. Cantava essa e a "Valsa Rancho", um tema da autoria de Chico Buarque incluído em Elis Especial, de 1979. “É uma cantora inigualável, teve influência em imensas cantoras a seguir a ela”, diz o músico. “Tudo o que ela cantou transformou-se depois num clássico. Ela conseguiu cantar os estilos todos, fazer sucesso com música sertaneja, MPB [música popular brasileira], Bossa [Nova] – em tudo o que ela tocou, transformou em ouro.”

“Para você ver a importância da Elis quando ela era popular e famosa, ela foi das cantoras que teve o repertório mais assertivo em relação à ditadura”, considera Luanda Cozetti. “Ela sabia da importância da sua voz. Se ela devia ter medo? Claro que tinha medo. Mas fazia. Acho que a grande palavra que para mim define a Eli é o destemor, estava de peito aberto com a vida.”

“O Bêbado e a Equilibrista”, tema composto por Aldir e João Bosco e lançado por Elis Regina em 1979 no álbum Essa Mulher, foi uma espécie de hino da amnistia pelo regresso dos exilados políticos e pelo fim da ditadura no Brasil. Canta assim:

“Meu Brasil
que sonha com a volta do irmão do Henfil
com tanta gente que partiu

num rabo de foguete”

[“O Bêbado e a Equilibrista”:]

O pai de Luanda Cozetti, o preso político Alípio de Freitas, chegou a privar com Elis Regina. “Ela ajudou muito a esquerda”, conta Luanda. “Dava dinheiro, dava apoio. Não podia esconder ninguém porque era uma figura pública. No que ela podia, fazia mesmo.”

A morte

Houve uma altura em que, sempre que partia em viagem, JP Simões colocava a tocar no carro a canção “Nada Será Como Antes”:

“Eu já estou com o pé nessa estrada
qualquer dia a gente se vê
sei que nada será como antes amanhã”

“Tem um começo incrível, uma música que sabe mesmo a começo de viagem auspicioso”, partilha JP Simões. “Começa com uma guitarra que, como está equalizada de uma maneira muito aberta, soa um bocado a guitarra portuguesa. A música é mesmo uma espécie de metáfora para a viagem.”

“Nunca superei a morte da Elis”, confidencia Luanda Cozetti. “Tenho o meu dia de ouvir Elis Regina. Ouço, ouço, ouço, até saber tudo de cor, onde entra o quê. E vou ficando brava, ‘como você foi embora?’.” Luanda morava com a mãe no exílio, na Guiné Bissau, quando se soube da morte da cantora, a 19 de janeiro de 1982. Elis Regina morreu vítima de paragem cardíaca, motivada por uma overdose de cocaína e álcool.

Luanda Cozetti: "Às vezes ouço um disco dela, vou ver, é de 1968. Wow… que moderníssimo. Como é que eu estou achando que eu ‘tou sendo moderníssima? As outras que me perdoem, mas ela ainda é a melhor cantora do Brasil."

“Estávamos a almoçar numa casa com muitos brasileiros e havia um que trabalhava na embaixada. Tínhamos botado para tocar o disco Essa Mulher, que era o último que a gente tinha dela, e estávamos a falar sobre o que a música dela significava para nós”, conta Luanda. “Esse cara, até me lembro do nome dele, o Sega, disse ‘ah ela morreu’. Estávamos na Guiné Bissau, nos anos 80: um telefonema levava uma semana para completar.” E remata: “Lembro até hoje da tristeza que se abateu sobre nós todos, ali. Lembro-me de sair para chorar, eu era uma garota. Senti como se tivesse perdido uma pessoa próxima de mim.” Luanda tinha 13 anos.

O velório decorreu no Teatro Bandeirantes, em São Paulo, com filas e filas de fãs para se despedirem da cantora. O cortejo fúnebre atravessou a cidade até à zona sul, acompanhado por cerca de 15 mil pessoas. A morada final foi o Cemitério do Morumbi, uma vez que era desejo da cantora ser enterrada naquele cemitério-jardim, sem lajes, apenas placas nominativas, conhecido por ter lá sepultadas figuras ilustres do país.

“Às vezes ouço um disco dela, vou ver, é de 1968… que moderníssimo”, admite Luanda. “Como é que eu estou achando que eu estou sendo moderníssima?” E concorda com a opinião da filha de Elis Regina, Maria Rita, quando esta diz: “As outras que me perdoem, mas ela ainda é a melhor cantora do Brasil”.

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